Parmalat negocia com fornecedores de leite em Goiás; produção ainda não foi retomada

A Parmalat Brasil começou a negociar com os pecuaristas goianos o retorno do fornecimento de leite para retomar as operações da unidade de Santa Helena de Goiás. Até ontem à tarde, a empresa havia conseguido viabilizar a compra de 50 mil litros de leite/dia. Ao contrário do que havia sido noticiado, o processamento ainda não foi retomado. Quando completar 200 mil litros, a fábrica será reativada, conforme antecipou ontem o presidente da multinacional Nelson Bastos. O MilkPoint apurou com Maurivan Siqueira, presidente da Comissão de Leite da FAEG, que a empresa pretende retomar as atividades a partir de 1^o de julho.

Hoje, o gerente de Política Leiteira da Parmalat se reunirá com as 13 cooperativas de leite de Goiás. Será discutida a possibilidade da Centroleite voltar a fornecer para a unidade. O presidente da entidade, Haroldo Max, adiantou que há interesse de retomar os negócios com a indústria, desde que a dívida de R$ 532 mil seja quitada ou renegociada.

Na região sudoeste do Estado, onde está localizada a fábrica, muitos pecuaristas estão receosos em voltar a fornecer leite para a Parmalat, enquanto não conseguirem receber a dívida de R$ 6 milhões, referente ao leite entregue no período de novembro do ano passado a janeiro último.

O diretor do Sindicato Rural de Santa Helena de Goiás, Gaspar Carlos Matos, confirmou que representantes da empresa estão visitando os produtores da região e tentando convencê-los a voltar a fornecer leite para a Parmalat.

Para aqueles que se interessam em voltar a ser fornecedores, a empresa promete pagar, em forma de antecipação, 20% da dívida à vista e parcelar o restante em cinco meses. Já aqueles que se negam a retomar o fornecimento do leite até que o débito seja pago, a orientação é no sentido de que entrem na Justiça e se habilitem ao crédito da empresa concordatária.

O secretário da Agricultura, José Mário Schneider, defendeu o bom senso nas negociações, porém com cautela por parte dos produtores. Ele lembra que a fábrica precisa de matéria-prima para voltar a produzir e fazer dinheiro para pagar seus próprios fornecedores.

O prefeito de Santa Helena (GO), Judson Lourenço, aguarda com ansiedade o retorno das atividades da fábrica. "Há tempos a empresa manifesta intenção de voltar a operar. Tomara que agora isso se concretize para garantir a geração de empregos e a movimentação da nossa economia", afirmou.

Fonte: O Popular/GO (Sônia Ferreira), adaptado por Equipe MilkPoint