Laticínios do Tocantins perdem fornecedores para setor informal

Publicado por: MilkPoint

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Mesmo pagando mais no preço do leite em relação ao ano passado, os laticínios de Tocantins estão perdendo fornecedores. A constatação é do Sindicato das Indústrias de Leite (Sindileite). Segundo o presidente da entidade, Francisco Paulo Neto, a comercialização informal do chamado "leite de canequinha", seria um dos responsáveis pela debandada dos produtores.

"Eles não têm custo de produção, mas o risco à saúde é grande", pontuou Paulo Neto. Um desses casos vem ocorrendo com um dos laticínios de Gurupi. Segundo o administrador desse empreendimento, Marcos Joel Vieira dos Santos, de 2004 para cá o laticínio perdeu 30% dos fornecedores. Esse ano o preço está, nesse período, R$ 0,45 por litro de leite, diferentemente do ano passado, que era R$ 0,33 por litro.

Ele conta que em 2005 já teve de ir buscar o produto nas cidades vizinhas para poder cumprir as metas de produção e entregar a mercadoria aos consumidores. "Passamos por um momento de decisão e trabalhamos com uma capacidade mínima de produção. Se continuar assim, podemos até fechar", analisa.

Em especial na região sul do estado, o leite pasteurizado é repassado aos distribuidores por R$ 0,75, o que, segundo o administrador Santos, não cobre todos os custos da empresa com impostos, maquinários e pessoal.

De acordo com ele, a concorrência com o comércio informal é desleal e, embora proibida por lei, continua sendo feita em várias regiões do país, especialmente no interior. Em Gurupi, o leite de canequinha é vendido de porta em porta com preços variando de R$ 0,60 a R$ 0,90. O problema está no fato de que o leite não passa por qualquer tipo de análise, controle ou tratamento, podendo transmitir doenças.

Uma pesquisa feita no ano passado por empresas e Secretaria Estadual da Agricultura (Seagro) mostrou que de cada 15 mil litros, 13 mil litros são vendidos sem controle na cidade. "Dessa forma não temos como bancar a nossa produção. Eu tenho muitos custos e no final quem não paga impostos está em melhor condição", reclama Santos.

Nos supermercados o leite pode ser encontrado por R$ 1,10 o pasteurizado de saquinho e o de caixinha custa em média R$ 1,55.

Segundo dados da Secretaria Estadual da Agricultura, cerca de um terço do leite é comercializado no estado informalmente ou 132 mil dos 394.130 produzidos por dia.

O presidente do Sindileite afirmou, entretanto, que a produção informal já é bem maior que essa estimativa. "A lei diz que a comercialização pode ser feita em cidades onde não há usinas, mas no Tocantins quase todas já têm pequenas usinas. Só em Araguaína há três com capacidade para cobrir todo o estado", frisou.

Fonte: Jornal do Tocantins (por Samuel Lima e Alessandra Bacelar), adaptado por Equipe MilkPoint
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Marco Antônio Pitondo
MARCO ANTÔNIO PITONDO

OUTRO - PARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/03/2005

O interessante sobre este assunto é que no Estado do Tocantins, há pouco mais de dois anos, foi elaborado um projeto denominado "Qualileite" que tinha como intenção qualificar e quantificar o leite informal dentro do Estado.



Este projeto foi concluído. Isto posso informar com certeza, pois além de auxiliar na elaboração do projeto, fui convidado para coordená-lo, só que por motivos que até hoje desconheço, após duas semanas de trabalho, infelizmente me comunicaram que não poderia participar mais do programa.



Tenho certeza que muitas informações podem ser tiradas deste projeto e daí procederem as atitudes necessárias.



Sou Zootecnista, técnico em química, com especialização em processamento e controle de qualidade em carne, leite, ovos e pescado pela UFLA. Trabalhei oito anos no grupo Vigor, dois anos na Coop. Linense e há cinco anos trabalho com consultoria em controle de qualidade nos Estados do Tocantins e Pará, onde já atendi mais de desessete empresas de laticínios.
Carlos Henrique Passos
CARLOS HENRIQUE PASSOS

OUTRO - TOCANTINS - PESQUISA/ENSINO

EM 14/03/2005

A questão do leite informal vai além do problema de venda na canequinha. Hoje o grande problema são as indústrias clandestinas, denominadas no meio por "Boca de Porco". Elas sim representam um risco à saude pública, pois não tem nenhuma fiscalização sanitária, comercializam sua produção dentro e fora do estado e entre a classe laticinista do estado tem muitas empresas sifadas que compram queijos dessas falsas indústrias, que rotulam com suas marcas para aumetar sua lucaratividade. O volume de leite que vai para o informal é dez vezes maior nas fábricas clandestinas do que o leite que vai para a canequinha.
Qual a sua dúvida hoje?