Mercosul adia envio de nova oferta para europeus

Os governos do Mercosul conseguiram ontem ampliar a lista de produtos industrializados a serem incluídos na negociação do acordo de livre comércio com a União Européia. A lista foi ampliada de 87,5% dos produtos comercializados entre os dois blocos, para 90%, embora traga uma proposta mais tímida de abertura do mercado automobilístico, em relação à apresentada anteriormente, e exclua os setores químico e têxtil.

O detalhamento da proposta obrigará o Mercosul a adiar a apresentação da sua oferta aos europeus, de hoje para segunda ou terça-feira.

Na área agrícola, na lista de produtos processados industrialmente, as divergências entre os sócios impediram uma liberalização maior. O Brasil propunha tarifa zero para chocolates, o que a Argentina não aceitou, a idéia de liberalizar o setor de fumo esbarrou nas restrições que a Receita Federal brasileira faz às compras de cigarros dos sócios. Um ponto considerado fundamental pelos europeus, a garantia de exclusividade para o uso de denominações geográficas em agrícolas (como presunto de Parma ou queijo Roquefort) é considerado por fontes do Brasil e da Argentina um trunfo importante nas negociações.

A forma de atuação da diplomacia vem despertando críticas das organizações não-governamentais reunidas na Rede Brasileira pela Integração dos Povos (Rebrip), que acompanha todas as negociações comerciais em que o Brasil está envolvido. A Rebrip acusa o Mercosul de aceitar pressões dos grandes produtores agrícolas.

Fonte: Valor OnLine (por Sérgio Leo), adaptado por Equipe MilkPoint