Indústria de sorvetes busca aumento de vendas com lançamentos

A combinação entre calor e férias contribui para o aquecimento de alguns setores da economia, especialmente o de fabricação de sorvetes e picolés. Em função da sazonalidade do setor, que no Brasil sofre influências do clima, os empresários estão otimistas com a recuperação das vendas, que já apresenta um crescimento médio de 80%. Muitos acreditam que o verão é o momento ideal para novos investimentos, como o lançamento de produtos.

Há 19 anos no mercado, a Tarumã, terceira maior indústria do segmento no país, atrás apenas da Kibon e da Nestlé, aposta no lançamento de novos sabores de sorvete (limão com raspas de limão e milho verde) e também de picolés (milho verde, manga, tamarindo e açaí) para conquistar mais consumidores.

O diretor Leonardo Ribeiro Cunha conta que há alguns anos a empresa não investia em lançamentos, mas a partir deste ano pretende colocar novidades no mercado. "O consumidor espera por isso", diz.

Com capacidade produtiva de 25 milhões de litros por ano, a produção da Tarumã é de dez milhões de litros por ano. Ribeiro diz que a produção no verão é quatro vezes maior que no inverno mas, mesmo assim, o consumo de sorvetes no Brasil é baixo se comparado com o de outros lugares dos Estados Unidos e Europa, onde a média de consumo per capita é de 22 litros por ano, enquanto no Brasil é de três litros por ano. "Estamos fazendo uma campanha nacional para aumentar o consumo, pois o sorvete tem que ser visto como um alimento e não como refrescante", conta o empresário.

Marcas

Além das marcas Tarumã, Schlep e Quero Mais, a indústria fabrica produtos "marcas próprias", que levam os rótulos de supermercados de grandes redes como Carrefour, Champion, Baratinho, Extra, Verde Mar e Econ. Incluindo os supermercados, os sorvetes são comercializados em mais de mil pontos-de-venda nos estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal, Bahia e Pernambuco.

O mercado externo também está sendo avaliado pela empresa, que tem interesse pelo Japão e Alemanha. A possibilidade de exportar pode se tornar realidade a partir do certificado de APPCC - Alimento Seguro.

Outro desafio é aumentar o faturamento em 20% em relação ao ano passado. Para isso, Ribeiro explica que a indústria está apostando na ampliação do mercado carioca, na agressividade com que pretendem trabalhar em São Paulo e nas regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba e também na recuperação da renda do brasileiro.

Menor porte

As indústrias de menor porte também apostam no crescimento de vendas durante esta estação e, por isso, incrementam a produção. O proprietário da Sundae Sorvetes, Agnelo Paulino, diz que o crescimento já chega a 80%. Segundo ele, a produção de 400 litros de sorvete por dia e de 1,5 mil picolés/dia foi ampliada para 550 litros e duas mil unidades, respectivamente.

A sócia-proprietária da Frutos do Cerrado, Cláudia Alves Almeida Pereira, conta que as vendas aumentaram 70%, mas a previsão de crescimento para esta época do ano é de 300%. A produção atual é de 14 mil picolés por dia, mas deve chegar a 26 mil. "Investimentos no estoque de polpas de frutas e em máquinas vão proporcionar estabilidade na produção", acredita.

Fonte: Jornal Correio/Uberlândia (por Margareth Castro), adaptado por Equipe MilkPoint