MT: seminário aborda sustentabilidade da produção leiteira

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Mais de cem produtores de leite do norte do Mato Grosso participaram do I Seminário sobre Sustentabilidade da Produção de Leite do Território Portal da Amazônia discutindo como aumentar a produção com baixo impacto ambiental, na última sexta-feira, dia 27. A região, responsável por 20% do leite produzido no estado, é justamente a do arco do desmatamento, o que justifica o foco da discussão.

A bacia leiteira do Norte enfrenta sérios problemas de produtividade. O produtor que consegue uma renda aceitável tem muitas vacas produzindo pouco leite, criados extensivamente em pastagens mal manejadas. Os problemas enfrentados vão desde dificuldades com alimentação dos animais durante a seca, passando pela degradação das pastagens até a tímida organização dos produtores na hora de vender o leite para as agroindústrias e a infra-estrutura precária para escoamento da produção.

"Nós estamos vivendo hoje o que os estados tradicionais da produção viveram há 30 ou 40 anos atrás", aponta Alexandre Olival, do Instituto Ouro Verde, organização não-governamental que promoveu o evento. "Aqui a gente tem uma chance efetiva de fazer um desenvolvimento diferente, cometendo os mesmos acertos que estes estados fizeram e desviando dos erros", completa Olival.

Baseado num amplo diagnóstico da produção leiteira no Portal da Amazônia, Olival sugere que o caminho para melhorar a produtividade e a renda na região não passa necessariamente pelo aumento da área ocupada pelo gado de leite. Segundo ele, é preciso pensar em tornar a extensão rural mais eficiente e melhorar a gestão das propriedades, mas também investir no capital social. Alexandre ainda diz que, para a realidade do Nortão, o leite não é uma alternativa de desenvolvimento econômico, mas uma cultura já estabelecida, que registrou um crescimento de cerca de 118% nos últimos 15 anos. Uma melhora imediata nas condições de produção e na vida dos agricultores é urgente e pode ser, segundo Olival, uma porta em direção a uma produção sustentável a longo prazo.

Melhorar a produção sem aumentar o desmatamento

Uma saída para o dilema produção x desmatamento pode ser a pecuária orgânica. Robert Macedo, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, aposta na produção sustentável de leite para que a pecuária leiteira conviva bem com as florestas. Segundo ele, a transformação do convencional para o orgânico não é fácil, pois exige um nível de desenvolvimento tecnológico maior. Ele explica que, para produção orgânica de leite, é preciso interação com o ambiente local, utilização da cultura regional junto com a produção de leite e adaptação das tecnologias para a realidade local. Para todas estas coisas já existem tecnologias, inclusive desenvolvidas pela Embrapa, mas sua implementação exige apoio técnico especializado, um dos gargalos da produção leiteira.

O custo inicial de implementação de uma produção orgânica também é mais elevado, mas o custo de produção tende a igualar podendo mesmo ficar mais baixo do que o convencional em um período de cinco a dez anos. A unidade da Embrapa Gado de Leite em Goiás vem desenvolvendo pesquisas sobre pastagens consorciadas com leguminosas, arbustos e árvores, além de adubação orgânica e fitoterapia.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Instituto Ouro Verde, adapatado por Equipe MilkPoint
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