O setor agrícola está indo bem, apesar da crise econômica. O futuro parece particularmente brilhante para o setor leiteiro, de acordo com a visão do diretor de Alimentos e Agricultura do Rabobank Nederland, Ruud Huirne.

“Vemos o setor leiteiro e a agricultura e, em menor grau, a produção pecuária intensiva, em um bom desempenho, apesar da contínua crise. A única fonte de preocupação é e continuará sendo a horticultura”, disse Huirne, que prevê importantes oportunidades para o setor leiteiro em particular. “Isso tem tudo a ver com a abolição das cotas de produção de leite pela União Europeia (UE) em 2015. Isso cria livre competição e tanto os produtores como a indústria de processamento de lácteos podem se beneficiar disso. Esse setor está, afinal, extremamente forte; os holandeses têm uma boa imagem e nosso conhecimento e habilidade são incomparáveis”.

Huirne disse que várias companhias já estão explorando ativamente as oportunidades de crescimento. Ele disse, contudo, que alguns obstáculos precisarão ser superados antes. “Se as companhias terão permissão para expandir dependerá se o esterco será processado de forma responsável. O setor está desenvolvendo todos os tipos de iniciativas coletivas com esse propósito. Exemplos incluem secagem, incineração e purificação do esterno. Estou convencido de que essas iniciativas serão tomadas considerando o fato de que agora envolvem tecnologia comprovada. Porém, a questão é se o setor e os produtores individuais estão preparados para dar suporte aos planos, não somente com palavras, mas também com ações”.

Huirne calcula que o processamento de esterco atualmente ainda representa um importante custo de aproximadamente 12 a 13 euros (US$ 16,30 a US$ 17,66) por metro cúbico. “Ainda seremos capazes de transformar isso em um item de renda dentro de um futuro previsível. O refinamento do esterco libera uma variedade de componentes valiosos como fosfatos, minerais e vitaminas que podem produzir renda. Esse é um excelente exemplo do desenvolvimento em direção a uma economia circular, que é algo que nós, como Rabobank, apoiamos sem reserva. Além do esterco, também vemos boas iniciativas vindo de várias outras áreas, como processamento de miúdos. Existem exemplos convincentes das inovações que estamos desenvolvendo na Holanda e que também exportaremos no futuro.

O Rabobank serve como banco primário para quatro de cada cinco companhias de agricultura e, em seu papel, tenta estar presente para as companhias em vários setores, nos períodos bons e ruins. Ao mesmo tempo, Huirne vê o papel do banco mudando. “Acontecia frequentemente de sentarmos na cadeira do empresário quando ele vinha avaliar uma solicitação. Esses dias acabaram. Precisamos avaliar e facilitar os planos baseados em nosso papel como parceiro estratégico. Eles têm que saber o que querem como companhias. Eles precisam conhecer o mercado, determinar se existe suporte social suficiente, mapear os riscos apropriadamente, conhecer e examinar todos os aspectos financeiros”.

Os dados são do Rabobank traduzidos e adaptados pela Equipe MilkPoint.