Fonterra quer consolidar presença na Argentina

A cooperativa de lácteos da Nova Zelândia Fonterra, uma das maiores do mundo, está decidida a consolidar sua presença na Argentina durante os próximos dois anos. Por essa razão, a diretoria da cooperativa - encabeçada por seu presidente, Henry van der Heyden - esteve visitando Buenos Aires e Sunchales, em Santa Fé.

Os 23 diretores da empresa neozelandesa mantiveram reuniões com seus sócios locais. Por um lado, reuniram-se com o presidente da Nestlé da Argentina, Pablo Devoto, uma vez que a Fonterra e a Nestlé tem a sociedade Dairy Partners Américas (DPA). Além disso, foram para Santa Fé para se reunir com seus sócios da SanCor, o presidente Miguel Altuna e o diretor executivo Jorge Strika. A Fonterra tem um acordo com a SanCor pelo qual exportará os produtos lácteos da empresa argentina. Com este convênio, a cooperativa argentina - que exportou mais de US$ 100 milhões no ano passado - poderia aumentar entre 5% e 10% seu rendimento com exportações ao aproveitar a extensa rede comercial da Fonterra.

Os diretores da Fonterra ficaram mais de sete dias na Argentina. Apesar dessa visita ter sido feita em grande parte como reafirmação dos objetivos da Fonterra com os sócios no país, membros do setor de lácteos da Argentina acreditam que a Fonterra tem a intenção de se instalar no país por sua própria conta.

As perspectivas para o setor de lácteos da Argentina para este ano são muito positivas. Estima-se que a produção voltará aos 10 bilhões de litros anuais, recorde atingido em 1998. O aumento não somente se deve ao bom momento do mercado interno, mas também, aos preços internacionais.

A Fonterra pensa em seguir uma estratégia similar à desenvolvida pela canadense Saputo, que comprou a Molfino para se abastecer de matéria-prima de qualidade internacional, mas a um preço mais barato devido à desvalorização do peso com relação a outras moedas.

A principal alternativa da Fonterra é se instalar por contra própria na Argentina e seguir com seus sócios nas atividades que já opera. Outras duas opções são aprofundar suas alianças atuais: fazer mais negócios com a Nestlé no país ou estreitar a associação com a SanCor. A primeira possibilidade tem o benefício de se unir a um sócio internacional. A segunda tem a vantagem de manter-se em cooperativas que se entendem bem porque têm seu foco exclusivamente na produção de lácteos.

Fonte: El Cronista, publicado em Lechería Latina, adaptado por Equipe MilkPoint