Israel: novas descobertas sobre teor de proteína

Publicado por: MilkPoint

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Cientistas israelenses descobriram um gene que determina a concentração de proteína encontrada no leite bovino e planejam usar esta descoberta para estimular a produção de leite com maior teor de proteína em rebanhos leiteiros de todo o mundo.

A equipe, liderada pelo pesquisador do Instituto de Pesquisa Volcani, Micha Ron, descobriu que um gene bovino chamado ABCG2 é responsável pela quantidade de proteínas encontradas no leite e que uma versão deste gene aumenta a concentração de proteína em 10%.

Os pesquisadores primeiro descobriram a mutação em dois touros holandeses israelenses. O estudo, que em breve será publicado no jornal científico Genome Research, foi conduzido em colaboração com cientistas da Universidade de Illinois.

Este estudo marca a primeira vez que um gene responsável pelo teor de proteína do leite bovino foi encontrado - e somente a segunda descoberta de um gene ligado à produção de leite bovino (a primeira, identificada recentemente por uma equipe de pesquisadores da Alemanha e da Bélgica, afeta o teor de gordura do leite).

"Nós procuramos por este gene há 10 anos", disse Ron, geneticista molecular da Organização de Pesquisas Agrícolas do instituto Volcani, que apresentou as descobertas na Conferência de Pesquisas Pecuárias, que ocorre anualmente, realizada em Jerusalém em maio.

As vacas de Israel estão em uma boa posição mundial em termos de produção média de leite, bem como no que se refere ao teor de proteína e gordura do leite - conquistas obtidas devido à abordagem altamente baseada em ciência da produção leiteira de Israel. Desta forma, a descoberta do novo gene não fará muita diferença em Israel, onde as vacas leiteiras - todas da raça Holandesa - já produzem leite com alto teor de proteína.

"A porcentagem de vacas em Israel com o gene de alta proteína é alta, o que ilustra que as técnicas clássicas de seleção usadas aqui têm funcionado bem; os melhores touros foram escolhidos como pais. Mas agora, nós temos a oportunidade de favorecer as criações de bovinos do restante do mundo com a capacidade de produzir leite com alto teor protéico", disse Ron, que já recebeu 1600 amostras de DNA de 38 rebanhos de todo o mundo - mandadas a ele pelo pesquisador alemão Georg Erhardt, que coletou essas amostras. Ron deverá começar a testar as amostras para determinar a freqüência da mutação que gera aumento de produção de proteína em outros rebanhos.

Através de técnicas clássicas de criação, o teor de proteína do leite (ou qualquer outra característica) pode ser aumentado a uma taxa ótima de 1% ao ano - o que significa que levaria pelo menos uma década para que este aumento fosse de 10%. Agora os produtores poderão selecionar touros que tenham o gene variante. Um simples exame de sangue pode, então, determinar se as crias têm a versão do gene de alta proteína, capacitando os produtores a selecionarem os animais melhores, tanto para a produção de leite como para a procriação.

Ron e sua equipe descobriram o gene no cromossomo 6, depois de procurar metodicamente por marcadores genéticos em 10 touros holandeses israelenses e em suas 1000 crias fêmeas. Eles, então, descobriram a mutação que aumenta a produção de proteína em dois touros e confirmaram os resultados estudando amostras de DNA de bovinos americanos (também Holandeses) fornecidos por colaboradores da Universidade de Illinois.

Enquanto uma vaca média produz leite contendo 3% de proteína, estas com a mutação produzem leite com 3,3% - uma diferença significante quando se lida com milhares de quilos de leite por vaca por ano.

"A descoberta também terá um importante impacto econômico para os fabricantes de queijos, que requerem principalmente proteínas".

Fonte: Israel21c.org (por Leora Eren Frucht), adaptado por Equipe MilkPoint
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