Linhas de créditos podem diminuir excesso de leite

Publicado por: MilkPoint

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O excesso de leite no mercado interno é tido como um dos fatores que contribuíram para a queda do preço do leite. Segundo Vicente Nogueira, diretor do departamento econômico da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL), há duas maneiras de reverter esse quadro. A primeira seria aumentar a exportação, difícil de se conseguir com a atual taxa de câmbio, que deixa o produto nacional muito caro perante o mercado internacional.

A segunda solução seria a utilização de linhas de crédito como os Empréstimos do Governo Federal (EGF), que visam financiar pequenas indústrias e cooperativas para a estocagem da produção, enxugando o mercado e promovendo sua recuperação.

Nogueira explica que o empréstimo tem duração de 180 dias e mais 180 dias de prorrogação, ou seja, a empresa tem quase um ano para esperar o melhor momento para comercializar o seu estoque.

Para ele e para Marcelo Costa Martins, assessor econômico da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, o que prejudica a aquisição do EGF é o preço mínimo desatualizado, estabelecido em R$ 0,38 para a região sudeste. Com isso, o volume captado por unidade de leite estocado é mais baixo. Eles sugerem que o valor do preço mínimo deveria ser de R$ 0,52.

Martins salienta que o valor máximo permitido por empresa é de R$ 10 milhões, mas ressalta que há tentativas para que esse valor aumente. Essa provavelmente tenha sido uma das causas para que, em 2005, tenha havido queda na captação de recursos destinados ao EGF. Em 2003, foram R$ 69,2 milhões, contra R$ 287 milhões em 2004. Em 2005, até 15de junho, apenas R$ 100 milhões haviam sido aplicados nessa modalidade de financiamento.

O assessor econômico esclarece que há também a linha especial de crédito a comercialização (LEC), que visa financiar capital para as empresas, com a mesma taxa de juro do EGF, 8,75% ao ano. Martins destaca que, no caso do EGF, apenas 70 a 80% do capital disponível são financiados com taxas de juros de 8,75 % ao ano, sendo o restante financiado de acordo com as taxas de juro do mercado.

"A diferença entre as duas linhas de crédito é que a LEC permite que a empresa realize o financiamento sem que haja indexação ao preço mínimo", afirma Martins. Ele também aponta a menor burocracia da LEC em relação ao EGF, além de não exigir decreto para ser aprovada.

Sobre os EGF, Nogueira ressalta que a grande dificuldade para as empresas adquirirem o capital para financiar a estocagem são as exigências de garantias requeridas pelos bancos. Segundo ele, a garantia do empréstimo deveria estar atrelada apenas à mercadoria financiada.

Martins enfatiza que além dessas duas linhas de créditos, há também o Adiantamento de contratos do câmbio (ACC). Ele explica que são cartas de crédito para exportação. Com isso, a empresa adquire o capital financiado assim que fecha o contrato de exportação e, quando o negócio é realmente realizado, a empresa devolverá o capital do financiamento adicionado das taxas de juros do mercado.

Reunião OCB/CBCL

As linhas de crédito disponíveis para o setor serão um dos temas discutidos na reunião da OCB/CBCL, a ser realizada no dia 20 de julho, em Uberlândia, Minas Gerais, no dia que antecede ao Interleite.

Fonte: Equipe MilkPoint
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Roberto Trigo Pires de Mesquita
ROBERTO TRIGO PIRES DE MESQUITA

ITUPEVA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 16/07/2005

Todos os agentes da atividade econômica formulam seus planos de negócio, safra a safra, com "way out", ou seja, uma saída lucrativa para fora da atividade.



No leite, o "way out" sem prejuizo está na produção da carne de vitelo a partir da criação de bezerros em aleitamento artificial com sucedâneos de leite em exclusiva dieta láctea até 140 dias de idade quando estão prontos para o abate com até 220 quilos de peso vivo.



Em períodos de oferta de leite cru maior do que a demanda ou de preços baixos causados por problemas cambiais, substitui-se o sucedâneo pelo leite "in natura" tirando do mercado o excesso de oferta e agregando valor pela transformação em carne de vitelo, uma carne cada vez mais valorizada nos centros gastronômicos nacionais e internacionais.



Está na hora das fazendas leiteiras formularem seus planos de negócios com objetivos de atendimento às demandas efetivas de mercado para produtos de alto valor agregado.
Qual a sua dúvida hoje?