GDA: Tempo para um acordo comercial está se esgotando

Europa, Estados Unidos e outras grandes nações comerciais têm apenas poucas semanas para delinear um acordo agrícola ou há o risco de falha das negociações comerciais globais, de acordo com os produtores de leite da América Latina, Austrália e Nova Zelândia.

Uma reunião da União Européia (UE), EUA, Brasil e Índia em Paris na semana passada não gerou resultados e os produtores de leite disseram que tanto Bruxelas quanto Washington atrasaram os progressos pedindo que o outro lado agisse primeiro outorgando concessões.

A Aliança Global de Lácteos (Global Dairy Alliance - GDA), representando 1,5 milhão de produtores de leite de Argentina, Brasil, Uruguai, Chile, Nova Zelândia e Austrália, quer grandes cortes nas tarifas agrícolas globais e, para a UE, cortar os subsídios de exportação dentro de três anos.

"Os cenários (para cortes de tarifas) são tão grandes", disse o presidente da GDA, Osvaldo Cappellini em uma conferência de imprensa em Bruxelas. "Existe tanto trabalho a ser feito. Pode haver algum movimento real em curto prazo, em duas a três semanas. Caso contrário, nós estamos muito preocupados com esta reunião em dezembro em Hong Kong".

Os 148 membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) devem chegar a um acordo de liberação comercial na reunião de Hong Kong em 13 de dezembro. A GDA tem visitado os EUA, o Canadá, e os centros operacionais da OMC em Genebra (Suíça) e Bruxelas (Bélgica) para defender as reformas no comércio agrícola.

A agricultura é o maior obstáculo no caminho de um acordo comercial global para reduzir as barreiras com as nações em desenvolvimento buscando cortes nos sistemas de suporte agrícola de nações ricas. Em troca, a UE e outros países ricos querem que os estados mais pobres abram seus mercados de serviços para a competição estrangeira.

Os EUA marcaram uma reunião em Zurique em 10 de outubro com 15 ministros do comércio em uma tentativa de dar início a um potencial pacto comercial.

A GDA disse que a UE tem uma cota de importação de queijos de 100 mil toneladas, apesar de o mercado das 25 nações do bloco ter um valor de sete milhões de toneladas, mantendo os rivais estrangeiros de fora.

Fonte: TheAge.com.au, adaptado por Equipe MilkPoint