
Dentre eles, estão Sérvio Túllio Lara de Vasconcelos, da Itambé de Belo Horizonte, Minas Gerais, Adilson Fagundes, técnico responsável pela Cooperoeste em São Miguel d'Oeste, Santa Catarina, Marcos Ottoni de Almeida, professor adjunto da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Joaquim Rezende Pereira, da Embrapa gado de Leite de Juiz de Fora, Minas Gerais, Marcel Scalon Cerchi, empresário de Sacramento, Minas Gerais, Luiz F. A. Marques, professor da UFES, Vitória, Espírito Santo, Antonio Carlos Garcia, gerente da Alibra Ingredientes Ltda, Campinas, São Paulo, Luiz Batista de Rezende, produtor de leite em Goiânia, Goiás, Maria Lúcia Andrade Garcia, diretora da Cayuaba Genética e pecuária LTDA em Belo Horizonte, Minas Gerais, Eduardo Fonseca Portugal, técnico da Frimesa, no Paraná, Antônio Chagas Lima, gerente da DSM Nutritional Products, Luiz Eduardo Moraes, da Danone e Vicente Nogueira, do Sítio Violeta, em Uberlândia, Minas Gerais, entre outros.
Sim
Juliano Antonio Nogueira Silveira, consultor em Iporá, Goiás, acredita que com o advento de um mercado aberto e a franca concorrência entre as indústrias de laticínios por produtores mais especializados, os laticínios se preocupam em oferecer confiança, respeito e honestidade nas negociações de compra. Assim, salienta Silveira e Aliosmar de Oliveira, produtor de leite em Goiânia, Goiás, "as indústrias de laticínios procuram compartilhar dados de mercado, vendas, tendências de produção e perspectivas futuras com seus produtores e associados". Oliveira complementa que a indústria tem buscado estar próximas de seus clientes, principalmente produtores rurais, através da prestação de serviços de veterinários e zootécnicos. Silveira acredita que este comportamento dos laticínios tem o intuito de fazer com que os produtores participem mais da cadeia láctea, não só produzindo leite, mas se informando de todos os fatos que influenciam a atividade.
Para Yuri Alves Tavares que trabalha com desenvolvimento de fornecedores da Ilpisa - Valedourado em Itapetinga, Bahia, "a relação entre o produtor indústria está melhorando, visto que a qualidade do nosso leite também está melhorando". Ele ressalta que a melhora da qualidade do produto leite resulta em melhor relação entre custo e benefício dos laticínios, pois melhora o rendimento industrial e o potencial econômico. Com isso, a aceitação do produto final no mercado é melhorada, consequentemente beneficiando o produtor com melhor preço pago pela qualidade do leite, afirma Tavares.
Paulo Maurício Furtado de Oliveira Dantas, produtor de leite em Valença, Rio de Janeiro, salienta que em várias regiões do sul de Minas e interior do estado do Rio de Janeiro, a relação entre produtor e indústria varia de acordo com o tipo de indústria. Segundo ele, a produção leiteira que é vendida às cooperativas está um tanto quanto desgastada pelo fato das mesmas estarem em processo decadente ou até mesmo de falência em alguns casos. Porém, ele ressalta que o relacionamento produtor/indústria privada, está em pleno crescimento. Porém Almir Begnini Menin, produtor de leite em Francisco Beltrão, Paraná, afirma que o sucesso entre a relação laticínios e produtores será melhor quando negociado em grupo de produtores.
Paulo Erni Schneider, de Carazinho, Rio Grande do Sul, afirma que "o produtor está sabendo negociar melhor seu produto e a indústria está mais aberta ao diálogo, vendo o produtor como parceiro".
"A melhora da relação do produtor com a indústria é, ao meu ver, o fator determinante do sucesso de toda a cadeia leiteira. Sem isso, fica inviável a produção no Brasil a longo prazo", afirma João Francisco Colombo da Fazenda Boa Vista, Santo André, São Paulo.
Para Alexandre Neves, produtor de leite em São Paulo, o fato da informação chegar ao produtor com cada vez maior rapidez faz com que a relação tenda a melhorar.
Segundo Marcos Ortiz, agente de compras da Líder Alimentos, a relação tem melhorado, mas o problema tem sido a concorrência desleal que, muitas vezes, atrai os produtores, jogando por terra o trabalho realizado. "Isso dificulta o relacionamento, pois é utilizado como instrumento de pressão por preços", comenta.
Não
Genecio Feuser, produtor de leite em Paranavaí, Paraná e Wander Grossi de Miranda, agente de Inspeção Federal do Ministério da Agricultura, em Minas Gerais, compartilham da mesma opinião de que a maioria das indústrias vê os produtores como adversários. Feuser ressalta que os produtores e as indústrias deveriam agir como parceiros, pois só assim será possível vencer os obstáculos.
Antonio Perozin, produtor de leite em São Paulo acredita que, "enquanto os produtores de leite estiverem dispersos, como acontece no Estado de São Paulo, quem manda é quem sempre mandou, os laticínios". Segundo ele, os laticínios ditam as regras de acordo com suas necessidades. Esta opinião é compartilhada por Marcelo Menezes Leite, produtor de leite em Goiás, Edvalson de Sousa Martins de Goiânia, Goiás, Paulo César Resende, de Contagem, Minas Gerais, Luiz Valdir Alves Rego, produtor de leite em Goiás, Goiânia, Edson Gonçalves, consultor em São Paulo, e por Antônio Julião Damasio, presidente da Colaso, em Sorocaba, SP, entre outros.
Para Martins, os laticínios não se preocupam com os problemas enfrentados pelos produtores, os quais são um dos elos mais importantes da cadeia. Martins afirma, "nós produtores estamos muito distante da política dos laticínios". Alves exemplifica que a solução seria o fortalecimento das entidades representativas dos produtores, através de financiamento a juros subsidiados as cooperativas para repasse aos associados e longos prazos para pagamento do financiamento.
Paulo César exemplifica que, "nunca fomos chamados com o objetivo de negociar qualquer coisa, sempre somos informados das mudanças que procedem e às vezes ficamos sabendo muito depois que acontecem". Segundo ele, a melhora do preço do leite e queda dos preços dos insumos, fizeram com que o negócio tomasse um rumo diferente do que vinha acontecendo. Porém ele ressalta que "continuamos sem ter uma política de curto, médio e longo prazo". Ainda conclui que os produtores permanecem produzindo por teimosia. Vanessa Maria Cirilo Bueno, estudante da Universidade Federal de Viçosa, ressalta que as grandes indústrias precisam fornecer meios para que pequenos produtores se adaptem as novas exigências.
"Quando falta leite, a indústria é humilde e generosa, mas quando sobra leite, volta tudo com antes", disse um integrante da Cooperativa Agromilk.
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Fonte: MilkPoint