A Farsul recomenda aos produtores de leite do Rio Grande do Sul que reduzam a produção em 10% para adequar a oferta à demanda como uma das formas de enfrentar a descapitalização do setor. Segundo o presidente da Comissão do Leite da entidade, Jorge Rodrigues, o câmbio baixo provocou demanda maior do que o consumo, gerando a necessidade de adequar a oferta.
"Quando foi chamado, o produtor respondeu com o aumento da produtividade. Agora, reduzindo nossa produção em 10%, vamos garantir margem de ganho", acredita.
Fatores como baixa cotação do dólar, que provoca queda no volume de leite exportado e o conseqüente acúmulo nos estoques da indústria, que reduzem o preço pago ao produtor, além do anúncio de novas importações de lácteos pelo governo federal levaram a Fetag, ontem, a reunir os segmentos produtivo, industrial, varejo e representantes do poder público federal e estadual para encontrar alternativas contra a crise.
O diretor de política leiteira da Fetag, Elton Weber, propôs às empresas presentes que o leite entregue este mês, a ser pago até 15 de agosto, não tenha valores menores. "Eles devem definir os preços e volumes até segunda-feira. Se houver redução, teremos que tomar uma posição mais forte", avisou.
Os produtores têm nova reunião na terça-feira com o Sindilat. O litro, que já foi remunerado até R$ 0,70, caiu de um preço médio de R$ 0,58 para os atuais R$ 0,50.
Para a representação da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) foi proposta diminuição nas margens de lucro "para que a indústria possa ter um incremento e, assim, não reduzir preço ao produtor".
Conforme o presidente da Associação Gaúcha dos Laticinistas (AGL), Ernesto Krug, que não participou do encontro, a produção da entressafra deste ano supera em 12% a de 2004 no RS e 15% no país. "Por outro lado, a retração do consumo está muito grande por falta de poder de compra e desemprego".
Fonte: Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe MilkPoint
Farsul sugere redução da oferta no RS
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ROBERTO TRIGO PIRES DE MESQUITA
ITUPEVA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE
EM 30/07/2005
Mais do que reduzir a oferta em 10%, é importante montar um plano de safra compatível com projeções de mercado.
Em recente debate na Expomilk (já publicado no MilkPoint), um dos debatedores expôs que enquanto o Brasil exporta 600 milhões de litros, a Nova Zelândia exporta toda a sua produção, ou seja, perto de 11 bilhões de litros. No meu modo de entender, isto vem ocorrendo sistematicamente naquele país, graças ao regime de produção estacional projetado safra a safra a partir de um rigoroso planejamento da produção voltado para o pleno atendimento das demandas globais do mercado de lácteos.
Planejar safras é muito mais simples e inteligente do que reduzir a oferta em meio às oscilações do mercado.
Em recente debate na Expomilk (já publicado no MilkPoint), um dos debatedores expôs que enquanto o Brasil exporta 600 milhões de litros, a Nova Zelândia exporta toda a sua produção, ou seja, perto de 11 bilhões de litros. No meu modo de entender, isto vem ocorrendo sistematicamente naquele país, graças ao regime de produção estacional projetado safra a safra a partir de um rigoroso planejamento da produção voltado para o pleno atendimento das demandas globais do mercado de lácteos.
Planejar safras é muito mais simples e inteligente do que reduzir a oferta em meio às oscilações do mercado.