Maioria considera que pecuária leiteira vive melhor momento

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 4 minutos de leitura

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De acordo com a Enquete MilkPoint, 82% dos participantes acreditam que a pecuária leiteira vive o seu melhor momento desde o ano 2000.


Dentre eles, estão Marcel Scalon Cerchi, empresário de Sacramento, Minas Gerais, Marcos Goulart, trading da Hoogwegt do Brasil Ltda, Geraldo Antonio Pereira Coelho, supervisor de compra do laticínio Bela Vista em Anápolis, Goiás e Gustavo Eduardo Sauter Groff, médico veterinário da Agropecuária Tradição, em Senador Salgado Filho, Rio Grande do Sul.

Melhor momento

"O menor volume de importações, as exportações ainda aquecidas e o mercado interno estável, estão fazendo com que os anos 2004/5 sejam os melhores para a atividade leiteira desde 2000," destaca Carlos Alberto T. Zamboni, da Kremon do Brasil.

Antônio Roberto Polito Medeiros, produtor de leite em Guaxupé, Minas Gerais e Roberto Jank Jr., diretor Agrindus S/A em Descalvado, São Paulo, acrescentam que o Brasil conseguiu controlar as importações desenfreadas do passado e aumentar as exportações de produtos lácteos. Eles salientam que uma das conseqüências do controle de oferta e demanda é a melhora na remuneração do pagamento aos produtores de leite. "Um reflexo importante é a estabilidade", afirma Jank.

Para Medeiros e José Geraldo Vaz Almeida, produtor de leite em Amargosa, Bahia, há ainda como fator positivo para a cadeia do leite os menores preços dos insumos e o aumento do consumo de lácteos. Medeiros salienta que isto é conseqüência da pequena elevação da renda média da população.

Esta opinião é compartilhada por Oscar Edmundo Rahmeier, empresário em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Julio Nicolau, produtor de leite, Anderson Jorge de Assis, pesquisador da Universidade Federal de Viçosa e Rogério Groth, consultor em Itapiranga, Santa Catarina, que acreditam que o grande momento vivenciado pela pecuária leiteira do Brasil se deve ao mercado internacional, o qual exige produção com qualidade. Groth acrescenta que "a entrada da IN 51 a partir de julho deste ano, que normatiza a produção e a qualidade do leite no país, está deixando os produtores muito ansiosos e otimistas referente ao futuro da pecuária de leite".

Martinho Mello de Oliveira, produtor de leite em Paranaíba, Mato Grosso do Sul e Jaime de Carvalho Neto, produtor de gado de corte em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, afirmam que "a produção de leite passa por um momento extraordinário". Segundo Oliveira, "o produtor está mais prudente, com o objetivo de evitar ser surpreendido com importações na entressafra, que causariam queda de preço. Assim este é o momento para se produzir com maior eficiência, diminuir os custos e melhorar a qualidade". Oliveira ainda destaca que haverá aumento do consumo interno e ampliação cada vez maior das exportações.

Airton José Prediger, consultor em Cerro Largo, Rio Grande do Sul acredita que a estiagem no Rio Grande do Sul, a qual prejudicou lavouras de soja e milho, diminuindo a produção de grãos no estado, e também debilitou as pastagens, causou diminuição de oferta de alimento para os animais leiteiros. Em conseqüência deste cenário, Prediger ressalta que houve queda de produção leiteira e menor volume de leite captado pelas indústrias. Ele acrescenta que devido a esses fatores houve melhoria na remuneração paga aos produtores, estando a pecuária leiteira em grande momento.


Daniel d`Ávila, da Avipal S.A, em Cruz Alta, Rio Grande do Sul comenta que há dois tipos de produtores: o primeiro, que buscou novas alternativas, melhorando índices reprodutivos, produtivos e econômicos e o segundo que manteve perfil extrativista, não investindo no setor. Daniel ressalta que o primeiro tipo de produtor fez "surgir um novo modelo de produção, o modelo da empresa rural com estabilidade, clareza do negócio e visualização de um futuro promissor". Dargo da Matta Miranda, Produtor de leite em Belo Horizonte, Minas Gerais, acrescenta que apenas aqueles que persistiram na atividade leiteira estão sendo recompensados por melhor remuneração do leite e valorização do rebanho.

Porém, José de Jesus Santos, da Estância Três Irmãos, Santo Anastácio, São Paulo alerta que "o que está acontecendo agora é a falta do produto leite em volume suficiente para atender a demanda de mercado".

José A. C. Lançanova, pesquisador em Ibiporã, Paraná, destaca que mesmo que o custo de produção do leite no inverno seja mais alto do que nas águas, a atividade leiteira é uma ótima opção para pequenas propriedades rurais. Ele acrescenta que "a abertura de novos mercados para o complexo leite continuará tendo papel fundamental no crescimento do setor".

Para Jairo Braga, produtor de leite em Garanhuns, Pernambuco, "a pecuária leiteira só precisa de estabilidade de mercado, de confiança que não haverá oscilações de preços como nos anos anteriores. Se houver isso, ela reage e faz sua parte, e faz muito bem. O produtor de leite só precisa de uma política clara e transparente", pondera.

Não é o melhor momento

Miriam de Macedo Galvão, diretora comercial da Metalúrgica Induscon em Londrina, Paraná, salienta que "vivemos em um momento delicado. Apesar do mercado agropecuário ser a base econômica de nosso país, este não tem como se desenvolver com tantos impostos, juros e dólar em baixa". Ela faz um apelo ao governo, pedindo que pequenos e médios produtores tenham tratamento diferenciado.

José Marcio Fernandes Caroso, produtor de leite em Itaju do Colônia, Bahia, afirma que "no Estado da Bahia falta concorrência entre as empresas compradoras de leite". Segundo ele, grande parte das cooperativas está quebrada ou em processo de falência.

José Ricardo Vilkas, produtor de leite em Angatuba, São Paulo, acredita que em 2004 o preço remunerado pelo leite era melhor que o obtido atualmente.

Manuel, produtor de leite em Brasília, Distrito Federal, salienta que "os custos para produção de silagem, mesmo com recursos do empréstimo pecuário do governo federal, tornam onerosa a produção leiteira".

É importante salientar que a enquete MilkPoint não tem o objetivo de quantificar opiniões com rigor estatístico, apenas mostra a opinião dos leitores sobre determinado assunto. Nessa enquete, 84 pessoas votaram.

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Fonte: MilkPoint
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