EUA propõem corte de 60% nos subsídios

Publicado por: MilkPoint

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Os Estados Unidos fizeram ontem uma proposta de redução de 60% dos subsídios pagos a seus agricultores, em um esforço para destravar as negociações da Rodada Doha de liberalização do comércio, que acontece no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio).

As discussões estão travadas, em grande parte devido ao impasse com relação a produtos agrícolas, a menos de dois meses da reunião da OMC, em Hong Kong, em que deveria ser feito um acordo.

Rob Portman, chefe do USTr (espécie de ministério do Comércio Exterior dos EUA), levou a proposta dos americanos a negociadores de cerca de 23 países, incluindo o Brasil, reunidos em Zurique, na Suíça.

A proposta dos Estados Unidos pede que a União Européia e o Japão reduzam seus subsídios em 80%, argumentando que esses dois países gastam mais do que os EUA em ajuda aos agricultores. "Os Estados Unidos estão dispostos a sentir alguma dor. Nós estamos prontos para fazer mudanças significativas nos programas agrícolas, contanto que nossos parceiros ofereçam acesso a seus mercados para as exportações americanas", disse Portman.

O plano dos EUA também prevê o corte de tarifas de importação de produtos agrícolas. As tarifas seriam reduzidas em 55% a 90%.
A proposta americana também prevê três fases de cortes de tarifas e subsídios classificados como distorcivos ao comércio, que seriam eliminados até 2023. Já os subsídios à exportação seriam eliminados a partir de 2010. A UE já havia dito que aceitava acabar com esse tipo de ajuda.

A proposta dos Estados Unidos foi recebida de forma cautelosa pelo Brasil. O chanceler brasileiro, Celso Amorim, disse que o plano era "um passo na direção certa", mas que "há espaço para melhorá-lo". "Não é o que nós queremos", disse Amorim, mas a proposta "pode fazer com que as coisas se movam", acredita. "É positivo, mas não creio que seja suficiente".

A resposta da União Européia ao plano foi positiva, mas os cortes oferecidos pelo bloco não chegaram ao nível previsto na proposta dos EUA. O comissário de Comércio da UE, Peter Mandelson, disse que o bloco poderia reduzir as ajudas domésticas em 70%, cinco pontos percentuais acima de sua proposta anterior.

A resposta do Japão aos EUA, porém, foi menos animadora. O ministro da Agricultura, Mineichi Iwanaga, disse que não aceitava a proposta americana como base para discussão. "Existe uma diferença muito grande entre a proposta e nossa posição porque as reduções às ajudas [dos EUA] são insuficientes", disse o ministro, que também afirmou que seu país não aceitaria reduções nas tarifas.

Fonte: O Estado de S.Paulo, adaptado por Equipe MilkPoint
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