Como esperado, um estudo divulgado na semana passada pelos pesquisadores de Harvard, incluindo Catherine Berkey e Walter Willett, recebeu uma grande cobertura da mídia. O estudo observacional chamado "Leite, Gordura do Leite, Cálcio Dietético e Ganho de Peso", que será publicado na edição de junho de 2005 do Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine, sugeriu que crianças com idade de 9-14 anos que consomem mais de três porções de leite por dia ganharam mais Índice de Massa Corpórea (IMC) durante um período de três anos do que aqueles que consomem três porções ou menos por dia.
Baseado nisso, um comunicado à imprensa feito pelo grupo de Harvard questionou os esforços de marketing da indústria de lácteos relacionados à perda de peso devido às análises dos pesquisadores. Segundo a entidade norte-americana Associação Internacional de Alimentos Lácteos (International Dairy Foods Association - IDFA), Willett é um conhecido e freqüente crítico da indústria de lácteos.
Diante disso, a IDFA e a Dairy Management Inc. (DMI) rapidamente se uniram para responder à mídia que o estudo foi falho em só ficar no leite e que outras pesquisas significativas existem para refutar essas descobertas. Segundo essas entidades, os pesquisadores negligenciaram a ingestão calórica total dos adolescentes estudados; eles não consideraram a ingestão de outros alimentos e bebidas pelos adolescentes e destacaram somente o consumo de leite. A IDFA e a DMI divulgaram um comunicado informando sobre as falhas do estudo e destacando que não há nada no estudo que esteja em divergência com os programas de marketing.
"Nós consideramos o comunicado de imprensa deste grupo de pesquisa totalmente irresponsável considerando as análises incompletas", disse a vice-presidente de Comunicações da IDFA, Susan Ruland. "Os adolescentes com maior IMC podem ter ingerido qualquer quantidade de lanches, doces e refrigerantes além de mais de três porções de leite. Questiona-se porque os pesquisadores não consideraram a ingestão total antes de concluir que o consumo de leite sozinho era responsável pelo maior IMC entre os adolescentes".
"Além disso, vários estudos recentes com adolescentes claramente divergem das descobertas de Berkey e Willett, mostrando que os adolescentes que consomem leite têm maior chance de ter IMC favorável, ou melhor, controle do peso corpóreo".
A maioria dos adolescentes não consome a quantidade recomendada pelo governo norte-americano de leite e produtos lácteos. Esta é uma preocupação para o governo e para as agências de saúde, uma vez que os produtos lácteos são fontes primárias de cálcio e outros nutrientes essenciais para adolescentes, que formam quase metade de sua massa corpórea e adicionam cerca de 15% de sua altura adulta durante a adolescência.
Fonte: Associação Internacional de Alimentos Lácteos (International Dairy Foods Association - IDFA), adaptado por Equipe MilkPoint
Indústria de lácteos dos EUA responde a estudo que associa ingestão de leite com maior IMC entre adolescentes
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