Grupo de trabalho avalia projetos da Nestlé no RS

A Nestlé formou ontem um grupo de trabalho com o governo gaúcho para avaliar projetos de investimento no Rio Grande do Sul. O diretor de Assuntos Corporativos da Nestlé, Carlos Faccina, disse que a companhia quer intensificar sua presença no estado nos próximos anos e vai analisar a compra de matérias-primas e a possível produção de cereais e leite no RS, onde possui uma fábrica de rações para animais de pequeno porte, a Purina, em Camaquã.

O executivo teve uma audiência ontem com o governador Germano Rigotto no Palácio Piratini e estimou que a decisão sobre investimentos deve ser tomada até o final do ano, para começar a operar em 2006.

Questionado sobre a participação do estado no projeto e a possível concessão de benefícios fiscais, Faccina disse que os incentivos não podem ser encarados de forma definitiva para calcular a sustentabilidade de um projeto. Ele argumentou que o Congresso discute uma regulamentação que disciplinará os incentivos fiscais.

De acordo com o diretor, o estado conta com quatro diferenciais que colaboram para atrair esse investimento: grande potencial de produção agrícola, infra-estrutura implantada, recursos humanos preparados e o poder de compra da região Sul. "Queremos ampliar nossa atuação no estado, seja com compras ou investimentos produtivos", declarou.

O grupo de trabalho que estudará a iniciativa é composto por dois executivos da Nestlé e integrantes da Secretaria do Desenvolvimento.

Além do Rio Grande do Sul, Faccina disse que "está sempre olhando o Brasil em suas potencialidades".

Sobre a derrota que a Nestlé sofreu no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), na análise da compra da Garoto, ele afirmou que o último recurso administrativo apresentado pela companhia aguarda julgamento no órgão.

Se a Nestlé não tiver sucesso na esfera administrativa, ele reiterou a disposição da empresa em recorrer à Justiça para tentar reverter a decisão do Cade, que vetou a compra da Garoto. A companhia aguarda o julgamento do recurso.

Fonte: Jornal do Comércio/RS, adaptado por Equipe MilkPoint