Holanda: Campina determina padrões para rações

Com o objetivo de controlar a qualidade do leite cru fornecido pelos produtores de leite, a companhia de lácteos holandesa Campina requererá que seus produtores membros usem uma ração com maior qualidade para alimentar seus animais do que a qualidade atualmente exigida na Holanda, Bélgica e Alemanha.

Os novos requerimentos fazem parte do plano da Campina para evitar crises, como a ocorrida no ano passado na Holanda com a descoberta de rações animais contaminadas com dioxina, que teve reflexos na cadeia de alimentos humanos. A Campina também espera que os novos padrões para rações antecipem a nova legislação proposta para a indústria de lácteos da União Européia (UE).

"Os requerimentos mais rígidos para as companhias de ração de bovinos têm a intenção de dar aos produtores membros da Campina uma proteção máxima e ajudar a prevenir desastres no setor de lácteos", disse a companhia.

A Campina, cooperativa de lácteos localizada na Holanda, disse que requererá que os produtores membros na Holanda, Bélgica e Alemanha operem sob os novos requerimentos, integrando, desta forma, seus padrões para compra de ração. Os produtores de lácteos holandeses, belgas e alemães operam atualmente sob esquemas nacionais de garantia de qualidade separados.

Os produtores leiteiros na Holanda atualmente operam pelo sistema de qualidade chamado Quality Milk Chain. Na Bélgica, eles operam pelo Integrated Quality Care for Milk e, na Alemanha, pelo Milk Quality Management System (QM Milch). Como a terceira maior cooperativa de lácteos da Europa, a Campina esteve envolvida na determinação destes padrões.

A Campina implementará esses novos padrões, conhecidos como "TrusQ", na Holanda primeiramente e, então, irá expandi-los para Bélgica e Alemanha. O desenvolvimento de novos padrões já começou.

"No final, a intenção é que todos os produtores membros da Campina comprem apenas ração para bovinos de companhias que cumprem com maiores garantias de qualidade do que as atuais".

Outros padrões determinados no sistema TrusQ dizem respeito a requerimentos com relação ao cuidado com os animais, manutenção das máquinas de ordenha e tanques de resfriamento do leite, água e ração. A empresa conversará com os produtores sobre os novos padrões no final do verão, após a fase de testes do projeto ter terminado.

"O setor de lácteos está se internacionalizando e isso significa que, como uma das principais companhias de lácteos da Europa, precisamos de um sistema de qualidade que possa seguir a tendência e fortalecer nossa posição no mercado", disse o diretor executivo da Campina, Justinus Sanders.

No processo de exportar mais seus produtos, a Campina disse que planeja obter um crescimento acima da média nos mercados de bebidas e sobremesas lácteas na Europa. A empresa também planeja se tornar líder no mercado de ingredientes lácteos específicos para as indústrias de alimentos e farmacêutica.

Em agosto de 2004 foi detectado dioxina na Holanda em casca de batata usada para alimentar bovinos leiteiros. O aumento nos níveis de dioxina então começou a ser percebido no leite e, no final, 160 fazendas holandesas foram fechadas. A casca de batata tinha sido exportada para oito fazendas belgas e três alemãs, que foram colocadas sob restrições.

Em junho de 1999, a dioxina foi descoberta em uma ração belga usada para suprir mercados da Bélgica, França e Holanda. A ração tinha sido enriquecida com óleo usado com um alto nível de dioxina. Galinhas, suínos e bovinos foram contaminadas com a ração e altos níveis de dioxina foram encontrados em carnes e ovos.

Fonte: Dairy Reporter, adaptado por Equipe MilkPoint