Recentemente, a maior cooperativa de lácteos da Nova Zelândia reuniu seus diretores de marketing em Cingapura para uma sessão bastante incomum de degustação de leite. Entre os sabores oferecidos estavam: chá verde, rosas, gengibre e vários tipos de mel.
A Fonterra está experimentando sabores exóticos, como folhas de trigo selvagem e erva aromática pandano, com a intenção de aproveitar o crescente apetite dos asiáticos por lácteos.
O mercado geral de produtos lácteos da Ásia, que gera US$ 35 bilhões anualmente, está se expandindo a uma taxa de 4% ao ano, segundo a empresa Euromonitor. As vendas de leite na região da Ásia Pacífica subiram de US$ 12 bilhões em 2001 para cerca de US$ 14,7 bilhões em 2004, segundo a Euromonitor.
No entanto, os asiáticos (exceto os japoneses) ainda consomem menos leite fluido per capita do que qualquer outro grupo populacional do mundo - somente cinco litros por ano, comparado com uma média de 30,2 litros por pessoa na América Latina e 90,8 litros por pessoa na América do Norte.
No entanto, enquanto a classe média da Ásia cresce, também aumentam as vendas de leite. A Fonterra e outras empresas lácteas se esforçam para criar sabores que possam atrair o paladar local e promover seus produtos como suplementos nutritivos. Como resultado disso, os supermercados da região estão cheios de variedades de leites enriquecidos com complementos como ácido graxo DHA (da família Omega-3 encontrado na gordura do pescado e que estimula as funções cerebrais das crianças) e o ácido fólico, tipo de vitamina B recomendada para grávidas.
"Os consumidores ocidentais vêem o leite como um produto natural e não querem muitos aditivos. Na Ásia, as pessoas gostam da ciência. Quanto mais se agregar, melhor", disse o diretor de marketing da Fonterra, John McKay.
Os habitantes de países asiáticos em desenvolvimento não consomem muito leite porque acham muito caro. A geografia também não ajuda muito. Como as vacas produzem mais em clima temperado, o leite não faz parte da dieta nos países de clima tropical, como no sul da região.
Para ajudar a mudar o gosto dos consumidores, a Fonterra fez provas clínicas em hospitais de Hong Kong e Malásia, demonstrando que seu leite em pó enriquecido com vitamina D fortalece os ossos. Os resultados positivos aparecem nas embalagens de produtos da empresa.
A dieta asiática contém menos cálcio que a ocidental e a osteoporose é um grande problema nesta região, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A Fonterra tem instalado scanners ósseos nos supermercados da Ásia para mostrar que os ossos dos consumidores não têm a densidade recomendada. Esta campanha tem ajudado a empresa a aumentar suas vendas. No ano passado, as vendas da Fonterra na Ásia alcançaram US$ 600 milhões e estão crescendo a uma taxa de 10% ao ano.
Fonte: The Wall Street Journal (por Cris Prystay), adaptado por Equipe MilkPoint
Fonterra investe em sabores exóticos para Ásia
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