Houve acréscimo no volume exportado de 66% em relação ao mesmo período do ano passado. Outro ponto importante no contexto internacional, é que os preços do leite e dos derivados estão, na média, 9% superiores aos praticados em 2003, com exceção do soro de leite, cujo valor está depreciado em 19%.
No mercado doméstico, notícias como a queda no desemprego a patamares de 2002 e a recuperação dos rendimentos dos trabalhadores estão trazendo um otimismo para setor lácteo. Contudo, alguns laticínios já estão encontrando dificuldades em colocar derivados a preços superiores no atacado e no varejo, principalmente nos queijos e no leite UHT.
A falta de leite no mercado acarreta aumentos nas variações entre os valores máximos e mínimos pagos aos produtores, o que de um lado ajuda a equilibrar as contas dos laticínios, porém, de outro, agrava a desigualdade entre a forma de pagamento para os próprios produtores. Tais variações chegam na casa dos 80%, como em GO e MG, onde se encontra leite de latão a R$ 0,37/litro e produtores com volumes diários superiores a 2.000 litros, cujo valor bruto pago foi de até R$ 0,66 o litro.
Traduzindo os valores brutos pagos para valores líquidos recebidos pelos produtores chega-se, em média, a um deságio de cerca de 9%. Em SP e no PR, essas variações estiveram menores, na casa dos 4% e dos 7% respectivamente. Já em MG as variações foram superiores a 10% e, na BA, o deságio chegou a 12,7%. Tais oscilações são dadas principalmente no valor do frete descontado dos produtores, que foi cotado na média de R$ 0,045/litro.

Fonte: CEPEA/USP, adaptado por Equipe MilkPoint