Os preços mundiais dos produtos lácteos deverão permanecer firmes em 2005, mas começarão a cair no final do ano à medida que a produção comece aumentar, disse a Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (Organisation for Economic Co-operation and Development - OECD).
"À medida que o crescimento nas ofertas mundiais de exportação está projetado para levemente alcançar a demanda de importação em médio prazo, os preços deverão continuar caindo por alguns anos", disse a organização em seu relatório global sobre agricultura.
A OECD notou que os preços internacionais dos produtos lácteos aumentaram para níveis quase recordes em 2004, somente dois anos depois de terem desmoronado. No entanto, a OECD afirma que "até 2008, os preços nominais dos produtos lácteos deverão retomar uma tendência modesta de alta".
No entanto, os preços não deverão retornar aos altos valores de 2004. "Até 2014, os preços dos queijos estão projetados para serem cerca de 15% menores do que os níveis atuais, enquanto os preços da manteiga deverão ficar um pouco menores do que os de 2004".
"Os preços do leite em pó poderão ver uma pequena redução, com os preços do leite em pó integral caindo em 3% e os do leite em pó desnatado caindo em 1% com relação aos níveis de 2004".
Os preços dos produtos lácteos deverão ser apoiados pelas esperadas quedas nas exportações de leite em pó desnatado e manteiga da União Européia (UE), e pelas menores exportações de leite em pó desnatado dos Estados Unidos.
Os preços globais também deverão ser ajudados pela sustentada demanda por produtos lácteos resultante do crescimento populacional e do aumento das rendas em importantes países em desenvolvimento importadores.
A produção mundial de leite deverá aumentar em pouco menos de 2% por ano entre 2004 e 2014, atingindo 747 milhões de toneladas em 2014.
Os inventários globais de leite de bovinos e búfalos deverão aumentar modestamente, mas as maiores produções médias contribuirão principalmente para o aumento da produção. União Européia, Índia, Estados Unidos, Rússia, Paquistão, Brasil e China representam mais de dois terços da produção total de leite.
Os países em desenvolvimento deverão aumentar suas participações na produção mundial de leite, de 55% para 58% em 2014, com Índia e China sendo particularmente fortes. A produção de leite nos países que fazem parte da OECD (Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, República Tcheca, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Coréia, Luxemburgo, México, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, República Eslovaca, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos) permanecerá relativamente estável, mas um "crescimento substancial" na produção de leite está projetado para Oceania e os Estados Unidos.
A produção mundial de leite em pó integral, queijos e manteiga deverão crescer em cerca de 20%, enquanto a produção de leite em pó desnatado deverá cair em 5% até 2008.
A produção deverá aumentar para todos os produtos lácteos nos países que não pertencem à OECD, com investimentos no processamento acompanhando a produção.
Enquanto os mercados internacionais de lácteos permanecem escassos, com somente cerca de 7% da produção global de leite comercializada, alguns crescimentos nas importações deverão ocorrer até 2014.
A UE e a Nova Zelândia continuam dominando os mercados de exportação de lácteos. A participação da UE nas exportações deverá cair ou permanecer estável. "A Nova Zelândia, por outro lado, deverá manter sua forte presença em particular nos mercados de manteiga, queijos e leite em pó".
"No entanto, o surgimento da Argentina como um importante fornecedor de leite em pó integral poderá eventualmente desafiar a dominância da Nova Zelândia. A Argentina e alguns países do Leste Europeu estão também emergindo como exportadores crescentes".
Fonte: Stuff.co.nz, adaptado por Equipe MilkPoint
OECD: preços internacionais deverão cair no final do ano
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