GDA quer mostrar distorções no mercado lácteo

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Os produtores de leite participantes da Aliança Láctea Global, formada pelo Brasil, Argentina, Austrália, Chile, Nova Zelândia e Uruguai, poderão solicitar à Organização Mundial de Comércio (OMC) a abertura de uma investigação sobre os subsídios da União Européia à produção e exportação de leite. O produto é a commodity agrícola que mais recebe ajudas governamentais no mundo, somando US$ 40 bilhões ao ano, seguido pelas carnes (US$ 27,4 bilhões) e pelo arroz (US$ 24,3 bilhões).

O conhecimento técnico do Brasil, que venceu as disputas na OMC contra os subsídios ao algodão, dos Estados Unidos, e ao açúcar, da União Européia, pode ajudar no processo. "Caso as negociações de Doha não avancem, a alternativa é provar na OMC os danos dos subsídios", disse o membro titular da Aliança no Brasil, Rodrigo Alvim.

Em reunião em Brasília, os integrantes do grupo decidiram, em três semanas, levantar em seus países os danos econômicos provocados pela obstrução da Rodada de Doha.

Para esses países, é preciso que a Rodada de Negociações Internacionais da OMC, em Hong Kong, em dezembro, discuta a melhoria imediata do acesso aos mercados, a redução dos apoios internos e a eliminação dos subsídios à exportação de forma imediata ou em curto prazo. O grupo representa mais de 1,5 milhão de produtores de leite do mundo, responsáveis pela produção de 60 bilhões de litros por ano, cerca de 10% da produção mundial. Mas, juntos, detêm mais de 50% do comércio mundial.

Além de apresentar as distorções do mercado, o grupo também pretende dar aos negociadores de seus países alternativas a serem discutidas na rodada, como a forma de redução das tarifas, do aumento das cotas de importação, um cronograma para o fim dos subsídios e das ajudas internas.

"Já temos know-how", diz o analista da Terra Viva Consultoria Empresarial Ltda., Wilson Primo. Segundo ele, no início dos anos 90, o Brasil já havia tentado verificar os danos da União Européia à sua produção, mas por falhas técnicas no processo não teve decisão favorável. Primo explica que os subsídios da União Européia não só distorcem os preços no mercado mundial, como também impedem o acesso a novos mercados. "Os Estados Unidos dizem que não abrem enquanto não houver redução de subsídios na União Européia", lembra.

O modelo de processo na OMC poderá seguir o do algodão. Na reunião da Aliança Láctea Global, na sexta-feira, a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) apresentou a fórmula de abertura do painel na OMC. O processo foi custeado pelos cotonicultores brasileiros. "Os subsídios à exportação são mais fáceis de combater porque distorcem o mercado", diz o analista da AgriPoint Consultoria, Marcelo Pereira de Carvalho. Segundo ele, levantamento da Austrália, realizado em 2002, mostra que se as tarifas de acesso aos mercados, que em alguns países chegam a 100%, fossem reduzidas pela metade, e o tamanho das cotas fosse dobrado, os preços e a produção dos principais produtos lácteos subiriam em todo o mundo.

Segundo a simulação, o maior aumento de preço (29%) seria o da manteiga. E o maior crescimento de produção seria o do queijo (15%).

Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe MilkPoint
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