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Jeremy Hill, da IDF/NZ diz porque o Brasil deve fazer parte da organização

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 11/11/2004

5 MIN DE LEITURA

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Jeremy Paul Hill é Gerente Geral de Pesquisa e Operações Técnicas da Fonterra Co-operative Group, uma das maiores cooperativas de lácteos do mundo. Jeremy Hill é também, desde 2000, o Presidente do Comitê Nacional da Nova Zelândia na Federação Internacional de Laticínios (FIL-IDF), entidade da qual vários dos maiores países produtores de leite do mundo integram. O Brasil, nesse momento, está discutindo a formação de um comitê brasileiro, sob a coordenação da Embrapa Gado de Leite, contando com a participação da academia, da indústria e do governo. Jeremy Hill falou com exclusividade ao MilkPoint sobre o que é a IDF, quais as vantagens de um país se filiar e porque o Brasil, em especial, deve fazer parte dessa organização que discute normas e procedimentos mundiais relacionados ao leite e seus derivados.

MilkPoint: O que é a IDF e quais são suas propostas?

Jeremy Hill: A International Dairy Federation (IDF) é um fórum de discussão e de troca de informações referente a todas as questões relacionadas aos produtos lácteos. A IDF facilita a comunicação entre o setor lácteo dos 43 países membros da federação, além de servir como um link entre o setor lácteo e outras organizações internacionais. A IDF é uma fonte de conhecimento técnico, científico e de influência em questões importantes ao setor de leite.

A IDF objetiva ser a principal fonte de informação nas questões lácteas com escala global. A missão da IDF é promover e realçar a imagem, a comercialização, a produção e o consumo de leite e derivados de todo o mundo, coletando e disseminando informações técnicas, científicas e econômicas, além de servir como plataforma para intercâmbio de conhecimento.

Mkp: Quais são os benefícios que um país tem ao se tornar membro da IDF?

JH:
A IDF oferece a seus membros uma variedade de benefícios. No caso da Nova Zelândia, o principal benefício é que a IDF fornece capacidade de impacto e influência para a indústria de lácteos. Sendo um membro da IDF, a indústria neozelandesa de lácteos está apta a influenciar nas decisões que são importantes para eles. A IDF permite que especialistas em lácteos da Nova Zelândia aumentem sua participação e influência no desenvolvimento em questões como as regulamentações internacionais de qualidade do leite e novos métodos de análise.

Mkp: Porque o Brasil, especificamente, se beneficiaria sendo um membro da IDF?

JH:
Sendo um dos maiores produtores de leite do mundo, o Brasil se beneficiaria de diversas maneiras, caso se tornasse membro da IDF. A IDF dá autoridade e credibilidade em diversos trabalhos que Nova Zelândia participa. Este apoio é particularmente importante no caso da definição das regras e padrões internacionais do leite e seus derivados. O mesmo poderia acontecer com o Brasil, que poderia propor novos tópicos de trabalho, que seriam analisados e votados pelos outros membros da IDF. O Brasil também passaria a ter acesso a enorme rede de contatos e informação que a IDF possui.

Mkp: Quem ou quais entidades constituem normalmente os comitês nacionais?

JH:
Os países membros da IDF têm certa flexibilidade na composição dos próprios comitês. No caso da Nova Zelândia, nós preferimos que nosso comitê nacional seja composto por produtores, indústria, organizações de marketing, o governo federal e entidades científicas. O comitê deve agir em interesse de toda a cadeia do leite, mas não necessariamente ter representantes de todas as entidades, pois isto normalmente não é possível.

"Sendo um membro da IDF, a indústria neozelandesa de lácteos está apta a influenciar nas decisões que são importantes para eles."

Mkp: Qual é normalmente o papel do governo na formação dos comitês?

JH:
Em alguns países, é o governo que custeia a presença do país como membro da IDF, mas em outros, como a Nova Zelândia, o governo participa em parceria com outros grupos interessados no desenvolvimento do mercado de lácteos, além de promover o acesso de oficiais do governo e especialistas nos negócios da IDF, seguindo o interesse dos comitês nacionais. Estes comitês devem ser formados de acordo com as regulamentações e leis do país membro.

Mkp: Por que a Nova Zelândia está interessada em ajudar o Brasil a participar da IDF?

JH:
A Nova Zelândia é um membro bastante ativo da IDF e nós acreditamos uma federação mais forte resultará em uma indústria mundial de lácteos com uma grande capacidade de impactar e influenciar temas que envolvem desde a produção de leite nas fazendas até os padrões mundiais de commodities.

A IDF somente será uma instituição forte e influente se tiver uma verdadeira representação global, embora a produção dos atuais membros já represente 73% de todo o leite produzido no mundo. Mas existem ainda algumas exceções e uma delas é o Brasil. Também acreditamos que poderíamos utilizar nossos contatos no Brasil para dar o pontapé inicial no processo da filiação brasileira.

Mkp: A Nova Zelândia é o maior exportador de lácteos do mundo. Como a participação na IDF está ligada a estes resultados?

JH:
Ou, colocando de outra forma, porque um país que produz mais de 14 bilhões de litros de leite para exportação e vende este produto para mais de 100 países considera a IDF como importante e relevante no atual cenário lácteo mundial? Nesta pergunta vou responder repetindo o que já disse antes. A importância da IDF para a Nova Zelândia é que através dela podemos ter uma influência e uma consolidação no mercado global muito maior do que sozinhos se trabalhássemos sozinhos.

Mkp: Qual o papel da IDF em relação às crescentes preocupações com a segurança alimentar e a saúde humana?

JH:
A IDF fornece uma excelente coordenação para questões relacionadas à segurança alimentar. O papel da IDF é fornecer as mais atualizadas informações e opiniões de especialistas sobre o assunto. Os membros ou as organizações/indústrias de determinado país participante da IDF podem usar estas informações relacionadas aos seus países, regiões e etc. A IDF possui comitês especializados nestas áreas.

Mkp: Como novas tendências de mercado, como bebidas à base de soja, podem afetar o mercado de lácteos? A IDF realiza algum tipo de trabalho sobre o assunto?

JH:
A IDF pode desenvolver um trabalho sobre o assunto, caso algum membro requisite. Eu não estou ciente de algum trabalho sobre produtos à base de soja, mas novos produtos que afetam o mercado lácteo são questões de interesse da IDF.

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RICHARD JAMES WALTER ROBERTSON

RIO VERDE DE MATO GROSSO - MATO GROSSO DO SUL

EM 12/11/2004

Gostaria de saber que tipos de risco corremos abrindo nosso mercado para os neozelandeses.

Se não nos organizarmos logo como BRASILEIROS, poderemos perder a autonomia sobre nossos produtos lácteos para outros países.

<b>Resposta:</b>

Richard, a questão que você colocou é interessante. Produzir a baixo custo não é suficiente para que a renda fique com os produtores e com a cadeia láctea nacional. Nota-se em várias áreas a preocupação de desenvolver indústrias nacionais competitivas mundialmente, daí toda a badalação em cima de empresas como Gerdau, Ambev (agora não mais nacional), Votorantim, etc. O melhor dos mundos seria, creio, permitir a entrada de empresas de fora, que podem trazer novos conceitos, tecnologia, eficiência e acesso a novos mercados, mas criando empresas nacionais fortes, capazes de competir favoravelmente nesse mercado. Na China, por exemplo, o grosso do crescimento no setor de laticínios vem de fusões e aquisições lideradas por empresas da própria China. O que não podemos e não devemos é ter xenofobia, isso é, repelir o que é de fora simplesmente por medo de não competir. Já tivemos o suficiente disso em várias áreas e o atraso que se criou foi significativo (veja o setor de informática).

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