Parmalat define quantidade de ações para credores

O grupo italiano de alimentos Parmalat aprovou os termos da troca de dívida por ações, dando mais um passo em direção à sua volta para o mercado acionário. Pelo acordo, os credores da Parmalat SpA receberão ações equivalentes a 6,9% de seus créditos, abaixo dos 7,3% previstos nos planos do ano passado.

Credores da Parmalat Finanziaria, holding do grupo, recuperarão 5,7% de seu investimento, metade dos 11,3% que deveriam receber de acordo com a versão original do plano. A taxa de recuperação de várias empresas do grupo Parmalat teve que ser revista, depois que um juiz permitiu a entrada, em dezembro, de bilhões de euros de dívidas contestadas em uma lista oficial de credores.

O juiz em Parma também ajustou o peso de empréstimos entre empresas. O administrador da Parmalat Enrico Bondi, que passa por uma batalha legal com bancos estrangeiros e italianos, tem tentado excluir cerca de quatro bilhões de euros (US$ 5,3 bilhões) em dívidas da lista de credores. Aproximadamente um bilhão de euros desse montante é devido ao Citigroup e ao Bank of America.

A Parmalat disse que credores da unidade Parmalat Finance Corpor. BV, que terá 15,4% da nova companhia, recuperarão 5% de sua dívida, acima dos 4,6% de antes. Os credores da Parmalat Soparfi terão uma taxa de participação de 21%, contra os 26,9% anunciados em julho. As taxas de recuperação foram definidas de acordo com a variável se o credor deve receber recursos de unidade operacional ou financeira, se o devedor tem ativos líquidos e se a dívida é garantida, por exemplo, pela matriz da empresa.

A Parmalat foi protagonista de um dos maiores escândalos contábeis no final de 2003, quando foi revelado que uma conta bancária de 4 bilhões de euros nunca existiu. Desde então, os administradores, liderados por Bondi, tentam fazer a empresa voltar a registrar lucro, vendendo ativos que não fazem parte das atividades principais da empresa, reduzindo dívidas e fazendo a empresa que já foi uma das marcas italianas mais conhecidas globalmente, voltar ao mercado acionário.

Fonte: Clic RBS/Agrol, adaptado por Equipe MilkPoint