Exportação segura preço do leite em plena safra
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O presidente da Comissão da Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, afirmou que com o impulso nas vendas externas de derivados de leite, a indústria está comprando mais o produto, o que mantém o preço de entressafra. "Em todos os anos, quando chega o período de safra, há uma pressão dos varejistas para que os laticínios diminuam os preços pagos aos produtores. Como as exportações estão crescendo, a indústria não aceitou a barganha e manteve os preços", disse Alvim.
De acordo com dados da CNA, nos onze primeiros meses desse ano, o Brasil exportou US$ 81,3 milhões e importou US$ 76 milhões. Como resultado, um setor que chegou a ter déficit de mais de US$ 500 milhões em 1998, está registrando superávit comercial de US$ 5,1 milhões até novembro. "É a primeira vez que o País é superavitário em lácteos. Isso vem ratificar o que prevíamos desde o início do ano", acrescentou o dirigente da CNA. E a expectativa é fechar o ano com um saldo positivo de US$ 10 milhões e receita de US$ 90 milhões.
Segundo Alvim, o primeiro superávit na balança do leite ocorreu em novembro de 2003. Em março foi registrado mais um e em junho e julho, outros dois. Desde setembro, são três meses seguidos em que a balança registra saldo positivo. No mês passado, as exportações somaram US$ 12,7 milhões e as importações, US$ 6,6 milhões.
O produtor José Luiz Ribeiro, de Passos, sudoeste de Minas, também credita a manutenção dos preços ao movimento exportador. Entretanto, ele se queixa da diferença no tratamento entre o pequeno e o grande produtor. "Aos grandes a indústria paga em média R$ 0,58 por litro, já para os pequenos, o produto sai a R$ 0,50", compara.
Segundo Ribeiro, apesar de receber menos pelo leite, o pequeno produtor tem um custo superior. O farelo de soja, por exemplo, sai para o grande produtor a R$ 490 a tonelada e R$ 700 aos pequenos produtores. "O custo de produção em uma propriedade com gado em semiconfinamento gira em torno de R$ 0,40 por litro produzido. Levando-se em conta o preço de R$ 0,50, sobra pouco para o produtor", afirmou.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Ana Paula Machado), adaptado por Equipe MilkPoint
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ESTIVA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 14/12/2004
O produtor começa a ter pelo menos uma condição de sustentabilidade na atividade, mas não tem retorno suficiente para novos investimentos e remuneração do capital empregado na atividade. Deve-se lembrar, ainda, que o custo e prejuízos acumulados durante vários anos não serão pagos em um ano de sustentação.
Será necessário no mínimo uma década de bons resultados para que o produtor volte a ter condições de sustentar a atividade, crescer e voltar a investir. Caso contrário, o movimento de exportação não conseguirá se sustentar por falta de qualidade do produto.
Portanto, ao invés de cantarmos vitória antes do tempo precisamos é continuar lutando, e muito, para a estabilidade e equilíbrio do setor.
Vamos combater a fraude, a formação dos cartéis, os supermercados que inflam os preços para o consumidor e depois pressionam a indústria para fazer promoções, inundando o mercado de leite.
Afinal, não será legítimo o direito do produtor em ser remunerado pelo trabalho, capital e risco?
Leonardo Moreira Costa de Souza
Diretor da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa