Indústrias de lácteos enfrentam uma crise de produção na Argentina

Publicado por: MilkPoint

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Este ano, a Argentina terá 20% a mais de leite disponível. Diante da estagnação do consumo doméstico, as empresas partiram para exportar valores recordes. Desta forma, surgiu a necessidade de investimentos em fábricas de secagem de leite em pó.

Como um adolescente desajeitado que perdeu a noção de suas próprias formas, a indústria de lácteos da Argentina admite estar imersa em uma crise de crescimento. Este cenário é uma resposta a uma conjunção de fatores, segundo explicaram diretores das principais indústrias de lácteos do país.

Por um lado, a matéria-prima disponível durante este exercício será 20% superior à de 2003, de forma que se recupera abruptamente a retração acumulada nos últimos três anos. Esta maior disponibilidade de leite encontrou um mercado doméstico deprimido e sem capacidade de reação. Desta forma, toda a produção das empresas com perfil exportador se canalizou no leite em pó para os principais países que demandam este produto.

Isso derivou em duas conseqüências. Por um lado, as exportações de lácteos recordes neste ano, alcançando US$ 500 milhões, contra pouco mais de US$ 300 milhões em 2003. Por outro lado, a saturação da capacidade instalada de secagem de leite em pó.

O debate sobre a necessidade de efetuar novos investimentos a nível privado já está instalado entre os empresários do setor. Inclusive o diretor nacional de Leiteria da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação (SAGPyA), Juan José Linari, está realizando uma pesquisa para medir qual a capacidade de secagem de leite das indústrias nacionais. "Este crescimento surpreendeu a todos. E como o mercado interno não reage no mesmo ritmo, gerou-se um gargalo na secagem do leite para exportação", destacou Linari.

Ele disse que o crescimento do setor somente será sustentável com maiores exportações. No entanto, Linari destacou que o mercado interno tem muito potencial de expansão, já que o consumo per capita anual está em torno de 185 litros, enquanto que em meados dos anos noventa, este volume era de 230 litros por habitante. Neste sentido, Linari destacou que, enquanto as empresas estão no limite de sua capacidade de secagem do leite, existem outras áreas de produção com capacidade ociosa, como por exemplo, os iogurtes, dependentes do consumo doméstico.

O presidente da Milkaut, Miguel Benvenutti, disse que não existem chances de que o mercado interno se dinamize até que melhorem os salários. Ele considerou que 2004 é um excelente ano para o setor, considerando os preços internacionais do leite em pó, que alcançam US$ 2000 a tonelada e o valor do dólar.

Competição

Falando sobre os problemas gerados pelo crescimento vertiginoso, fontes vinculadas a SanCor citaram outro problema. "As empresas pequenas, que não têm capacidade de exportar, estão vendendo queijos a preços muito baixos no mercado, já que não têm outra forma de canalizar o excedente de leite".

Segundo informações do Infobae, a Argentina tem capacidade para secar 14 milhões de litros de leite por dia. Para instalar uma nova fábrica, com um potencial para processar 1 milhão diários, há a necessidade de um investimento de US$ 15 milhões.

Fonte: Infobae (por Victoria Alvarez), adaptado por Equipe MilkPoint
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