Nestlé nega desmonte de unidade em Itabuna, Bahia

A unidade industrial da Nestlé em Itabuna, na Bahia, estaria sofrendo um processo de desmonte, já tendo sido desativadas as linhas de produção de leite Ninho e de leite em pó ensacado em embalagem de papel laminado (sachê). A denúncia foi feita pelo vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentos de Ilhéus, Itabuna e Uruçuca (Sindicacau), Luiz Fernandes Ferreira Andrade, que disse ainda que o maquinário foi transferido para Montes Claros (MG) e São Paulo (SP).

Segundo o sindicalista, pelo menos 30 trabalhadores correm risco de perder o emprego na unidade de produção de leite em pó que se instalou na cidade há 24 anos. Ela já chegou a oferecer 700 postos de trabalho, que acabaram reduzidos para os atuais 200. Andrade denuncia ainda que, com a desativação da linha de leite em pó ensacado estão sendo dispensados pelo menos outros 15 trabalhadores.

Ainda de acordo com a denúncia, o processo gradual de desmonte coincide com o fim dos incentivos fiscais oferecidos pelo governo federal, através do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor). A indústria também teve isenção de 100% do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e 50% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), pelo governo da Bahia, além de incentivos concedidos pelo município de Itabuna.

Para o sindicalista, o processo de desmonte da fábrica de leite em pó se tornou mais acelerado desde que o grupo Nestlé se associou, através de joint venture, ao grupo lácteo neozelandês Fonterra, formando a empresa Dairy Partners Americas Brasil (DPAB).

Negativa

A assessoria de comunicação da Nestlé, em São Paulo, negou que sua unidade do sul da Bahia esteja passando por qualquer processo de desmanche, mas confirmou a transferência de um secador para outra unidade do grupo, em julho passado. Foi dito que a indústria opera com 90% de sua capacidade instalada e não cogita o encerramento de suas atividades.

Quanto à desativação de uma linha de fabricação de leite Ninho, isto ocorreu há cinco anos. Mas a produção de leite em pó em sachê foi desativada no início de agosto, sem nenhum impacto nos postos de trabalho da unidade, garante a empresa. O processo de joint venture, por sua vez, não é recente, como fez supor o sindicalista, tendo se dado em janeiro de 2003, informou a asessoria.

Fonte: A Tarde/BA (por Luiz Conceição), adaptado por Equipe MilkPoint