Produtores de leite e indústrias de Santa Catarina, que abriga a quarta maior bacia leiteira do país – com produção de pouco mais de 3 bilhões de litros por ano – vivem fase de atrito em decorrência do cenário de alta de custos de produção da matéria prima e de queda no consumo.
A questão levou o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc), José Zeferino Pedrozo, a pedir, nesta semana, "urgente abertura de uma linha de diálogo" entre os agentes dos dois elos da cadeia.
O clima "esquentou", segundo a Faesc, depois que as entidades representativas das indústrias publicaram manifesto que relatou dificuldades do setor, propondo o "compartilhamento de sacrifício" e união de esforços a produtores, varejo e governo para superar os problemas que o setor vive no decorrer deste ano, informou a entidade, em nota. O movimento causou reação de produtores, que apontaram "cansaço de pagar a conta" quando o segmento não vai bem.
Os elos da cadeia do leite são impactados em 2021 pela redução de consumo, devido ao desemprego e queda de renda das famílias, e da forte alta dos principais insumos para ração animal – milho e farelo de soja –, o que encareceu a produção de leite. Fora isso, o clima tem afetado os pastos e pode impactar a transição entre as pastagens de inverno e de verão entre setembro e outubro.
A entidade fez apelo por manutenção de preços pagos aos produtores, com aprimoramento, pelas indústrias, dos critérios de qualidade para definir a remuneração do leite. A entidade entende que soluções precisam ser encontradas rapidamente para evitar que mais criadores abandonem a pecuária leiteira.
As informações são do Valor Econômico, adaptadas pela equipe MilkPoint.