A Parmalat Participações, holding que controla os ativos do grupo italiano no Brasil, recorreu à Justiça para cobrar banco do Credit Suisse First Boston (CSFB) uma indenização de R$ 2,87 bilhões. Se for bem-sucedida, a companhia pretende usar os recursos provenientes dessa ação para pagar seus credores financeiros.
A indenização cobrada do CSFB é um dos pilares do plano de recuperação judicial apresentado pela Parmalat Participações à 1a Vara de Falências da Justiça de São Paulo, onde a companhia reconhece ter dívida superior a R$ 1,7 bilhão.
A Parmalat Alimentos, empresa operacional que é o principal ativo da Participações, levou seu plano aos credores no início do mês. Ambas aderiram à recuperação judicial prevista na nova Lei das S.A.
A origem da disputa com o banco suíço é uma emissão de 500 milhões de euros em bônus feita pela Parmalat em 2001 e subscrita pelo CSFB. No vencimento, em 2007, esses títulos seriam resgatados pela holding e transformados em cotas de capital da empresa. No entanto, um documento encontrado pela auditoria Deloitte atestaria que a Parmalat SpA, a matriz do grupo, já teria quitado metade da dívida.
O interventor da Parmalat na Itália, Enrico Bondi, tem adotado como estratégia acionar na Justiça bancos que, emprestando dinheiro à companhia, teriam ajudado a sustentar as fraudes cometidas pelos administradores. O grupo cobra 13 bilhões de euros de instituições financeiras. Ontem, o SanPaolo informou que está sendo processado em 1,3 bilhão de euros. A Parmalat entrou em colapso em dezembro de 2003, com dívida de 14 bilhões de euros.
Além da ação contra o CSFB, a Parmalat Participações conta com outras duas fontes de recursos para reembolsar seus credores. Uma delas são bônus de subscrição de ações da Parmalat Alimentos. Serão emitidos R$ 4 milhões, que darão às instituições 20% do capital da empresa operacional e poderão ser exercidos em 12 anos.
Para gerar caixa e sobreviver enquanto isso, a Participações pretende vender à Parmalat Alimentos o controle da Gelateria Parmalat, avaliada em R$ 2 milhões, e negociar créditos que teria a receber de outras empresas do grupo.
Fonte: Valor Econômico (por Talita Moreira), adaptado por Equipe MilkPoint
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