A proximidade desfrutada pelos criadores de jersey e holandês no pavilhão de gado leiteiro se transformou em abismo quando comparada a performance das duas raças na Expointer, em Esteio (RS). Antes do evento, os pecuaristas mostravam curiosidade para saber quem fecharia mais negócios: o holandês, que decidiu não realizar leilões, preferindo vender nos boxes, ou o jersey, que marcou três remates.
No final, um resultado surpreendente: a raça malhada vendeu apenas três animais, arrecadando R$ 14,4 mil. A pequena jersey, ao contrário, negociou 64 exemplares, com faturamento de R$ 118 mil. Vitória da tática dos leilões? "Não. Tivemos de cancelar os remate de fêmeas jovens e o leilão tradicional. O de animais premiados só vendeu cinco exemplares", diz o presidente da Associação dos Criadores de Jersey do Rio Grande do Sul, Carlos Alberto Petiz.
O restante, segundo o dirigente, foi vendido na argola, tática que não deu certo no holandês. Para Petiz, que evita falar em disputa, os criadores estão preferindo o jersey porque a raça atende a um dos princípios da Instrução Normativa 51, que estabelece o padrão de qualidade do leite.
Na avaliação do presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês (Gadolando), Ricardo Biesdorf, os produtores da raça não levaram animais para Esteio com o objetivo de negociá-los. Preferiram brigar pela premiação de R$ 25 mil oferecida às vacas que lideraram os concursos de produção e morfológico. "O preço atual do leite, chegando a R$ 0,60, inibe os criadores a se desfazerem de suas matrizes", justifica Biesdorf.
Também criador de jersey, Biesdorf afirma que essa raça vendeu bem porque os produtores levaram animais para vender, ao contrário do holandês.
Fonte: Zero Hora/RS, adaptado por Equipe MilkPoint
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