A Organização das Cooperativas de São Paulo (Ocesp) firmou ontem um protocolo com o Banco do Brasil para acelerar a inclusão de parte de seus 160.800 cooperados do setor agropecuário nas regras do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

A medida permitirá aos associados das cooperativas agropecuárias e de crédito ter acesso a financiamentos com taxas de juros mais baratas do que a média dos produtores da chamada agricultura empresarial, onde é normalmente enquadrada essa parcela de produtores. "É um bom reforço para os nossos cooperados num momento de dificuldades de crédito", diz o vice-presidente da Ocesp, Maurício Miarelli, que comanda a Cocapec, de Franca.

Com essas medidas, a Ocesp calcula ser possível elevar em 50% o volume de financiamentos às cooperativas do Estado. Na temporada anterior, encerrada em julho, o BB emprestou R$ 330 milhões às 119 cooperativas agropecuárias paulistas.

O convênio com a instituição federal também permitirá aos associados de cooperativas ligadas à Ocesp mais facilidade a linhas de crédito dedicadas ao financiamento de mecanismos de proteção contra variação cambial e de preços (hedge) em bolsas e mercados futuros.

O protocolo busca ainda treinar e capacitar gerentes do BB e das cooperativas, para adequar o perfil dessas sociedades às linhas de crédito específicas já oferecidas pelo banco, mas ainda não usadas pelas sociedades. "Muitas vezes, as cooperativas têm linhas de financiamento específicas disponíveis no BB, mas faltam a elas informações sobre como se adequar ao perfil exigido e conseguir esses recursos", explica o presidente da Ocesp, Edivaldo Del Grande.

As 119 cooperativas agropecuárias paulistas registraram um faturamento de R$ 9,3 bilhões e exportaram US$ 1,07 bilhão em 2007. Responderam por 32,5% do faturamento e 44,2% das vendas externas de todas as cooperativas brasileiras no ano passado. A matéria, de Mauro Zanatta, foi publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.