Leite poderá ajudar no tratamento da leucemia

Após produzir hormônio de crescimento humano (somatotropina) a partir do leite pela empresa de Buenos Aires, Biosidus, o bioquímico Carlos Melo, usará o mesmo processo para obter um medicamento contra a leucemia.

O Centro de Biotecnologia Reprodutiva (Cibre), da Universidade de San Martín, em Montería, Colômbia, tentará produzir um medicamento contra um tipo específico de leucemia.

Qual a relação entre o leite de vaca e os medicamentos de uso humano?

"Trata-se de processos de alta complexidade, nos quais envolvemos vacas, ratos de laboratório, o homem e várias técnicas, como a transferência de genes e clonagem de seres vivos", disse Melo.

"Tomaremos células cancerígenas de um humano e as injetaremos em vários ratos de laboratório para que estes fabriquem anticorpos contra a doença. Uma vez reconhecido o anticorpo (que é uma proteína), estudaremos e usaremos o gene que leva informação para que esta proteína seja produzida. Posteriormente, por um processo de transferência de genes, o introduziremos no código genético da vaca para que esta, através do leite, nos forneça a proteína que buscamos".

"Uma vez comprovado que a vaca produz a proteína, clonaremos o animal ao invés de cruzá-lo; assim, formaremos um grupo de vacas clonadas que terão a capacidade de produzir e secretar em seu leite uma proteína que, isolada e purificada, será a matéria-prima para a fabricação de um medicamento eficaz e seguro para o tratamento da leucemia".

O objetivo final deste projeto não é obter leite para consumo humano, mas sim, obter uma melhora substancial dos processos de produção de medicamentos.

Os animais clonados se manterão confinados sob estritas medidas de segurança e biossegurança e não serão apresentados ao público, para manter a integridade da pesquisa, financiada pela Universidade de San Martín.

Fonte: El Tiempo, Colômbia (por Juan Carlos Dominguez), adaptado por Equipe MilkPoint