Parmalat mundial: Bondi apresenta plano de reestruturação

Enrico Bondi, interventor designado pelo governo italiano para salvar a Parmalat, apresentou ontem ao ministro da Indústria, Antonio Marzano, um plano para recuperar o maior grupo agroalimentício da Itália. O governo deve aprovar o documento para então submetê-lo aos credores. Bondi espera que o documento seja visto pelos credores até 10 de julho para que as medidas possam ser aplicadas a partir de dezembro.

"Neste momento, a Parmalat está funcionando e progredindo economicamente", disse Bondi. "Ela irá verdadeiramente em frente quando o plano for aplicado e após a eliminação de atividades não estratégicas. Este ano, os resultados serão positivos porque os prejuízos diminuíram. No futuro, esperamos obter lucros sólidos", comenta.

O plano consiste na criação de uma nova empresa que agrupará a maioria dos passivos e ativos e que será controlada por uma fundação. Se abrirem mão da dívida, os credores receberão ações da nova empresa proporcionalmente ao tamanho de seu crédito. O ministro da Indústria insiste que a Parmalat continue em mãos de italianos.

O objetivo é reduzir o número de marcas de 120 para 30, concentrando a produção em sucos de frutas, leite e seus derivados. Bondi já colocou à venda a divisão de chocolates do grupo, chamada Streglio, e parte do empreendimento de turismo tocado pela família do fundador da Parmalat, Calisto Tanzi.

A reestruturação prevê ainda o fechamento de diversas divisões nos Estados Unidos e na Ásia. Na América Latina, a filial venezuelana concentrará as operações, ao lado da Colômbia e Nicarágua. Com isso, perderão força as unidades da Argentina, México, Uruguai e Paraguai.

Fonte: O Estado de S.Paulo, adaptado por Equipe MilkPoint