Meirelles diz que defesa sanitária pede ação global

A globalização traz cada vez mais o mercado para perto dos produtores, facilitando e ampliando as vendas, mas também expõe a produção a novos riscos até então inexistentes. No setor de carnes, por exemplo, a doença da "vaca louca" e a gripe aviária avançaram por vários países nos últimos anos. No setor de grãos, a ferrugem asiática, após uma lenta passagem da Ásia para a África e desta para a América do Sul, tomou ritmo mais rápido e já está nos Estados Unidos.

Esse novo cenário coloca em xeque medidas isoladas de proteção e de inspeção de alimentos e exige, cada vez mais, atuações intercontinentais. Por isso, deve ser adotado o conceito de cadeia produtiva, segundo o secretário paulista da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos de Souza Meirelles.

Ele diz que começa a haver uma consciência da necessidade de envolvimento intercontinental entre governos e setores privados na busca da saúde pública veterinária e da inocuidade dos alimentos (garantia de produtos saudáveis).

Esse foi o objetivo de recente encontro de ministros de Agricultura e de Saúde de 34 países no México. Dois comitês discutiram febre aftosa e inocuidade alimentar.
O de febre aftosa (Cohefa, Comitê de Erradicação da Febre Aftosa) mostrou que já existe uma preocupação continental com a doença.

Um resultado prático foi o programa que o Giefa (grupo de combate à aftosa) montou para o continente. Os investimentos iniciais serão de US$ 46,5 milhões e virão da iniciativa privada e de governos.

Na área de inocuidade de alimentos, o Copaia, comitê responsável pelas discussões no setor, fará a harmonização de toda a legislação e das regras dos organismos internacionais (Codex, OIE e CIPP).

Fonte: Folha de S.Paulo, adaptado por Equipe MilkPoint