I Congresso Brasileiro de Qualidade do Leite faz balanço

Publicado por: MilkPoint

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O I Congresso Brasileiro de Qualidade do Leite conseguiu, além de reunir um público proveniente das mais importantes bacias leiteiras do país, congregar representantes dos mais diversos elos da cadeia produtiva do leite.

Dos 578 participantes, oriundos de 13 Estados (RS, SC, PR, SP, MG, RJ, MS, GO, DF, PA, SE, CE e RN), 22% eram técnicos em produção de leite, 23% pesquisadores/professores, 17% estudantes e os demais produtores de leite, executivos de laticínios e membros de instituições do governo, entre outras atividades.


Legenda: Mesa de abertura do evento

Este grupo amplo e representativo acompanhou na abertura do evento as reflexões do canadense Humberto Monardes sobre o valor da qualidade do leite, as quais apontaram para a integração de ações como único caminho para o fornecimento de alimentos inócuos e de alto valor nutritivo aos consumidores.

A programação esteve claramente dividida em dois momentos: inicialmente, políticas de promoção da qualidade e, posteriormente, avanços científicos e tecnológicos sobre o tema da qualidade do leite. Tendo como pano de fundo a iminente implantação da Instrução Normativa 51/2002, do MAPA, o programa iniciou com uma inadiável mesa redonda sobre o Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite, onde o apoio à implantação imediata às medidas previstas só não foi unânime pela posição do representante da agricultura familiar, Vilson Testa, o qual sugeriu a flexibilização como forma de evitar a exclusão de pequenos produtores. Capitaneados pelo Secretário Nacional de Defesa Agropecuária, Maçao Tadano, todos os painelistas (Rodrigo Alvim, Jacques Gontijo e José Renaldi) reconheceram que o mais urgente é que se invista em capacitação, para que seja universal a oportunidade de adequar-se às exigências da IN51, estabelecendo-se, dessa maneira, uma conexão direta com o painel seguinte, sobre formação de recursos humanos para a qualidade do leite, que contou com a experiência do SENAR-PR (Ronei Volpi) e do Canadá (Monardes).


Legenda: Foto do auditório da UPF

Paralelamente à programação da segunda-feira, a Câmara Setorial do Leite e Derivados, do Consagro/MAPA, reuniu-se em Passo Fundo para finalizar o documento sobre "Propostas Políticas de Longo Prazo para a Cadeia Láctea", o qual quer apontar caminhos para iniciativas públicas e privadas em prol do desenvolvimento da cadeia Láctea no Brasil.

Seguiu-se o debate no I Fórum MilkPoint de Pagamento por Qualidade, contando com contribuições do Uruguai e de diferentes regiões do Brasil. A pergunta que não cala sem dúvida é: "se todos estão de acordo que o caminho é o pagamento pela qualidade, por que no Brasil isso ainda não é uma realidade?". É ao menos alentador que as principais indústrias se fizeram presentes e comprometeram-se a adotar uma postura mais definida de agora em diante.


Legenda: Prof. Marcos Veiga dos Santos, FMVZ/USP

Nas sessões técnicas, os congressistas puderam contar com a abordagem moderna e atualizada de palestrantes de renome nacional e internacional: Carlos Concha, do Chile, falou sobre a resposta imune da glândula mamária; Miguel Taverna, Argentina, apresentou uma abordagem aprofundada do manejo de equipamentos de ordenha; a sessão sobre metabolismo foi privilegiada com dois expoentes na área, Dr. Mikko Griinari, da Finlândia, e Dr. Félix González, da UFRGS; a Profa. Mirna Gigante fez a conexão entre a qualidade e o processamento de lácteos; as dificuldades na seleção de matéria-prima foram o desafio para o Dr. Marcos Veiga dos Santos; e, finalmente, Pierre Broutin, da França, desvendou os mistérios da contagem eletrônica de bactérias no leite, que vai passar a ser realizada em todas as propriedades do país em 2005.

Participação científica surpreende

Com uma excelente participação de pesquisadores de todas as regiões do país, o congresso foi também um sucesso no que se refere à apresentação de trabalhos científicos sobre
diversos aspectos da qualidade do leite. Foram apresentados ao todo 113
resumos, incluindo 14 apresentações orais durante a programação do evento. Deve-se destacar que este congresso, de maneira pioneira, abriu espaço para a divulgação dos resultados dos studos dos vários grupos de pesquisas existentes no país, o que vem ao encontro das demandas crescentes de pesquisa e desenvolvimento tecnológico para o setor leiteiro.

O I Congresso Brasileiro de Qualidade do Leite foi uma realização conjunta do CBQL (Conselho Brasileiro de Qualidade do Leite) e do site MilkPoint, contando com o patrocínio das seguintes empresas: BASF, Bentley Instruments, DPA, Pfizer e Schering-Plough Coopers.

Contou também com o apoio das empresas QGN Carbonor, Iunis Agroinformática, Globalfood, Afimilk, Bosio, DeLaval, Etscheid, Globovac, Implemis, Intermaq, Sulinox e diversos laticínios locais, que forneceram lácteos para o "milk break" e participaram do evento. O evento também foi apoiado por diversas instituições, como a CNA, Embrapa Gado de Leite, Universidade de Passo Fundo, Láctea Brasil, CNPQ, OCB e Balde Branco.

O CD-ROM do evento, com todos os resumos de pôsters e 25 palestras, pode ser obtido junto ao site MilkPoint (Clicando aqui) ou CBQL.

João Walter Dürr, professor da UPF e presidente do CBQL
Marcelo Pereira de Carvalho, diretor da AgriPoint Consultoria e coordenador do MilkPoint
Marcos Veiga dos Santos, professor da FMVZ/USP e coordenador científico do evento


Veja abaixo outras matérias publicadas sobre o congresso:

Setor discute pagamento por qualidade em Passo Fundo, RS

Instrução Normativa 51 é debatida no I Congresso Brasileiro de Qualidade

Pagamento por qualidade no Brasil: motivações e obstáculos - artigo do Dr. Paulo do Carmo Martins, Embrapa Gado de Leite

Os bons exemplos que sopram do Sul - artigo do engenheiro agrônomo Antônio Carlos de Souza Lima Jr.
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Elizario Pedrozo
ELIZARIO PEDROZO

ENÉAS MARQUES - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/09/2004

PARABENIZO OS IDEALIZADORES DESTE IMPORTANTE SEMINÁRIO. É DE RELEVANTE IMPORTANCIA A ORGANIZAÇÃO E O PLANEJAMENTO DO SETOR, BEM COMO ESTAR UNIDOS NUM MESMO OBJETIVO O PRODUTOR, A INDUSTRIA E O GOVERNO, CADA UM FAZENDO A SUA PARTE. TODOS VAMOS GANHAR PRODUZIR LEITE COMO QUALQUER OUTRA ATIVIDADE, COM DEDICAÇÃO E MUITO PROFISSIONALISMO.

ENTENDO AS DIFICULDADES DO PEQUENO PRODUTOR, ATÉ POR QUE ME ENQUADRO NESTA CATEGORIA. FAÇO MUITO SACRIFICIO PARA TER LEITE DE QUALIDADE PRODUZIDO EM MINHA PROPRIEDADE, SEI O QUANTO CUSTA UM ORDENHADEIRA, UM TANQUE DE EXPANSÃO, A HIGIENE, PARA FAZER UM PRÉ E PÓS DIPPING, MAS AO MESMO TEMPO FICO TRISTE POR NÃO SER VALORIZADO, SENDO QUE GRANDE PARTE DAS INDUSTRIAS NÃO VALORIZA ISSO, PAGA O LEITE COM CONTAGEM BACTERIANA ACIMA DE 600.000 IGUAL O DE 200.000, E CONTAGEM DE CELULAS SOMATICAS NOS MESMOS PERCENTUAIS, QUAL O ESTIMULO EM INVESTIR EM QUALIDADE?

O CONSUMIDOR EXIGE, COM TODO O DIREITO, E NÓS PRODUTORES DE LEITE, OU TIRADORES DE LEITE O QUE OFERECEMOS? AONDE VAMOS CHEGAR NO FUTURO? ACHO IMPORTANTISSIMO A IMPLANTAÇÃO DA INSTRUÇÃO NORMATIVA 51. MUITOS PEQUENOS PRODUTORES VÃO TER DIFICULDADE, SEM DUVIDA. NESTE MOMENTO TEM PREVALECER O BOM SENSO A ORGANIZAÇÃO (ATRAVÉS DE GRUPOS, ASSOCIAÇÕES, COOPERATIVAS). VAMOS TER QUE BUSCAR UMA SAÍDA. PRECISAMOS DE AÇOES RAPIDAS. PARABENIZO OS REALIZADORES DO SEMINÁRIO E A MILKPOINT PELOS RELEVANTES SERVIÇOS E INFORMAÇÕES PRESTADOS A ATIVIDADE.
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