Segundo matéria do jornal Valor Econômico (08/06), para evitar o aprofundamento de uma crise que levou ao atraso de pagamento de fornecedores de leite e outras matérias-primas, a Mococa fechou um acordo com a Centerfarma, subsidiária da Brasfrigo, braço de alimentos do grupo mineiro BMG, que controla o banco do mesmo nome. Pelo acordo, iniciado em 22 de maio passado, a Centerfarma compra a matéria-prima para fabricação dos lácteos, e a Mococa dá a produção como garantia. Cerca de 5% da rentabilidade líquida resultante da operação final fica com a Centerfarma.
O gerente-financeiro da Mococa, Antonio Carlos Silva, explica que o acordo visa viabilizar as operações da empresa, afetadas pela dificuldade em obter capital de giro desde novembro passado. Esse quadro levou ao atraso do pagamento de fornecedores a partir de março deste ano e fez a empresa reduzir a produção para 40% de sua capacidade. Parte dos produtores de leite também deixou de entregar o produto para o laticínio. Porém ele destaca que a crise da empresa não provocou demissões entre os 220 funcionários e que a operação "está voltando ao normal".
A Mococa, que foi adquirida pelo grupo goiano Kremon em julho de 2003 da holandesa Royal Numico e faturou R$ 300 milhões ano passado, vinha obtendo parte do capital de giro via operações de recebíveis junto a 10 bancos de pequeno porte, mas viu a oferta de recursos minguar após a intervenção no Banco Santos em novembro passado. "A captação de bancos menores foi afetada porque a oferta de crédito diminuiu", afirma Silva. Mas a Kremon também teve dificuldade em capitalizar o laticínio porque não conseguiu concretizar operações de venda de ativos em outros setores em que tem investimentos. A expectativa era utilizar esses recursos para capitalizar a Mococa, de acordo com Silva.
Segundo o vice-presidente executivo do BMG, Roberto Rigotto, a Centerfarma antecipou à Mococa R$ 13 milhões em recursos para pagamento de fornecedores. Ele afirma que o acordo permitirá ao laticínio continuar produzindo sem ter de recorrer a operações financeiras convencionais. "É uma gestão financeira sem entrar no negócio. A Centerfarma não entra como sócia, não faz empréstimo e garante que a indústria continuará operando", explica. Não há encargos financeiros na operação.
Além da compra da matéria-prima, como leite e embalagens, a Centerfarma também emite a nota fiscal de venda dos produtos, e os fornecedores faturam contra a Centerfarma. Conforme Rigotto, esse procedimento é uma garantia para fornecedores e clientes.
Silva não informou o valor da dívida com produtores de leite e fornecedores, mas disse que os pagamentos dos atrasados estão sendo negociados pela empresa.
Além da unidade de Mococa, onde produz leite condensado, creme de leite e achocolatados, a empresa tem fábrica em Cerqueira César (SP), adquirida da Parmalat. Segundo Silva, a intenção é ampliar o acordo com a Centerfarma também para essa unidade, onde a empresa fabrica creme de leite, leite condensado e a linha festa. O acordo atual envolve a produção de lácteos da unidade de Mococa.
Rigotto explica que o prazo do acordo é indeterminado, assim, quando a situação financeira da empresa se equilibrar, o acordo pode ser desfeito.
Fonte: adaptado do Valor
Mococa fecha acordo para conter crise
Publicado por: MilkPoint
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LUIZ CARLOS LAURIANO JARDIM
RIO CLARO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 11/06/2005
Mococa, Nilza e outras tantas que não se declaram em dificuldades.
Para onde está caminhando o setor? Onde erramos? Como corrigimos esses erros? São perguntas que não querem calar.
Sugiro aos que tem o poder de fazê-lo, que se realize um encontro entre as empresas do ramo que se encontram em dificuldades para debater rumos e parcerias, tirando da lama um ramo tão importante no contexto nacional.
Luiz Carlos Lauriano Jardim
Coop. Lat. S.C. e R.Claro
Para onde está caminhando o setor? Onde erramos? Como corrigimos esses erros? São perguntas que não querem calar.
Sugiro aos que tem o poder de fazê-lo, que se realize um encontro entre as empresas do ramo que se encontram em dificuldades para debater rumos e parcerias, tirando da lama um ramo tão importante no contexto nacional.
Luiz Carlos Lauriano Jardim
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