Fonterra quer aumentar participação na Ásia

A gigante do setor de lácteos da Nova Zelândia, Fonterra, levou seus 150 principais executivos do mundo todo para Auckland para um Congresso de dois dias na semana passada, para trocar idéias e reafirmar sua visão global.

O diretor-gerente regional da Fonterra Ingredients Ásia, Mark Dewdney, disse que a visão é simples. "Quando as pessoas pensam em lácteos nós queremos que pensem em Fonterra".

Ele disse que o mercado da Fonterra na Ásia vai desde o subcontinente indiano até o sudeste da Ásia, cobrindo 11 países e cerca de 3,2 bilhões de pessoas - metade da população mundial.

"Não é Nova Zelândia agora, nem é Nova Zelândia e Austrália, trata-se de Nova Zelândia, Austrália e Ásia. Esta é uma região em que continuaremos crescendo e nós temos que fazer tudo o que pudermos para fortalecer a posição geral da companhia".

A Fonterra Ingredients Ásia fornece ingredientes lácteos para operações de fabricação, incluindo leite em pó, queijos, produtos de proteínas para uso em fórmulas infantis, colostro fortificado com cálcio e produtos com lactoferrina, que estimula o sistema imune.

Dewdney disse que a empresa tem cerca de 45% do mercado de importação da Ásia e que o faturamento é grande. A Ásia contribuiu com 29% das receitas de NZ$ 8,1 bilhões (US$ 5,54 bilhões) com ingredientes da Fonterra no ano passado. Segundo ele, adaptabilidade, reação oportuna e flexibilidade são os requerimentos chave para lidar com uma região de diversos mercados, incluindo o mercado desenvolvido e com altas tarifas do Japão e o mercado em rápido desenvolvimento e com menores tarifas da China.

A Fonterra disse que o consumo de lácteos na China está crescendo em 10% ao ano, bem acima da média global, de 2%, e a produção doméstica de produtos lácteos está crescendo 15%. Dewdney está querendo tirar vantagem da crescente população urbana da China, cada vez mais influenciada pelas dietas ocidentais.

A Fonterra está fechando seu escritório em Hong Kong e movendo todas as suas atividades para a China Continental, o que, segundo ele, "nos capacitará a estar mais envolvidos com as atividades comerciais locais dentro da China". A companhia desenvolverá sua estratégia na China durante os próximos seis meses, mas será tomado um cuidado especial com relação ao investimento do dinheiro dos acionistas.

Uma sociedade com fabricantes locais de lácteos e de alimentos é possível, mas a Fonterra não planeja coletar leite diretamente dos produtores chineses. Apesar de achar que a China será um Mercado de importação substancial, Dewdney reconhece as possibilidades da indústria doméstica crescente e quer uma "posição em ambos os lados".

"Se a demanda crescer e ultrapassar a oferta em um mercado do tamanho da China isso pode de repente abrir uma gigantesca oportunidade de importação. Por outro lado, se a oferta cresceu 1% a 2% a mais do que o consumo pode ser que os produtos chineses tenham oportunidades para exportar". Entre 25% e 30% dos produtos enviados ao sudeste da Ásia são fornecidos por outros países que não a Nova Zelândia.

As limitações da estação de produção de leite de nove meses da Nova Zelândia levaram a Fonterra a construir uma rede global de parcerias de fornecimento para garantir a disponibilidade de ingredientes. "Este é um dos importantes recursos que a Fonterra tem - seu profundo conhecimento sobre como os países agem e como os comerciantes operam dentro de vários países em desenvolvimento".

Em 02/08/05 - 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,68441
1,46111 Dólar Neozelandês = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

Fonte: NzHerald.co.nz (por Owen Hembry), adaptado por Equipe MilkPoint