O instituto estima que o PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas por um país) tenha neste ano uma alta de 3,5%, segundo o boletim trimestral de conjuntura divulgado ontem (08/03) pela instituição.
A previsão anterior do Ipea era de crescimento de 3,8%. O Ipea afirma que essa queda na previsão é causada pela política monetária de ajuste que está gerando seus primeiros resultados no que se refere à desaceleração da economia.
Para o diretor de Estudos Macroeconômicos do Ipea, Paulo Levy, o crescimento do último trimestre de 2004, de 0,4%, foi abaixo do esperado. "A combinação da política monetária um pouco mais apertada do que projetávamos no último boletim de conjuntura com a apreciação do câmbio, que acaba tendo efeito contracionista sobre a economia nos levaram a rever a taxa", afirmou ele.
A pesquisa também mostrou revisões na previsão de inflação pelo IPCA (principal índice de preços do país), de 5,6% para 5,4%, levemente acima da meta ajustada determinada pelo Banco Central, de 5,1%. Segundo o Boletim, a queda dos preços agrícolas a partir do 2o semestre do ano passado contribuiu de maneira significativa para evitar uma aceleração da inflação, neutralizando parcialmente as pressões derivadas da alta dos preços de matérias-primas industriais. Esse é o caso, em especial, de arroz, trigo, algodão, soja e bovinos.
A queda na projeção foi motivada pelo efeito benéfico do câmbio sobre os preços no atacado. O valor médio do dólar estimado pelo instituto é de R$ 2,71, anteriormente a previsão era de R$ 2,95.
O instituto aposta em perda de fôlego da indústria e do setor de serviços. A previsão para o crescimento da indústria foi revista e passou de 5,1% para 4,6%. Os investimentos também deverão desacelerar. A previsão do instituto é que a taxa de investimento fique em 8,3% --ante 9,1% na estimativa anterior. A estimativa para o crescimento da agropecuária aumentou 1,4 pontos percentuais, totalizando 4,3% (veja tabela).
Ao mesmo tempo, o instituto aumentou sua projeção para exportações e importações. A estimativa para o crescimento das vendas para o exterior passou de 5,1% para 10,2%. Já as importações deverão crescer 18,9%, contra estimativa anterior de 13,8%. Com isso, a estimativa do superávit da balança comercial passou de US$ 24,7 bilhões para US$ 27,7 bilhões.
Tabela 1. Indicadores do país e projeções para 2005 (acumulado ao ano).

*Estimativa anterior, realizada em dezembro 2004.
**Estimativa atual, realizada em março de 2005.
Fonte:Ipea, adaptado por Equipe MilkPoint