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Indústria não faz teste para detectar nível de ureia no leite, diz especialista

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 14/05/2013

3 MIN DE LEITURA

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Encontrada no leite adulterado no Rio Grande do Sul, a ureia não é uma substância facilmente identificada nos exames de controle de qualidade usados pela indústria de laticínios. Quem afirma é química Júlia Tischer, do laboratório da Univates, em Lajeado, onde foram feitas as análises que detectaram a fraude revelada pelo Ministério Público (MP) na última quarta-feira (8).

“A análise de ureia não é feita rotineiramente na indústria”, garante a responsável técnica pelo Laboratório do Leite da universidade, órgão credenciado pelo Ministério da Agricultura e pela Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) para análises.

De acordo com as investigações do MP, a adulteração ocorria entre a compra do leite cru na propriedade rural e o transporte para os postos de resfriamento. No meio do caminho, o produto era levado para galpões, onde era misturado a água e ureia – produto que contém em sua composição formol, considerado cancerígeno – para aumentar o volume.

Conforme Júlia, a ureia está presente normalmente na composição do leite. O tipo de exame que detecta a concentração dessa substância no produto é, na maioria das vezes, feito para determinar a dieta de cada animal, com a finalidade de melhorar a qualidade do leite produzido pelo rebanho.

“A gente faz esse exame nutricional do leite de cada animal para definir a dieta da alimentação do gado leiteiro. Não é um método simples, de bancada, que utilize materiais de laboratório. É necessária a aquisição de equipamentos específicos para codificar esse elemento (ureia). Por isso é muito difícil ser encontrado na indústria”, reforça Júlia.

A pedido do Ministério Público, o laboratório da Univates ficou encarregado de analisar a suspeita de adulteração no leite cru praticada por um grupo de transportadores autônomos. As amostras passaram por uma série de análises físico-químicas, que comprovaram a adição.

“A ureia está presente em no leite em teores normais de 10 até 16 miligramas por decilitro. E quando há teores muito acima isso é caraterístico de fraude. Nos ensaios identificou-se a presença de altos níveis de ureia e formol”, conta ela.

Segundo uma cooperativa de Santa Rosa, no Noroeste do estado, o leite cru passa por pelo menos dois tipos de testes antes de chegar ao local. O primeiro é feito pelo transportador, ainda na propriedade rural. O segundo é realizado quando o caminhão que transporta o leite chega na cooperativa. Se algo passar por essa fase, ainda pode ser constatado pela indústria, no recebimento do produto.

A veterinária do Laboratório de Inspeção do Leite da Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS), Andreia Troller, diz que é importante realizar todos os tipos de testes disponíveis. Mas ela alerta que isso não significa que a presença de aditivos como a ureia seja percebida.

“Essa fraude por ureia é um pouco mais difícil de ser detectada, independentemente da quantidade que for adicionada. Não existe um teste rápido para identificar a presença da ureia”, afirma ela. “Eu acho que é um dos grandes entraves que a gente tem. A falta de testes rápidos que detectem quantidades baixas, infinitamente pequenas de adição de substâncias, e a questão toda relacionada ao tempo que é necessário para fazer essas análises”, acrescenta.

De acordo com o chefe da Divisão de Inspeção de Leite e Derivados do Ministério da Agricultura, Clovis Serafini, o órgão pode adotar novos parâmetros em relação a quantidade de ureia encontrada nas amostras de leite para tentar detectar possíveis adulterações.

“A ureia é uma substância intrínseca do leite, fisiologicamente você encontra um teor de ureia no leite, inclusive esse teor pode variar muito. O ministério, junto com a academia, vai estudar um parâmetro para se chegar e a gente ter, a partir de tal limite, um indício de fraude”, diz Clovis.

No total, sete marcas de leite tiveram lotes recolhidos do mercado (veja a lista abaixo). Até o momento, nove pessoas foram presas, uma empresa de laticínios foi interditada e três postos de refrigeração foram fechados no Rio Grande do Sul. Duas pessoas foram liberadas após depoimento. O MP estima que 100 milhões de litros de leite tenham sido adulterados nos últimos 12 meses no estado.

A reportagem é do G1, adaptada pela Equipe MilkPoint.
 

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CESAR LUIS

EM 05/08/2018

Bom dia:
Estou com problema com um leite , já fiz o teste de formol, amido, açúcar,sal , , cloro, água oxigenada , não constou nada.
o leite esta com odor e paladar diferente, quando o coletor testa o alizarol o leite esta com uma coloração parecida com cafe com leite , quando chega na industria repito o teste , ai o alizarol já corta e a coloração já fica com de sangue , e mesmo assim a acidez se mantem em 17°D , alguém pode me ajudar a descobrir o que pode estar acontecendo ?
PAULO SERGIO RUFFATO PEREIRA

RIO BONITO - RIO DE JANEIRO

EM 22/05/2013

As análises de ureia citadas acima, e inclusive realizadas pelos laboratorios da RBQL(Rebede Brasileira da Qualidade do Leite), não são de "rotina nas empresas" e nem nas exigidas pela IN 62/2012(antiga IN 51/MAPA), como uma das pesquisas de reconstituintes de densidade entre outras.

Devendo o MAPA, como bem disse acima, o Chefe da DILEI/DIPOA FFA Clovis Serafine,  adotar novos parametros técnicos e consequetemente incluir a pesquisa de Ureia, na obrigatoriedade de analises de amostras de leite, para prevenção e detecção de possíveis fraudes.
DENIZE DA ROSA FRAGA

IJUÍ - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 15/05/2013

Aqueles que já trabalham com as análises de nitrogênio uréico do leite citadas aqui sabem o quanto estas análises ajudam no balanceamento da dieta dos animais, principalmente quando a fazenda coleta amostras individuais dos animais.  Sabe-se também que manter os níveis de modo que não afetem a produção e a reprodução destes animais é difícil visto que, os mesmos sofrem interferência direta da dieta ofertada. No período de pastagens de inverno os níveis muitas vezes são extrapolados (principalmente na região sul), a pesquisa nesta área é fundamental neste momento para definirmos o que seriam os limites aceitáveis.
JORGE GRUHN SCHULZ

PASSO FUNDO - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 15/05/2013

O Laboratório Sarle da Universidade de Passo Fundo faz parte da RBQL e, faz nitrogênico uréico para muitas empresas, além da composição química e CCS no leite cru.
RAONI BENI CRISTOVAM

DRACENA - SÃO PAULO - ZOOTECNISTA

EM 15/05/2013

Concordo plenamente com o Prof. Paulo. Essa cultura nacional de procurar ser sempre o experto e tirar vantagem de outras pessoas só existe devido a uma falta de punição severa e exemplar.

Isso porque como todos sabem, esse é um fato que venderá notícia e notoriedade aos canais noticiários, vai se formar processos enormes com pilhas e mais pilhas de papéis, pra no final das contas, como a legislação é branda pra expertos, por mais mal que façam a saúde públicas, devido aos nossos legisladores serem dessa corja também (expertos), não acontecerá absolutamente ou quase nada.
FRANCIELI ZAMADEI

CONDOR - RIO GRANDE DO SUL - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 15/05/2013

Em fevereiro deste ano o Srº Wagner Beskow publicou dois artigos, os quais tiveram uma ótima repercusão. Muito discutido por sua vez! Mas e agora??? Porque não estão se manifestando???

Empresas de SC estão fazendo um marketing em cima de seus produtos por causa do que aconteceu no RS, generalizando o leite do nosso Estado. Gostaria de lembra-los que o mesmo controle que SC faz no leite, é o mesmo que muitas indústria fezem, e como diz o texto acima, é muito dificil de dectectar URÉIA no leite, e os testes de formol que as empresas fazem não tem tamanha sensibilidade que de um laborátorio especiaizado.
LAERTE DAGHER CASSOLI

PIRACICABA - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 14/05/2013

A análise de nitrogenio ureico no leite (ureia) é uma análise disponivel às industrias através da RBQL (Rede Brasileira de Controle de Qualidade do Leite). A análise é feita na mesma amostra já coletada para análise de composição e CCS. No caso da Clinica do Leite - ESALQ/USP a análise já é feita desde 2003 e atualmente varias empresas enviam amostras de produtores e caminhoes/rotas para monitoramento da qualidade o que garante maior segurança.
PAULO R. F. MÜHLBACH

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/05/2013

Face a nossa realidade, é imperioso a indústria municiar-se de toda a tecnologia necessária para a detecção de todo o tipo possível de fraude, pois, parece ser da "cultura" nacional, "passar a perna", "levar vantagem", "dar um jeitinho", etc.

Mas, há essa pergunta que não quer calar: uma PUNIÇÃO VERDADEIRAMENTE EXEMPLAR aos criminosos desse último episódio, ao rigor máximo da lei, não poderia levar aos demais potenciais fraudadores a pensar umas cem vezes antes de cometer tais desatinos?

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