Marcos Jank: País tem condições de ser um dos líderes mundiais
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 2 minutos de leitura
Segundo os participantes, a União Européia, hoje maior exportadora do produto, tende a sair do mercado após a eliminação dos subsídios prevista na reforma da Política Agrícola Comum (PAC) e na rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Em 20 anos, os grandes fluxos de leite estarão saindo da América do Sul e da Oceania para a Ásia. "Por isso é que eu acho um absurdo deixar o leite de fora do acordo entre o Mercosul e a União Européia", disse ele, referindo-se à pressão que vem sendo feita pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) sobre o Itamaraty.
"Não tem o menor cabimento deixarmos o leite de fora do acordo, porque, se as tarifas caírem dos dois lados, o fluxo de leite será daqui para a Europa e não o contrário", afirmou Jank. Ele disse que o custo do leite europeu é de duas a três vezes maior do que o brasileiro, o que só é compensado com pesados pagamentos de subsídios aos produtores. "O ideal é prever um mecanismo de compensação dos subsídios enquanto eles existirem, tal como está na proposta do Mercosul", disse.
Na sua avaliação, o pequeno produtor será o primeiro a ser beneficiado caso o Brasil passe a ser um grande exportador de leite. "O ganho decorrente de um maior acesso ao mercado europeu é muito maior do que o de manter a proteção", comentou. "Chega a ser irônico o Brasil, que está na posição de poder ser um grande player no mercado mundial, não fazer uma abertura para proteger o mercado interno". Ele lembrou que o potencial de crescimento do País é reconhecido até por seus concorrentes. Empresas da Nova Zelândia já estão investindo aqui, de olho nas perspectivas para os próximos anos.
No caso do leite, o desejo de abrir o mercado local para ter melhor acesso ao mercado europeu é compartilhado pelo Uruguai. Durante a elaboração da proposta do Mercosul, os diplomatas brasileiros até pensaram em manter alíquotas de importação mais elevadas para o leite. No entanto, os uruguaios pressionaram pela abertura e acabou-se chegando a um meio termo. Foi mantida a proteção apenas para o leite em pó integral. O MDA, porém, acha essa proteção insuficiente e calcula prejuízos da ordem de R$ 2,12 bilhões ao ano para o produtor.
Fonte: Estadão/Agronegócios (por Lu Aiko Otta), adaptado por Equipe MilkPoint
Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.
Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!
Publicado por:
MilkPoint
O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.