Nestlé traz novidade no setor de sorvetes

A Nestlé está trazendo para o Brasil a marca global líder em cones de sorvetes, Extrême, que vai concorrer diretamente com o Cornetto, da Kibon, divisão da anglo-holandesa Unilever. A disputa deve acirrar a guerra na linha premium de sorvetes industrializados, que já acontece entre o Magnum (Kibon) e o Mega (Nestlé).

Entre investimentos em maquinário e campanha de marketing, incluindo comerciais na TV, a gigante suíça vai gastar R$ 10 milhões no lançamento do Extrême Gold, um cone feito de chocolate puro, no lugar da tradicional casquinha de biscoito. "Ainda não somos líderes em vendas, mas já somos líderes em visibilidade, inovação e atitude", diz o gerente na linha impulso de sorvetes Nestlé, Sérgio Giorgetti.

A meta da Nestlé é conquistar em um ano seis pontos percentuais no segmento impulso (como é chamado o mercado de picolés) apenas com o Extrême Gold. Segundo dados da ACNielsen, no ano passado a Kibon era dona de 55,7% do volume vendido de picolés, enquanto a Nestlé ficava com uma fatia de apenas 18,2%. A multinacional suíça, porém, desconsidera esses números como retrato do mercado, já que tem investido especialmente em canais alternativos de vendas, que não são auditados pela consultoria.

Os investimentos da Nestlé no mercado de sorvete têm sido agressivos, não só em marketing e inovações, como em distribuição. Nos últimos dois anos, os sorvetes Nestlé passaram a ser distribuídos nas regiões Norte e Nordeste, além de pontos-de-venda alternativos como farmácias, bancas de jornais, metrô e quiosques de praia.

Um grande lançamento poucos dias antes do início do inverno também é uma ousadia, lembra o gerente da unidade Sorvetes da Nestlé, Gilberto Mônaco. "Pretendemos mudar a sazonalidade de sorvetes que existe no Brasil", diz o executivo, lembrando que o produto é consumido o ano todo em outros países. Os meses de outubro a março respondem por 65% das vendas da Nestlé.

A indústria sofreu com a última temporada de verão, que registrou queda entre 4% e 5% nos volumes por conta das chuvas. A Nestlé, segundo Mônaco, não registrou queda nas vendas. "Já não dependemos tanto do tempo", afirma.

A estratégia é lançar sorvetes "menos frios", à base de chocolate, aproveitando a força da marca Nestlé no mercado de tabletes e bombons. Este é o caso do Extrême Gold, que promete ser a única casquinha de chocolate por muito tempo. "Trouxemos uma tecnologia diferenciada. Dessa vez não será tão fácil de copiar, como foi o Mega Trufa", diz ele, dando uma estocada no Magnum Special, lançado pela Kibon no ano passado. Neste inverno, a rival está fazendo outro lançamento na linha Magnum, um sorvete recheado com trufa de gianduia.

Fonte: Valor OnLine (Marta Barcellos), adaptado por Equipe MilkPoint