Parmalat reduz despesas, mas registra prejuízo

Mesmo com a diminuição de tamanho, a Parmalat Alimentos teve prejuízo líquido de R$ 56,6 milhões no segundo trimestre, acumulando perda de R$ 135,3 milhões nos seis primeiros meses deste ano. O resultado piorou frente a 2003, antes do escândalo que abateu o grupo italiano: de julho a setembro daquele ano, o prejuízo foi de R$ 23,8 milhões.

Porém, houve recuperação da empresa, se comparado com o período de janeiro a março, fase mais acentuada da crise, quando a Parmalat registrou uma perda de R$ 78,6 milhões.

As despesas operacionais, especialmente com vendas, foram reduzidas de forma drástica, para R$ 64,6 milhões. Isso explica o prejuízo menor em relação ao primeiro trimestre deste ano, que foi de R$ 91,9 milhões.

Com a atividade menor, as despesas também caíram 43% sobre o segundo trimestre de 2003.

A receita líquida de julho a setembro foi de R$ 111,9 milhões, um terço do apurado no mesmo período de 2003. As vendas caíram também ante os R$ 132,2 milhões do primeiro trimestre. "As operações sofreram uma redução para garantir a continuidade (...) com capital de giro próprio", diz a diretoria no relatório que acompanha o balanço.

Em abril, a consultoria Íntegra assumiu a gestão da Parmalat brasileira, o que pôs fim à intervenção judicial, e implantou um processo de reestruturação. A empresa divulgou as demonstrações financeiras ontem, com atraso de quase três meses em relação ao prazo legal.

O balanço não inclui os números da Batávia. Embora a Parmalat tenha 51% do capital desta empresa, sócios minoritários assumiram o controle do laticínio por meio de liminar. A Parmalat está recorrendo.

Foram mantidos no ativo os créditos que a empresa tem com outras subsidiárias da Parmalat, no valor de R$ 244,4 milhões. Por isso, a auditoria BDO Directa repetiu a ressalva feita no trimestre anterior. A auditoria afirmou que a Parmalat deveria ter feito provisão para cobrir esse montante, que dificilmente será recuperado.

A Parmalat está em concordata desde agosto. Na última sexta-feira (dia 5), foi publicado edital com a lista dos credores reconhecidos no processo. Quem ficou de fora tem 20 dias, contados de 29 de outubro, para recorrer.

Fonte: Valor OnLine (por Talita Moreira), adaptado por Equipe MikPoint