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Gado criado a pasto reduz emissões de GEE

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 09/04/2010

3 MIN DE LEITURA

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O dióxido de carbono tem obtido a maior parte da atenção nas conversas sobre mudança climática, mas existem outras moléculas que merecem parte da culpa pelo aumento da temperatura da Terra, incluindo metano, que um estudo divulgado há algumas semanas, mostrou que estava borbulhando do fundo do oceano Ártico.

Agora, um novo estudo publicado na quarta-feira na Nature avalia o impacto de outros gases de efeito estufa: óxido nitroso, ou N2O, que é cerca de 300 vezes mais poderoso do que o CO2 para o aprisionamento de calor na atmosfera. Assim como ocorre com o CO2, as concentrações atmosféricas de N2O estão sendo aumentadas pela atividade humana, principalmente agrícola, em cerca de 16% desde que a Revolução Industrial começou.

Porém, o estudo da Nature mostra uma reviravolta inesperada na história do N2O. Os biólogos têm assumido há muito tempo que a criação de gado e outros animais domésticos foi parte da razão do aumento dos níveis de óxido nitroso, porque a pastagem dos animais interrompe o ciclo natural que atrai nitrogênio para o solo. Ao invés disso, de acordo com a nova pesquisa, constatou-se que, em alguns locais, a pastagem na verdade reduz as emissões de N2O. "Isso é totalmente surpreendente", disse o cientista do solo do Serviço de Pesquisa em Agricultura, em Fort Collins, Colorado, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Steve Del Grosso, que escreveu um comentário que acompanhou a pesquisa na Nature.

A pesquisa de campo foi feita em Inner Mongolia, China, onde invernos frios são seguidos por verões relativamente suaves - um ciclo que se revelou como chave. "A pastagem é como corte", disse o co-autor do estudo, Klaus Butterbach-Bahl, e professor do Instituto de Tecnologia Karlsruhe em Garmisch-Partenkirchen, na Alemanha. "Ela mantém a pastagem baixa. Quando o inverno chega, o capim alto, não consumido pelos animais, aprisiona a neve, formando um manto de isolamento que mantém o solo abaixo a uma temperatura relativamente quente de mais ou menos 8,8ºC".

Em terras em que os animais pastaram, em contraste a neve simplesmente vai embora, expondo o solo mais ou menos diretamente ao ar frio e levando a temperatura abaixo da superfície a poucos graus abaixo de zero. Nessas temperaturas, disse Butterbach-Bahl, os microsganismos do solo - alguns que emitem N2O - não podem sobreviver facilmente. Quando o solo finalmente derrete na primavera, o capim que não foi cortado pelos animais não somente tem microsganismos prontos para começar a produzir óxido nitroso, mas também, a neve derretida fornece a água necessária para que isso ocorra. Em terras onde os animais pastam, vemos bem menos atividade microbiana, disse Butterbach-Bahl.

Tanto Butterbach-Bahl como Del Grosso disseram que as novas descobertas não lançam dúvidas sobre o fato de que o óxido nitroso contribui para a mudança climática ou o fato de que fatores agrícolas relacionados à atividade humana (incluindo manejo de solo e esterco animal) junto com o processamento de químicos, têm aumentado os níveis atmosféricos. O valor da nova pesquisa, disse Del Grosso, é que "pode nos dar um entendimento melhor sobre de onde as emissões estão realmente vindo, de forma que possamos calcular onde concentrar nossos esforços de mitigação".

Considerando que esses resultados se aplicariam à cerca de um terço das pastagens da Terra, que cobrem por volta de 20% da superfície de terras em regiões de clima temperado, trata-se de uma informação importante: o estudo da Nature mostra que os pesquisadores podem ter superestimado as emissões de óxido nitroso vindas dessas áreas nos últimos 100 anos em até 72%.

Porém, há outro alerta. "Você não pode olhar para a pastagem isoladamente", disse Del Grosso. "Essa pode reduzir as emissões de óxido nitroso, mas os bovinos e outros animais geram metano, que armazena calor, quando digerem alimentos. A pastagem também leva à erosão do solo e pode alterar ecossistemas de outras formas.

Em resumo, esse é um estudo cujos resultados são surpreendentes e claramente significantes - mas cuja colocação em um quadro maior sobre como lidar com a mudança climática precisa ser visto.

A reportagem é da Time, traduzida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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