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O que está acontecendo no mercado brasileiro?

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 06/09/2017

6 MIN DE LEITURA

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Dentre as diferentes variáveis que influenciam o mercado lácteo brasileiro, a produção nacional de leite é, provavelmente, a que mais diferença vem fazendo este ano.

Enquanto que em 2015 e 2016 a produção caiu, respectivamente, 2,8% e 3,7% (depois de 20 anos de crescimento ininterrupto!), os números preliminares deste ano mostram um aumento significativo dos volumes produzidos. Este aumento da oferta pode ser observado pela evolução dos volumes de produção dos participantes do MilkPoint Radar, aplicativo gratuito de compartilhamento de informações entre produtores de leite e consultores.

O crescimento da produção de junho em relação a maio foi de 6,4% e, no fornecimento de julho, o cenário indica também, crescimento de 5,7% nos volumes de produção em relação ao mês anterior. É possível notar, no gráfico 1, que estes valores seguem muito superiores à média histórica reportada pelo IBGE (de 1997 a 2016).

Gráfico 1. Variação de oferta entre os meses – MilkPoint Radar x IBGE (média histórica). Fonte: elaborado pelo MilkPoint Radar, com base em dados do MilkPoint Radar e IBGE.

mercado brasileiro de lácteos

Outro dado que chama atenção é o crescimento segundo o Índice de Captação – ICAP, apurado mensalmente pelo Cepea. Segundo este indicador, o crescimento acumulado dos volumes de leite captados pelas empresas pesquisadas é de 6,2% entre janeiro e julho deste ano em relação ao mesmo período de 2016. Chama a atenção a aceleração do crescimento dos volumes, chegando, no mês de julho deste ano, a um crescimento de 14,1% em relação ao índice de julho/2016 (gráfico 2).

Gráfico 2. Evolução do ICAP/Cepea – 2017 vs. 2016. Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado, com base em dados do Cepea.

mercado brasileiro de lácteos

Considerando que, de janeiro a julho de 2016 a produção formal de leite brasileira (segundo aferição da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE) foi de 12,9 bilhões de litros de leite, um crescimento de 6,2% nestes volumes em 2017 (conforme este sinalizado pela variação do ICAP) significaria cerca de 800 milhões de litros a mais no mercado. É importante informar, no entanto, que os dados oficiais do IBGE referentes a produção de leite no segundo trimestre de 2017 serão divulgados no próximo dia 14/09 (historicamente, o ICAP tem uma correlação com o índice oficial do IBGE da ordem de 89%).

Para o Diretor de Agropecuária da Aurora Alimentos, Marcos Antônio Zordan, o excesso de produção de leite vem preocupando o setor leiteiro de Santa Catarina. No último fim de semana, em uma rádio catarinense, ele destacou que o setor pode entrar em crise por excesso de produção, queda no consumo e importações, o que provocaria uma super oferta e comprometeria a renda das indústrias de laticínios, fato que refletiria na baixa dos preços pagos ao produtor.

Confira o áudio abaixo com Marcos Antônio Zordan:



Do lado das importações, assunto recorrente e preocupação bastante presente nas discussões do setor, os volumes comprados pelo Brasil no exterior de janeiro a julho deste ano são, em equivalente litros de leite, 13,5% menores que as compras de 2016. Em 2016, de janeiro a julho, foram internalizados cerca de 1 bilhão de litros de leite equivalente e, em 2017, este número foi de cerca de 869 milhões, um volume ainda significativo, mas cerca de 131 milhões de litros menor que no ano passado.
Do lado do consumo final, infelizmente o cenário é semelhante a 2016 e 2015.

Segundo dados da Nielsen, apresentados no Fórum MilkPoint Mercado realizado no início de agosto em Uberlândia, a queda de volumes de venda da cesta de lácteos (que agrega todos os derivados lácteos monitorados no varejo pela empresa de pesquisa) é de 4,5% no primeiro semestre deste ano em relação ao ano passado. Como todos sabemos, esta queda de consumo (e de vendas aos consumidores finais) tem grande relação com a situação de recessão da economia brasileira e com o elevado nível de desemprego, que juntos desestimulam o consumo de lácteos. Adicionalmente, vale lembrar que, nos primeiros 6 meses do ano, os preços ao consumidor para os queijos e leites em pó estavam mais altos do que em 2016, o que agrava a situação de consumo.

Neste cenário, vemos os preços caírem, já há algum tempo, no atacado (preços de venda da indústria aos canais de varejo), no mercado spot (leite vendido entre indústrias) e, mais recentemente, no varejo e ao produtor. Nessa linha, algumas redes varejistas estão realizando promoções para a venda de leite e escoamento dos produtos envolvendo várias marcas. 

Nos valores pagos aos produtores de leite a queda acumulada já ultrapassa os 12 centavos por litro, observada no aplicativo MilkPoint Radar nestes últimos meses. Observe no gráfico 3 abaixo como evoluíram os indicadores de preço nos últimos 12 meses de análise.

Gráfico 3. Evolução dos indicadores de preços líquidos do MilkPoint Radar.

Fonte: MilkPoint Radar


A queda nos preços tem sido a realidade para a maioria dos produtores que participaram do MilkPoint Radar em agosto - cerca de 83% de nossa base, podendo ser observada em todas as faixas de produção e variando entre -5 (abaixo de 250 litros/dia) e -9 (acima de 6.000 litros/dia) centavos – gráfico 1.

Gráfico 4. Preços líquidos por faixa de produção (leite pago em agosto). Fonte: MilkPoint Radar.

mercado brasileiro de lácteos

De forma geral, o cenário de queda de preços ao longo da cadeia tende a persistir, dado o quadro de crescimento (ainda significativo) da oferta e a falta de reação na ponta consumidora.

O que pode trazer novidades para este cenário?

De um lado, as quedas nos preços aos produtores e a sua intensidade daqui para frente podem trazer desestimulo à produção, reduzindo o ritmo de crescimento observado até o momento – isto reduziria o crescimento da oferta interna de leite. Ao mesmo tempo, as reduções de preços ao longo da cadeia produtiva podem voltar a estimular o consumo de lácteos, bastante sensível a variações de renda e de preço. 

Finalmente, a própria reação da economia brasileira pode ajudar. Segundo apuração do IBGE, a variação do PIB brasileiro no segundo trimestre deste ano (em relação ao mesmo trimestre de 2016) já deixou de ser negativa, com crescimento de 0,3%. Ainda que bastante pequeno, este crescimento do PIB já parece ter estimulado o consumo das famílias, também medido pelo IBGE, que apresentou crescimento de 0,7% no trimestre em relação ao ano passado. Seria uma luz no fim do túnel? Esperemos que sim.

De qualquer maneira, nesse momento de queda nos preços do leite, é muito importante que você produtor esteja sempre informado sobre a situação do mercado em sua região e em outras importantes bacias leiteiras do país. O MilkPoint Radar foi criado com a finalidade de possibilitarmos estas comparações de indicadores, melhorando a sua capacidade de gestão.

Por que não passar a utilizar o MilkPoint Radar e ter acesso a vários relatórios comparativos e informações de mercado, gratuitamente?

Participar do MilkPoint Radar é muito fácil e rápido! Em menos de 1 minuto você pode informar seus dados de preço, volume e qualidade do leite pelo aplicativo "MilkPoint Radar" ou pelo site www.milkpointradar.com.br e ficar por dentro do mercado de leite em todo o Brasil. As informações são tratadas com sigilo ABSOLUTO e o acesso é totalmente GRATUITO. Se quiser, pode ainda comparar os seus custos de produção e ter acesso a diversos comparativos. Já são mais de 1,6 milhão de litros monitorados por dia!

Participe do MilkPoint Radar e tenha mais informações sobre o que acontece no mercado de leite em todo o Brasil.

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LAÉRCIO JOSÉ FRANZON

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/09/2017

Prezado Argemiro, sem querer iniciar aqui um debate daqueles intermináveis que frequentemente se vê nas redes sociais, digo que concordo com sua proposta sobre a necessidade de uma ação concreta a ser realizada via internet. Mas apenas observo que, para mim, a situação de fragilidade dos produtores de leite brasileiros frente às grandes indústrias de laticínios é praticamente a mesma dos clientes bancários face às instituições financeiras que cobram, em nosso país, os juros mais caros do mundo.  É tudo caso de exploração desenfreada, totalmente sem controle, levada a cabo pelo polo mais forte da relação "comercial"  sobre o lado desprotegido. Se alguém há que poderia estabelecer limites civilizados para os juros no mercado brasileiro e preços dignos para o litro de leite pago aos produtores essa entidade poderia ser o governo federal, digamos. Mas, Argemiro, o governo federal está no momento nas mãos do Henrique Meirelles que é o pai e a mãe dos banqueiros! Você acha que ele vai largar esse osso dos juros estratosféricos tendo ele o controle sobre o MInistério da Fazenda e o Banco Central? Um dia desses li um artigo do economista Luis Roberto Troster, ex-economista chefe da Febraban, no qual ele reconhece que somente o Banco Central (ou seja, o governo federal=política) pode dar jeito nos juros no Brasil: https://www.institutomillenium.org.br/artigos/torcida-brasileira/


Apontar o Meirelles como um dos grandes obstáculos para os produtores de leite alcançarem um preço justo para o produto não é mera questão de lamentação nem de posicionamento político. Creio que é uma questão de enxergar a realidade. O Meirelles pode até melhorar a remuneração do leite, mas isso somente depois que ele for eleito. E se o fizer será num ponto em que não se coloque em risco a "estabilidade" da economia que ele defende. Os produtores de leite no Brasil (os que recebem pouco, pois grandes produtores têm preços diferenciados) têm que começar a entender que a escolha dos nossos representantes políticos é fator fundamental para a questão do preço do leite ao produtor. O Meirelles, para quem não sabe, em 2007 publicou, como presidente do Banco Central do Lula, a  Resolução 3.516/2007 do CMN. Esta norma permitiu que os bancos em todo o país cobrassem uma tarifa ilegal, contra o Código de Defesa do Consumidor,  na liquidação de empréstimos antes do término do período contratado. Bilhões foram drenados dos clientes bancários graças a uma canetada matreira e impune do Meirelles. O Banco do Brasil e outros já perderam aqui em Brasília em 1ª e 2 instâncias várias ações coletivas. O problema é que chega no STJ e o peso dos verdadeiros donos do Brasil se faz sentir,Faz 4 anos que a ação civil pública contra o BB está "esperando" ser julgada no STJ... É muita impunidade. É muita covardia. Assim, Argemiro, creio que é fundamental um movimento do tipo que você propõe, mas acho tb imprescindível uma tomada de consciência pelos produtores para poder começar a discernir os inimigos.
ARGEMIRO MAGALHÃES

SÃO GONÇALO DO SAPUCAÍ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/09/2017

Não adianta as lamentações, somos mais de 1200000 produtores temos que nos unir e lutar  em busca de uma remuneração justa . Para que a atividade permita ao produtor poder viver dignamente , com uma remuneração justa e deixarmos de ser filantropos. Hoje temos através das redes de comunicações um forma moderna de fazer um movimento amplo com o envolvimento de todos os produtores de leite do Brasil. Vide os movimentos sociais que tem ocorrido nos últimos três anos no país de caráter político- social que têm conseguido resultados excelentes junto as instituições públicas e já com mudanças concretas . Porque nós produtores de leite não podemos usar a mesma estratégia? Será que nós só sabemos tirar leite? É não somos capazes de fazer um movimento de luta de abrangência Nacional?
LAÉRCIO JOSÉ FRANZON

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/09/2017

Essa redução de preços é obra do Henrique Meirelles que quer turbinar sua candidatura a presidente da República em 2018 para os bancos continuarem no comando do governo federal. Com a queda dos preços do leite, o consumo cresce e a economia se aquece. O produtor de leite é peça menos que secundária no plano de conquista do poder dos mega políticos.
DARCY CHAVES JÚNIOR

MORRINHOS - GOIÁS

EM 11/09/2017

Perdi a vontade até de manifestar, mas fazer mais uma tentativa e nos associar a ABRALEITE. À convite de um outro produtor de leite me associei. É uma associação de Produtores de leite, criada no Distrito Federal mas que representará os Produtores de Leite de todo Brasil. Tenho acompanhado as atuações dela, e já tem alguns resultados.
MARLUCIO PIRES

EDEALINA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/09/2017

Apenas acho estranho responsabilizar o aumento da produção pelas quedas nos preços,  pois se temos excesso de produção, pq importar? Se estivéssemos com leite sobrando, os preços tinham mesmo que cair, e passarmos a exportar, já que o leite nacional está mais barato que o internacional. Agora, o preço ao produtor cai, mas continua entrando leite impoetado? Qual o sentido. Sinto cheiro de manobra pra forçar os preços pra baixo. Apenas tomem cuidado indústrias, como a matéria acima  citou,  o desistimulo à produção pode lhes trazer complicações num futuro próximo
JOSELITO GONÇALVES BATISTA

UBERABA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/09/2017

A matéria retrata a realidade vivenciada pelo setor lácteo no mercado atual. Mas esconde a grande verdade que está impactando e prejudicando , bem como inviabilizando e até mesmo sacrificando o elo produtivo da cadeia. Que uma política arcaica de décadas que em momento algum da segurança e sustentabilidade a produção. Sempre é o elo mais prejudicado por ser um seguimento sem real é responsável representação junto ao cenário político que norteia os rumos do negócio; mais a falta de união do setor para lutar por seus direitos, hoje inessistentes. Estas variações de mercado quanto a produção e suas implicações frete ao cenário econômico são situações que conhecemos e vivenciamos ao longo de décadas. Mas a covardia e até mesmo crime que está cometendo com o setor produtivo é no mínimo uma falta de consideração e responsabilidade. Por exemplo: a indústria quando precisa do leite spot para fazer estoque regulador agride  preço do produtor para baixar o spot , assim que recompõe seus estoques deixam o mercado spot e voltam ao produtor com melhores ofertas , assim o spot sobe e o produtor fica mais interessante ... até quando vamos ficar à mercê de tudo isto ???
JUNIOR CESAR GOTTEMS

SÃO MARTINHO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/09/2017

Olá Boa noite. Sabe oque me intriga muito. É que quando olha as datas de fabricação dos produtos lácteos. Estão com 10 a 15 dias de fabricação. Então certas informações não fecham. O detalhe é que vem se dizendo a 3 a 4 meses em estoques altos. Porém venho observando as datas de fabricação a meses. E de todos os produtos lácteos. Com algumas exceções. Ex leite condensado. Que estão com mais de 90 dias de fabricação. O restante a fabricação é de 15 a no máximo 30 dias. E isso não condiz com exceço de produção.
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/09/2017

Realmente é uma falta enorme de consideração com o produtor de leite, uma covardia , porque os custos, energia, óleo, remédios , enfim , tudo aumenta de prêço, e ainda mais nessa época , o prêço não sobe, desce, e os mercados , não abaixam suas margens de lucro , então,  brincam com os produtores de leite, é enganado, roubado, não sei até quando.

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