A mega-cooperativa de lácteos da Nova Zelândia, Fonterra, está considerando a possibilidade de começar a pagar os produtores de leite com dólar norte-americano ao invés da moeda local, o dólar neozelandês. Essa será uma das opções investigadas quando a Fonterra for revisar sua política antes de adotar novos padrões financeiros internacionais no próximo ano.
A Fonterra recebe a maioria de sua receita de NZ$ 12 bilhões (US$ 8,74 bilhões) em moeda norte-americana, mas precisa transferir isso para a moeda local para pagar aos produtores.
Uma mudança para negociar exclusivamente em dólares norte-americanos - que também está sendo considerada pela companhia florestal Tenon - permitiria que a Fonterra evitasse os custos operacionais e do hedging associados com a negociação em duas diferentes moedas.
Isso forneceria mais estabilidade nos pagamentos dos produtores, que flutua dramaticamente à medida que o dólar neozelandês sobe ou desce. Entretanto, a mudança transferiria o risco associado com a flutuação monetária de volta aos produtores, que precisariam converter os pagamentos para cobrir seus custos de vida.
Uma fonte da Fonterra disse que a administração deverá levantar todos os benefícios aos produtores acionistas antes que qualquer mudança seja feita. A fonte disse que é possível que os produtores possam transferir suas dívidas no exterior para dólares norte-americanos de forma a reduzir suas necessidades por dólares neozelandeses.
A Fonterra é responsável por 20% dos lucros de exportação da Nova Zelândia. Se essa mudança nos pagamentos para moeda norte-americana fosse realizada, isso teria um impacto multibilionário na economia do país.
O estrategista monetário sênior da Westpac Banking Corporation, Johnathan Bayley, disse que essa era uma mudança lógica, mas que adicionaria complexidade aos orçamentos dos produtores. Ele disse que o efeito líquido desta mudança provavelmente seria um menor valor do dólar neozelandês.
O país tem um grande déficit monetário - o que significa que é um vendedor líquido de dólares neozelandeses. Bayley disse que se um volume significante de compra de dólares neozelandeses feita por exportadores como Fonterra e Tenos for removido, o déficit criaria ainda mais pressão para baixo na moeda.
Porém, a mudança exporia os produtores a novos riscos na volatilidade do dólar neozelandês e eles possivelmente teriam que fazer hedge contra os riscos para garantir que seus custos permaneçam constantes.
O presidente da Dairy Farmers of New Zealand, Kevin Wooding, disse que a maioria dos produtores não deverá se opor em princípio à idéia de ser pago em dólares norte-americanos. "Se houver vantagens financeiras, nós não nos preocuparemos muito". No entanto, se esta for somente uma forma de resolver os problemas internos da Fonterra, os produtores não deverão estar tão propensos a aceitar.
Existe uma questão se os produtores neozelandeses terão tempo e habilidade para fazer hedge para se proteger de seus próprios riscos monetários.
Várias corporações de todo o mundo estão se adaptando aos padrões de contabilidade dos EUA adotando as Normas Internacionais de Relato Financeiro (International Financial Reporting Standards - IFRS). As companhias da Nova Zelândia esperam fazer a mudança em janeiro de 2007.
Os padrões substituirão os Princípios de Contabilidade Universalmente Aceitos da Nova Zelândia para companhias com mais de 50 funcionários ou faturamento anual de NZ$ 20 milhões (US$ 14,58 milhões) e ativos de NZ$ 10 milhões (US$ 7,29 milhões).
Fonte: Stuff.co.nz, adaptado por Equipe MilkPoint
Fonterra pretende remunerar leite em dólar americano
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