EUA: proposta para reduzir limite de CCS é rejeitada

Publicado por: MilkPoint

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Pela quarta vez em oito anos, a proposta para reduzir o limite de contagem de células somáticas (CCS) nos Estados Unidos foi rejeitada pela Conferência Nacional de Envios Interestaduais de Leite (National Conference on Interstate Milk Shipments - NCIMS). A última proposta, feita pelo Conselho Nacional de Mastite (National Mastitis Council - NMC) - era de redução do limite legal de 750 mil para 400 mil até o ano de 2012.

A decisão foi tomada na última conferência da NCIMS, realizada de 12 a 17 de maio em Columbus, Ohio. A NCIMS é uma organização sem fins lucrativos cuja meta é "garantir o fornecimento mais seguro possível de leite para todas as pessoas". A instituição inclui pessoas envolvidas na indústria de lácteos, desde produtores, até processadores, inspetores, pessoas envolvidas na criação e execução de leis para o setor, pesquisadores acadêmicos e consumidores. O principal objetivo da Conferência é discutir propostas enviadas por vários indivíduos ou agências locais, Administração para Alimentos e Drogas (Food and Drug Administration - FDA), Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), produtores, processadores, consumidores, etc., que têm um interesse em garantir que os produtos lácteos consumidos sejam seguros. O grupo se reúne a cada dois anos.

A questão de redução do limite de CCS nos EUA tem sido bastante discutida nos últimos anos. As propostas para mudar o limite foram enviadas à NCIMS por vários grupos, inclusive pelo NMC, em quatro das últimas cinco conferências realizadas. Entretanto, as propostas foram sempre rejeitadas.

A questão fundamental relacionada à mudança no padrão de CCS nos EUA é determinar se existem riscos à saúde humana associados com a alta CCS e, caso existam, como estes devem ser documentados. O NMC tem tido um papel importante na revisão da relação entre a CCS e os riscos para a saúde humana, com a intenção de fornecer evidências documentadas para guiar futuras decisões relacionadas à qualidade do leite. Neste ano, na 44a Reunião Anual do NMC em Orlando, um grupo convidado de especialistas internacionais foi reunido para fornecer a base para este documento. Cada especialista foi solicitado a apresentar uma revisão da literatura científica na área relacionada com a CCS, qualidade do leite e saúde pública em um simpósio pré-conferência realizado em 16 de janeiro de 2005.

O relatório concluiu que, apesar do consumo de leite com alta CCS não parecer ter um risco imediato e direto para a saúde do consumidor, a redução no limite da CCS influenciará positivamente a aceitabilidade e a conveniência do leite como uma medida para melhorar a segurança, a qualidade do leite e os produtos de valor agregado. A presença de alta CCS no tanque está associada com riscos indiretos como higiene ruim na fazenda, resíduos de antibióticos e presença de organismos patogênicos e toxinas no leite.
Baseado nos riscos indiretos à saúde do consumidor, o NMC enviou a proposta para a NCIMS de reduzir o limite de CCS no tanque de leite para 400 mil/mL até o ano de 2012.

No entanto, a conclusão da NCIMS foi de que esta é uma questão de qualidade do leite e não de segurança alimentar. A NCIMS somente está autorizada a tomar medidas relacionadas à segurança alimentar.

Fonte: Dairy Herd Management, National Mastitis Council (NMC) e National Conference on Interstate Milk Shipments (NCIMS), adaptado por Equipe MilkPoint
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Matozalém Camilo
MATOZALÉM CAMILO

ITUIUTABA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/06/2005

Qual seria o motivo da Instrução Normativa 51 preconizar CCS de 400.000 para o leite brasileiro após 2011? Sendo que nos USA este número é significativamente superior?



Matozalém Camilo

Ituiutaba MG



<b>Resposta</b>:



Provavelmente é devido ao fato das normas na União Européia e Nova Zelândia preconizarem 400.000 células somáticas. Como são exportadores, faz sentido o Brasil trabalhar nesses índices também, caso seja objetivo se preparar para exportação em grandes volumes, sem correr o risco de sofrer barreiras em função disso. Já os EUA não são e nunca serão grandes exportadores, devido ao custo.

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