Exportação segura preço do leite em plena safra

Publicado por: MilkPoint

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Os produtores de leite de Minas Gerais estão comemorando o crescimento das exportações dos laticínios neste ano. A razão para tanta euforia é a manutenção dos preços em plena safra. No estado, maior produtor brasileiro com 6,4 bilhões de litros por ano, os produtores recebem, em média, R$ 0,52 pelo litro do produto. O patamar é 62,5% mais alto do que o que foi pago pela indústria em igual período do ano passado.

O presidente da Comissão da Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, afirmou que com o impulso nas vendas externas de derivados de leite, a indústria está comprando mais o produto, o que mantém o preço de entressafra. "Em todos os anos, quando chega o período de safra, há uma pressão dos varejistas para que os laticínios diminuam os preços pagos aos produtores. Como as exportações estão crescendo, a indústria não aceitou a barganha e manteve os preços", disse Alvim.

De acordo com dados da CNA, nos onze primeiros meses desse ano, o Brasil exportou US$ 81,3 milhões e importou US$ 76 milhões. Como resultado, um setor que chegou a ter déficit de mais de US$ 500 milhões em 1998, está registrando superávit comercial de US$ 5,1 milhões até novembro. "É a primeira vez que o País é superavitário em lácteos. Isso vem ratificar o que prevíamos desde o início do ano", acrescentou o dirigente da CNA. E a expectativa é fechar o ano com um saldo positivo de US$ 10 milhões e receita de US$ 90 milhões.

Segundo Alvim, o primeiro superávit na balança do leite ocorreu em novembro de 2003. Em março foi registrado mais um e em junho e julho, outros dois. Desde setembro, são três meses seguidos em que a balança registra saldo positivo. No mês passado, as exportações somaram US$ 12,7 milhões e as importações, US$ 6,6 milhões.

O produtor José Luiz Ribeiro, de Passos, sudoeste de Minas, também credita a manutenção dos preços ao movimento exportador. Entretanto, ele se queixa da diferença no tratamento entre o pequeno e o grande produtor. "Aos grandes a indústria paga em média R$ 0,58 por litro, já para os pequenos, o produto sai a R$ 0,50", compara.

Segundo Ribeiro, apesar de receber menos pelo leite, o pequeno produtor tem um custo superior. O farelo de soja, por exemplo, sai para o grande produtor a R$ 490 a tonelada e R$ 700 aos pequenos produtores. "O custo de produção em uma propriedade com gado em semiconfinamento gira em torno de R$ 0,40 por litro produzido. Levando-se em conta o preço de R$ 0,50, sobra pouco para o produtor", afirmou.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Ana Paula Machado), adaptado por Equipe MilkPoint
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Leonardo Moreira Costa de Souza
LEONARDO MOREIRA COSTA DE SOUZA

ESTIVA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/12/2004

Sinceramente, não vejo razão para euforia, pois precisamos é continuar lutando e muito para que notícias boas não levem a interpretações errôneas. Devemos lembrar que constantemente atrela-se o preço do leite ao consumidor com o preço do leite pago ao produtor, enquanto na verdade a margem da atividade não fica com o produtor, mas sim com os supermercados e indústria.

O produtor começa a ter pelo menos uma condição de sustentabilidade na atividade, mas não tem retorno suficiente para novos investimentos e remuneração do capital empregado na atividade. Deve-se lembrar, ainda, que o custo e prejuízos acumulados durante vários anos não serão pagos em um ano de sustentação.

Será necessário no mínimo uma década de bons resultados para que o produtor volte a ter condições de sustentar a atividade, crescer e voltar a investir. Caso contrário, o movimento de exportação não conseguirá se sustentar por falta de qualidade do produto.

Portanto, ao invés de cantarmos vitória antes do tempo precisamos é continuar lutando, e muito, para a estabilidade e equilíbrio do setor.

Vamos combater a fraude, a formação dos cartéis, os supermercados que inflam os preços para o consumidor e depois pressionam a indústria para fazer promoções, inundando o mercado de leite.

Afinal, não será legítimo o direito do produtor em ser remunerado pelo trabalho, capital e risco?

Leonardo Moreira Costa de Souza
Diretor da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa
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