A mega-cooperativa de lácteos da Nova Zelândia, Fonterra, não é mais responsável pela venda do leite mais barato do mundo, de acordo com o diretor de operações da cooperativa, Max Parkin.
Segundo ele, os neozelandeses estão enganados se pensam que este ainda é o caso. "Por muitos anos, nós nos orgulhamos de nossa vantagem natural, particularmente com relação aos países desenvolvidos, porque nossas vacas se alimentam de pasto. Porém, existem outros países agora que têm custos menores de produção do que o nosso", salienta Parkin.
Custa para a Fonterra 20 centavos de dólar produzir um litro de leite, comparado com 16 centavos na Argentina e no Chile, 18 centavos no Brasil e 22 centavos na Colômbia. Parkin disse que outro mito que existe é que o tamanho das plantas da Fonterra faz dela a produtora de menor preço do mundo.
A coleta de leite da Nova Zelândia de 180 dias inteiros equivalentes por ano não é a melhor curva para uma fábrica de lácteos comparado com os 300 dias na Europa, disse ele. "Você começa a ver imediatamente que estamos funcionando a 60%. Indiretamente, isso tem nos levado a ter plantas maiores".
A cooperativa admite que, apesar de algumas de suas 25 plantas funcionarem apenas 40 dias por ano, ainda permanece mais econômico ter dinheiro em "aço inoxidável" do que pedir a seus 12 mil fornecedores de leite que causem um aumento nos custos extras.
Mesmo assim, a Fonterra continua sendo uma das maiores companhias de lácteos do mundo, segunda globalmente em volume de leite e quarta em rendimentos, disse Parkin em uma palestra no Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Nova Zelândia em Christchurch nesta semana. Ele disse que a cooperativa pretende fazer crescer sua base de leite em 3% por ano para continuar uma companhia global sustentável. A Fonterra investirá mais em pesquisa em seu centro de inovação em Palmerston North do que nos anos anteriores, disse ele.
Para obter acesso ao leite mais barato do mundo, a Fonterra está estabelecendo relações com os países da América do Sul com importantes companhias, como Soprole, no Chile e Nestlé. Parkin disse que a Fonterra está agora primariamente se movimentando em direção aos Estados Unidos e tem uma relação estratégica com a maior cooperativa de lácteos do mundo, a Dairy Partners of America (DPA). "Nós fizemos uma série de negócios dentro dos EUA como resultado desta relação".
Ele disse que a Fonterra está razoavelmente confiante de que as medidas tomadas nos EUA para evitar a entrada de proteína concentrada do leite (milk protein concentrates - MPC) não irão para frente. Os derivados do leite chamados MPC estão sendo cada vez mais usados em tudo desde imitações de queijos e sorvetes até fórmulas infantis, barras energéticas e bebidas esportivas. A Fonterra é dona de uma grande planta de processamento de MPC em Novo México e pode fornecer grandes quantidades dentro dos EUA.
"Vocês verão mais e mais joint ventures com a Fonterra, mais alianças estratégicas", afirma Parkin.
Parkin disse que a previsão para a Fonterra é boa, com o consumo de leite crescendo internacionalmente. O consumo per capita médio mundial é de 100 litros de leite por ano, mas, na Holanda, são consumidos 500 litros per capita, enquanto na China, o consumo é de menos de 10 litros.
Cerca de 95% dos produtos lácteos neozelandeses são exportados em um mercado protegido, onde somente 7% cruzam barreiras internacionais. A Fonterra fornece 35% de todo o leite exportado no momento e planeja aumentar esta participação.
Fonte: Stuff.co.nz (por Tim Cronshaw), adaptado por Equipe MilkPoint
Leite da Fonterra não é mais o mais barato do mundo
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