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A reabertura dos trabalhos legislativos no Congresso promete esquentar a polêmica em torno da rejeição da fusão Nestlé-Garoto pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que volta a avaliar o caso.
Hoje, os três senadores do Espírito Santo, onde está a fábrica de chocolates, e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) vão pedir explicações aos integrantes do Cade. Eles querem saber por que não foi aceita proposta da multinacional para ficar com parte da Garoto.
"Queremos entender os critérios do Cade para barrar o negócio", antecipou o senador Magno Malta (PL-ES). Oficialmente, está previsto um encontro somente com a presidente do conselho, Elizabeth Farina, que não participou do julgamento. Farina, por ter trabalhado como consultora da Nestlé durante a fase de instrução do processo, declarou-se impedida de julgar. No entanto, a expectativa é que todos os demais integrantes do Cade estejam na reunião.
A confirmação do veto à operação ocorreu no dia 5 de outubro, quando o plenário manteve o entendimento de que Nestlé e Garoto juntas representariam uma concentração de mais de 58% do mercado de chocolates brasileiro, o que prejudicaria a concorrência e os consumidores.
Com essa decisão, o Cade rejeitou o pedido de reconsideração apresentado pela multinacional suíça. Para ficar com a Garoto, a Nestlé se dispunha a abrir mão de um portfólio de marcas que representariam 10% do mercado de tabletes, bombons e ovos de Páscoa e outros 20% do mercado de coberturas. A primeira rejeição da operação ocorreu em fevereiro deste ano.
Logo depois do primeiro julgamento, foi grande a reação dos senadores do Espírito Santo, principalmente porque a negativa do Cade veio dois anos depois do negócio ter sido realizado. Um projeto de decreto legislativo que anularia a decisão do Cade chegou a ser cogitado, mas a idéia foi arquivada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, com a esperança de que a proposta da Nestlé fosse aceita. Como o Cade não voltou atrás, os senadores capixabas não descartam a hipótese de tentar ressuscitar a proposta. Também a diretoria da Nestlé estuda uma forma de recorrer.
Fonte: O Estado de S.Paulo (por Isabel Sobral), adaptado por Equipe MilkPoint
