Parmalat quer tornar-se 100% brasileira

Publicado por: MilkPoint

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A Parmalat do Brasil trabalha para se descolar da matriz italiana e se tornar uma companhia totalmente nacional. O plano de reestruturação financeira da empresa, já entregue aos 17 bancos credores, prevê a conversão da dívida que supera R$ 1 bilhão em ações da companhia e títulos de renda fixa, como debêntures. Se a proposta for aceita, em menos de um ano a Parmalat brasileira deverá se tornar uma companhia de capital aberto, controlada por instituições financeiras, disse ontem o presidente da fabricante de laticínios no Brasil, Nelson Bastos.

"O acionista italiano já anunciou que as operações brasileiras estão fora dos planos para o futuro", contou Bastos, que é sócio-diretor da Íntegra Associados, consultoria contratada pela Parmalat da Itália para reestruturar a filial brasileira. São nove unidades operacionais e cinco marcas de produtos que ficarão sob a gestão da nova companhia.

Bastos acredita que há boas chances de a proposta ser aceita pelos credores, entre eles o banco japonês Sumitomo, o Banco do Brasil e o Itaú. Eles já foram apresentados ao plano e agora analisam sua viabilidade.

O presidente da Parmalat diz que a empresa está em franca recuperação, oito meses depois da crise internacional que provocou o fechamento de unidades no Brasil e a interrupção no pagamento de dívidas. Segundo ele, o faturamento da companhia no País superou os R$ 60 milhões em julho, registrando um crescimento 130% superior ao resultado de abril, quando a Íntegra assumiu o comando. "Esperamos que, até o fim do ano, o faturamento cresça mais 50%", adiantou o executivo, acrescentando que as unidades brasileiras estão funcionando em boas condições.

Bastos explicou que a única relação que a Parmalat do Brasil terá com os italianos depois da reestruturação será um acordo que prevê troca de tecnologia e licenciamento das marcas Parmalat e Santal. Para manter as marcas, a empresa pagará royalties à Parmalat na Itália. O pagamento, porém, começará depois de um prazo de carência, ainda não estipulado. "Queremos retomar a posição de liderança no mercado brasileiro", disse o executivo.

Bastos disse que a Parmalat espera se habilitar novamente a receber empréstimos do BNDES e do Banco do Brasil ao fim do processo, que depende ainda de aprovação da Justiça de São Paulo, onde foi protocolado o pedido de concordata da companhia.

Para entidades do setor leiteiro, é melhor que a Parmalat tenha saúde financeira e volte a ser forte compradora de leite. Porém, eles querem que as dívidas com os produtores sejam quitadas. "Até março, 70% dos produtores tinham passivos com a Parmalat. Se ela resolver esse problema, está ótimo. O produtor está descapitalizado e precisa de dinheiro", diz o presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e coordenador da Câmara Setorial da Secretaria da Agricultura de Minas Gerais, Eduardo Dessimoni.

De acordo com o presidente da Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Verde Ltda. (Agroverde), em Campina Verde, no Triângulo Mineiro, Valdir Campos, a cooperativa tem para receber R$ 235 mil, referentes ao leite fornecido à Parmalat em novembro e dezembro. Ele admite que a multinacional fez proposta para quitar a dívida, mas condicionou o pagamento à entrega de leite.

Fonte: O Estado de S.Paulo (por Nicola Pamplona) e Estaminas/ Superávit (por Karla Mendes), adaptado por Equipe MilkPoint
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