Parmalat retoma produção em GO

Publicado por: MilkPoint

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A Parmalat Brasil retomou ontem as atividades de sua fábrica em Santa Helena (GO), a última das nove unidades da empresa no País que faltava recolocar em operação. A produção foi reiniciada em virtude de um contrato de exportação de 1,5 mil toneladas mensais de leite em pó para a Europa, explicou ontem em Porto Alegre o presidente da empresa no Brasil, Nelson Bastos.

Bastos viajou ao Rio Grande do Sul para participar de uma sessão da Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa gaúcha sobre a situação da Parmalat e também para resolver o problema da unidade de Carazinho. Até o ano passado, antes de estourar o escândalo contábil na matriz italiana, a indústria trabalhava com 1,2 milhão de litros diários. Hoje, o volume gira em torno de 350 mil litros. "Carazinho é hoje o nosso maior problema de abastecimento no Brasil. Estou no RS para fazer com que os produtores acreditem na gente e nos forneçam mais leite", diz.

Para atrair de volta os fornecedores, a Parmalat iniciou em março um programa de pagamentos quinzenais e a cada cinco litros vendidos, o produtor recebe adiantado por um. "Voltando a fornecer para a empresa, no quinto mês o produtor vai recuperar o que a Parmalat lhe deve. Por enquanto, estamos proibidos de pagar os produtores que não nos fornecem", conta o presidente da empresa.

"A melhor estratégia para fazer o produtor voltar a fornecer é a Parmalat pagar o que deve. Muitos produtores estão inseguros. Nós temos recomendado que tenham calma", disse o diretor-secretário da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag), Elton Weber, que calcula R$ 7 milhões de dívida referente ao mês de janeiro envolvendo 2,5 mil produtores.

Normalização

Segundo Bastos, já estão operando normalmente as unidades de Garanhuns (PE) e Ouro Preto D'Oeste (RO). Em Itaperuna (RJ), unidade sob intervenção do governo estadual onde são fabricados os produtos Glória, ele calcula que a atividade está por volta de 65% da capacidade instalada e a empresa deve retomar a gestão nos próximos meses. Bastos afirma que a empresa está trabalhando no sentido de suspender a intervenção em Itaperuna.

Em todo o País, a captação de leite pela multinacional hoje é de aproximadamente 750 mil litros por dia e a meta é dobrar o volume até o fim do ano. Os produtos de leite correspondem a 50% do faturamento da empresa no País, cifra que chegava a R$ 130 milhões mensais antes da crise e, em maio, foi de R$ 39 milhões. Segundo informações de Bastos, as fábricas de biscoitos, sucos e produtos vegetais também estão caminhando para a normalidade.

De acordo com o presidente, o trabalho para recuperar a empresa "de uma crise importada" levou à necessidade de diminuir 67% das despesas. "Cortamos despesas em áreas administrativas como presidência, diretores, gerências executivas", comenta.

Ele afirma ainda que o papel da nova gestão é "arrumar a empresa para depois se chegar a um acordo com os credores", que depois poderão optar, se for o caso, pela venda de alguns ativos. Segundo o presidente, as dívidas operacionais são "de alguns poucos milhões de reais" e, com os bancos, cerca de R$ 500 milhões. No próximo dia 2 de julho é a data marcada para que a Parmalat entregue a documentação necessária para a Justiça apreciar o pedido de concordata.

Fonte: Gazeta Mercantil (Caio Cigana) e Zero Hora/RS, adaptado por Equipe MilkPoint
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Jorge Julião de carvalho santos
JORGE JULIÃO DE CARVALHO SANTOS

OUTRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/06/2004

Acho isso uma vergonha.

Aqui em Garanhuns a situação é essa, o produtor que tem créditos com a Parmalat, passou a ser um refém dela, já que os preços praticados são bem abaixo dos concorrentes. Dessa forma ela está forçando o produtor a perdoar o débito ou seja, está legalizando o calote.

O que as autoridades podem fazer para evitar essa situação?

Um exemplo é que os concorrentes da Parmalat pagam hoje o preço de R$ 0,60/litro e ela paga somente R$ 0,50/litro. Fazendo as contas quem está fornecendo para ela para receber o atrasado está sendo forçado a perdoar o débito.
Qual a sua dúvida hoje?