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EUA e UE têm queda nos preços ao produtor em março |
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JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOSAREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 20/05/2010
Roberto,
A sua preocupação também é a minha. As suas observações são pertinentes e respeito a sua indignação. Também não sei qual é o modelo razoável para atender a todos. Mas acho que não é com artificialismos que chegaremos a algum lugar. O momento é de crise nos países desenvolvidos e voce sabe tanto quanto eu que sempre sofremos pela pujança do caixa dos países desenvolvidos. Fico extremamente surpreso que a Europa tenha só agora acordado p/o seu deficit. Precisou a Grécia, que continua a se comprometer junto a Alemanha e França a comprar armamentos, independentemente do seu equilibrio fiscal, a mostrar insolvencia para que a Europa apresentasse um plano de resgate. Tudo isso traz uma turbulência muito grande. Mas agora, parece que teremos um dolar mais valorizado em relação ao Real e um Euro mais desvalorizado. Vamos aguardar.... |
ROBERTO JANK JR.DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 19/05/2010
Caros amigos Savio, Ze Humberto e Ramon,
Minha preocupação não está no sucesso do segmento; o Brasil tem consumo per capita, população, produção e fronteira agropecuária crescentes. Essa somatória por si só já significa uma cadeia de sucesso. Peocupa-me sim é a sobrevivencia dos atores (e não só do leite). Em 2009 o produtor médio de leite do Brasil teve uma renda mensal de R$ 266,00 (cálculo meu) se considerada uma margem de 20% sobre o faturamento de sua produção no preço médio Brasil do CEPEA. É meio salario mínimo; uma vergonha! A renda média da nata dos produtores (25% do total, responsáveis por 80% da produção; cálculo meu) foi R$ 816,00 por mes, também com 20% de margem sobre faturamento. Eses números apenas demonstram a pobreza e o amadorismo que nosso setor primário vive ainda nos dias de hoje; vejam que não estamos falando dos anos 70 ou 80. Nos EUA em 2009, com crise e tudo, apenas 740 fazendas com média de 99 mil litros por dia e 2,9 mil vacas produziram todo o leite do Brasil; 100% do leite com 0,08% dos produtores. Fácil notar que alguma coisa vai mal por aqui. Quando digo que vamos comer petroleo por razões que estão fora de nosso controle, é uma tentativa de demonstrar a instabilidade que vivemos e que esta não nos permite atingir o necessário grau de profissionalização na atividade. Hoje li que o etanol está sendo vendido abaixo de R$ 1,00; o açucar, que estava a U$ 0,30/lb.cent hoje está por U$ 0,14/lb.cent, U$ 0,02 abaixo do custo. De novo, um problemão para as usinas, seus fornecedores e arrendadores de terras. Claro que o efeito danoso desses casos vem do cambio que tira nossa oportunidade de exportar e nos obriga a colocar excedentes em nosso enorme mercado doméstico, que responde com... queda acentuada de preços! E aí, desetimulados, reduzimos a produção e voltamos a ser deficitarios, caso do leite em 2009 após 5 anos de superávit. É a velha gangorra, o outro lado do sucesso da cadeia que poucos comentam. Minha carta não se refere ao sucesso do Brasil emergente ou ao seu potencial e sim ao sem número de empreendimentos competentes e ousados de todos os setores produtivos que vão para no "cemitério das empresas" apenas pela instabilidade economica gerada por apreciação excessiva e instável da moeda, esta causada por nosso exesso de riquezas naturais e de commodities exportáveis; ou seja, o feitiço virando contra o feiticeiro. E quem continua ganhando dinheiro? Bancos e fundos de investimento que especulam justamente com as commodities que nós produzimos. Como resolver? Até hoje não ouvi uma resposta razoável de ninguém, mas reitero que o estrago está por aí e vai se agravar. Espero ter sido claro em meu ponto de vista. abraços. |
JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOSAREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 18/05/2010
Vamos lá Ramon:
O cambio flutuante tem início (c/uma flutuação suja) a partir do segundo mandato do FHC se não estou enganado. Posteriormente, tivemos o ano da eleição de Lula e em meados de 2.001 tivemos a carta aos brasileiros que tranquilizaram, de certa maneira, o terrorismo criado pelos adversários do governo que iria se iniciar em 2.002. O ano seguinte, se voce se recorda, foi o período de ajuste fiscal (era Palloci) e concomitantemente o mensalão.(tudo isso significa turbulência interna e muita especulação).Os anos de 2.004 em diante, tivemos um excelente saldo na balança comercial e os números da economia começaram a melhorar cada vez mais. Não acho que o dolar é manipulado para baixo. O que existe é uma espectativa muito otimista em relação ao Brasil por parte do mercado (coisa que os fatos não desmentem). E a ação do BC tem sido sistemáticamente de comprar moeda forte (dolar) p/ que não haja uma valorização ainda maior do Real. O que acho também é que a avaliação de riscos está passando por uma transição muito grande o que tem favorecido os países emergentes em detrimento dos Desenvolvidos. Volto a repetir: o foco tem que ser o mercado interno, com as salvaguardas naturais p/ não permitir que os produtos subsidiados estrangeiros distorçam os preços internos. Ou seja: não acho que haja artificialismo na condução da política cambial; posso achar, e é só achismo, que poderíamos ter uma política de taxas de juros mais agressiva, tanto p/baixo c/o p/cima por parte do BC. Mas acho tbém que o corte de despesas anunciado pelo MF vem ajudar p/ que a taxa Selic não suba ainda mais, o que novamente concordo c/ o A.Elias, poderia valorizar nossa moeda ainda mais. Volto a repetir: Não "comeremos" o petróleo do Pré-Sal. Vamos sim produzir o nosso leite para ser consumido por uma nova parcela de pessoas que nunca tiveram acesso a esse produto tão básico, além de outros, c/o o frango, o suco de laranja, e por que não o "petit suisse"... Abraços a todos. (E.T: as notícias de aumento de consumo das classes C e D são muito importantes p/nós produtores) |
SAVIOBARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 17/05/2010
José Humberto;
Sobre o déficit da balança comercial, não me referia à aumentar exportações. Sei das limitações que impedem esse aumento. A referência era um alerta ao grande aumento das importações em um curto espaço de tempo. O governo tomou atitudes de proteção com maior força somente no ano passado, esse ano ele sugere uma aproximação, ao meu ver, nociva da Argentina e do Uruguai usando o leite como moeda de troca para a exportação de frangos e aves em geral. Entendo que essa medida beneficia gigantes da avicultura nacional em detrimento de milhares de produtores de leite no Brasil. Não sou contra a relação com a Argentina e com o Uruguai, só me causa estranheza haver um bombardeio de importações em menos de 90 dias quando começa a se sentir uma valorização do leite produzido no Brasil. Li uma entrevista de um empresário do setor avaliando ser "positivo" estarmos em um ano eleitoral no que tange a valorização do leite. Discordo dessa afirmação porque quanto mais caros estão produtos essenciais menor a polularidade de um governante. Quanto mais um populista como o nosso. Existem muito mais votos na cidade consumista do que no campo produtor. Acredito que estamos passando por um momento de interferência política com o objetivo de "esfriar" o mercado não só do leite mas de todos alimentos em valorização. O câmbio é só um aliado nessa interferência. Um abraço Sávio Santiago |
JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOSAREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 17/05/2010
Sávio:
1 - não temos tradição de exportador no mercado lácteo; 2 - concordo com voce que o problema da importação de lácteos é político e não cambial; 3 - concordo com voce que sempre sofremos as agruras de produzirmos um alimento básico; 4 - acho que o governo tomou as atitudes de proteção que podiam, dentro das regras de proteção que existem; 5 - o problema da Argentina e Uruguai é antigo e agravado agora com as defasagens cambiais existentes nesses países Ramon: Preciso de um tempo um pouco maior para analisar os seus dados. Obrigado. |
SAVIOBARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 17/05/2010
Sem querer entrar na questão do câmbio, intero o seguinte.
O grande déficit da balança comercial de lácteos no último mês já está causando estragos no mercado interno. Variações de preços no atacado (RJ e SP) na última semana: UHT > 1,85 > 1,45; Mussarela > 11,90 > 9,00; Preço Spot > 1,00 > 0,85 (mercado muito fraco) Infelizmente a história se repete, se ninguém tomar atitude haverão quedas já em junho. Acredito que a questão cambial é um entrave, mas o maior problema é político. Sob a justificativa de manter boas relações bilaterais o governo enterra o setor com o claro propósito de manter a inflação sob controle e o preço de um produto essencial como o leite baixo para a população em ano eleitoral. Um abraço Sávio Santiago |
ANTÔNIO ELIAS SILVACAMPO ALEGRE DE GOIÁS - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 14/05/2010
Caro J Humberto,
Grato pelas palavras... A balança comercial está positiva no acumulado do ano, diferentemente do que o Ramon colocou, mas o nosso déficit em conta corrente no ano está superior aos investimentos estrangeiros direitos, o que nos faz concluir que as reservas (próximas a US$ 270 bihões) estão aumentando via capitais mais voláteis (parte nem tanto). Abraço a todos, Antônio Elias |
RAMON BENICIO LIMA DA SILVANITERÓI - RIO DE JANEIRO EM 14/05/2010
Prezado José Humberto
Permita-me apresentar alguns dados (IPEADATA) relativos ao comércio exterior de 1970 a 2009. Ano = Saldo da balança comercial em US$ Milhões 1970 = 232,02 1971 = -343,54 1972 = -241,13 1973 = 6,96 1974 = -4.690,32 1975 = -3.540,40 1976 = -2.254,68 1977 = 96,76 1978 = -1.024,20 1979 = -2.839,48 1980 = -2.822,77 1981 = 1.202,46 1982 = 780,07 1983 = 6.470,39 1984 = 13.089,52 1985 = 12.485,52 1986 = 8.304,30 1987 = 11.173,10 1988 = 19.184,11 1989 = 16.119,19 1990 = 10.752,39 1991 = 10.579,97 1992 = 15.238,89 1993 = 13.298,77 1994 = 10.466,47 1995 = -3.465,62 1996 = -5.599,04 1997 = -6.752,89 1998 = -6.574,50 1999 = -1.198,87 2000 = -697,75 2001 = 2.650,47 2002 = 13.121,30 2003 = 24.793,92 2004 = 33.640,54 2005 = 44.702,88 2006 = 46.456,63 2007 = 40.031,63 2008 = 24.835,75 2009 = 25.347,41 Para uma melhor análise calculei as taxas de crescimento por décadas, as quais listo abaixo: Década de 70 = - 220,33 (taxa negativa) Década de 80 = 2.140,70 (taxa positiva) Década de 90 = - 2.474,10 (taxa negativa) 2000 a 2009 = 3.638,20 (taxa positiva) Convém observar que nos anos de 2008 e 2009 o saldo comercial diminuiu cerca de 15 bilhões de dólares em cada ano e já tinhamos perdido cerca de 6 bilhões no ano de 2007, ou seja aprox. 36 bilhões de dólares a menos. Nas décadas de 80 e 90 (até 1994) ainda tinhamos a moeda indexada, no entanto o que se observa é um descolamento de indexação de moeda e saldo comercial. Agora vamos tentar analisar pela taxa de câmbio, novamente dados do IPEADATA, infelizmente a série começa em 1989, mas vou utilizar os dados a partir de 1991. Ano 1991 = 0,000147858 1992 = 0,001640945 1993 = 0,03216321 1994 = 0,639312639 1995 = 0,9176 1996 = 1,005075 1997 = 1,077991667 1998 = 1,160516667 1999 = 1,814725 2000 = 1,830208333 2001 = 2,350433333 2002 = 2,92115 2003 = 3,078283333 2004 = 2,925916667 2005 = 2,435191667 2006 = 2,176125 2007 = 1,947854167 2008 = 1,834566667 2009 = 1,9976 De 1980 a 1994 o cambio estava indexado e conseguiamos saldo positivos da balança comercial, até bastante razoáveis para o tamanho da econômia da época. De 1995 a 1999 o câmbio foi mantido artificialmente baixo, todos devem lembrar da URV que chegou a valer mais do que um dólar. Nesta época o que se pretendia era o controle da inflação então importar era o caminho. De 1999 a 2006 o câmbio foi colocado num patamar mais realista e conseguimos saldos generosos na balança comercial. De 2007 a 2009 começa o problema do cambio irreal e o que temos é uma redução nos saldos comerciais, são 36 bilhões de dólares a menos. Isto parece até a estória do ovo e da galinha: O câmbio está baixo por que temos menos 36 bilhões de dólares no mercado ou temos menos 36 bilhões de dólares no mercado por que o cãmbio está baixo. Um grande abraço. Ramon Benicio |
RAMON BENICIO LIMA DA SILVANITERÓI - RIO DE JANEIRO EM 14/05/2010
Continuação...
Outro trecho de seu comentário: "Pq a Selic caiu em 2009 e o Real se depreciou? Pq o fator volatilidade dos mercados foi maior do que a queda da Selic (o mundo tirou dólar do Brasil para cobrir perdas nos países ricos)." Novamente acredito que houve um equivoco. Em 2009 a taxa Selic caiu e o Real NÃO se depreciou. Aliás, foi justamente o contrário, o Real se manteve valorizado. 2009 foi um ano atipico, a melhor comparação é do período de 2000 a 2006 e de 2007 a 2009 veremos que houve uma forte valorização do Real entre os dois períodos. O mecanismo clássico de oferta e procura não funcionou em 2009, por que mundialmente havia um excesso de dólares. Todos os agentes querendo se desfazer de suas posições em dólar e buscando segurança em ativos físicos, por exemplo, OURO. Com os agentes vendendo suas carteiras de investimentos teriamos: Abundância de reais no mercado -> real desvalorizado -> dólar valorizado Mas isto não aconteceu, por que o mundo estava cheio de dólares. O dólar só não caiu mais por que o BC entrou diversas vezes no mercado comprando dólares. E mesmo assim teve dificuldades em segurar a taxa de câmbio, a crise mundial foi muito forte. Não podemos esquecer o seguinte: A dívida externa do Brasil "parece" estar sob controle, mas e quanto a dívida interna? Com os PACs 1, 2 e 3 prometendo mundos e muitos fundos e ainda querendo alijar o controle dos TCUs, apesar de muito do PACs ser apenas propaganda. Para manter também a dívida interna sob relativo controle o governo procura manter um superávit primário folgado. Nunca se arrecadou tanto em impostos como nos últimos 4/5 anos. O último trecho do seu comentário traduz o anseio de todo brasileiro de ter um país com grande estabilidade em todos os setores. Mas me diga francamente. Você acredita que nos próximos 10/15 anos teremos este país? Veja o caso da Espanha que chegou a ser exemplo de como se administrar um país e que agora é uma das bolas da vêz. E a Espanha tem uma pauta de exportações bastante diversificada e um estoque de moedas bastante grande. Resumindo, parece que os fundamentos de econômia perderam sua capacidade de manter as coisas em seus devidos lugares ou pelo menos de explicar o que está acontecendo. Galbraith deve estar rindo no céu pela confusão no qual o mundo se meteu. Best Regards Ramon Benicio |
RAMON BENICIO LIMA DA SILVANITERÓI - RIO DE JANEIRO EM 14/05/2010
Prezado amigo Antônio Elias,
Permita-me discordar do seu comentário por razões que listo abaixo: Pelo conceito clássico de Falácia de Composição eu teria cometido este erro se tivesse admitido que por um determinado ângulo da questão todos os outros tivessem o mesmo comportamento, e não foi esta a questão, pois estava tratando de angulos completamente diferentes. Definição clássica: A falácia da composição é uma falácia que ocorre sempre que se admite que aquilo que é verdade para uma parte do sistema, então também é verdade para todo o conjunto. Exemplos de erros clássicos de Falácia de Composição: Numa determinada região temos vários produtores de leite que detém uma nova tecnologia que permite estocar leite e esperar por melhores preços. Um determinado produtor acha que o preço chegou ao ponto ideal e vende seu estoque a um bom preço, os outros produtores ao saber da negociação disparam seus mecanismos de venda. Falácia de Composição: Achar que por um produtor ter vendido a um bom preço todos os demais também irão conseguir também um bom preço e assim todo o sistema terá um ganho maior com base em um produtor. Vários exportadores detém contratos de câmbio e aguardam o melhor momento para vender suas posições (fechar o câmbio), se um dos exportadores resolve vender seus contratos com um ganho maior e se todos os outros o acompanham, não significa que todo o sistema terá um ganho maior. Falácia de Composição: Prever que todo o sistema ganhará mais por que um determinado exportador vendeu suas posições a um bom preço. No meu comentário não me utilizei da análise de apenas um sistema, mas de um conjunto de sistemas, muitas vezes antagônicos, por exemplo: O Real valorizado beneficia importadores, mas prejudica exportadores, temos aqui dois sistemas independentes, mas que estão intrínsicamente ligados pela taxa de câmbio. Aproveito para fazer referência a um trecho do seu comentário: "É comum pensarmos q se um fato econômico contribui para um determinado efeito (por exemplo maior importação, saída de dólares e valorização do real), este fato é o único agente causador do efeito" - Aqui creio que foi cometido um equivoco. Maior importação -> Maior necessidade de dólares -> Desvalorização do Real Maior exportação -> Abundância de dólares -> Valorização do Real Continua... |
JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOSAREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 14/05/2010
Concordo c/ o Antonio Elias.
Mas meu caro Ramon, os saldos da balança e o volume de exportação e importação tiveram um salto grande a partir do momento em que a taxa de cambio (insisto) deixou de ser indexador. Como diz o ex-ministro Delfin (alías, idealizador da indexação e das maxi-desvalorizações programadas) o que importa não é somente o saldo, mas o volume de comercio exterior. Com relação as reservas de moeda forte, considero que o volume de reservas em moeda forte nunca foi tão grande c/o nos últimos dois anos, o que não advém do capital especulativo, mas sim dos saldos da balança comercial e dos investimentos diretos. Com relação a taxa de juros, a real de 4,5%a.a., tem certos atrativos que são ainda minimizados pela falta de consistencia na política fiscal e evidentemente no risco país, que queiram ou não ainda existe. No mais, acredito que a queda dos volumes de exportação, estão mais ligados ao perfil de nossos produtos exportáveis além, é claro, da terrível crise que afeta os nossos compradores do primeiro mundo. Não podemos deixar de lembrar que, grande parte das exportação, principalmente de manufaturados é intercompany (veículos e motores) que como disse, os importadores deixaram de realizar, menos pelo cambio e mais por estratégia empresarial. Como disse no início de minha intervenção, falar sobre o cambio é uma tarefa árdua e a taxa de equilíbrio é resultante de diversos fatores como bem disse o nosso colega Antonio Elias. |
ANTÔNIO ELIAS SILVACAMPO ALEGRE DE GOIÁS - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 14/05/2010
Caro Ramon e demais,
Vc está comentendo um erro comum de análise, chamado pela teoria econômica de falácia de composição (fallacy of composition)... É comum pensarmos q se um fato econômico contribui para um determinado efeito (por exemplo maior importação, saída de dólares e valorização do real), este fato é o único agente causador do efeito. Existe, no entanto, um conjunto de fatores interagindo que determinam o dado efeito (taxa de câmbio). Uns contribuem para que o dólar suba, outros para que ele caia, e a somatória de tudo dá a resultante. Assim, no longo prazo, uma taxa de juros real baixa gera uma moeda local depreciada (a taxa de juros é o preço sintético de uma moeda). Pq a Selic caiu em 2009 e o Real se depreciou? Pq o fator volatilidade dos mercados foi maior do que a queda da Selic (o mundo tirou dólar do Brasil para cobrir perdas nos países ricos). Se um marco regulatório estável atrair investimentos em infraestrutura, o ganho de competitividade da economia brasileira fará com que exportemos mais, e isso sozinho, ceteris paribus (tudo mais constante), apreciaria o Real, por atrair dólares . No entanto, com uma economia mais pujante, arrecadamos mais, poderemos equilibrar a dívida pública melhor (fazê-la cair em relação ao PIB), e, conseqüentemente, fazer cair as taxas de juros reais, ao mesmo tempo em que podemos aumentar a oferta de produtos e serviços na economia, pois os empresários teriam acesso a empréstimos a juros reais mais baixos (e os consumidores tb), gerando um círculo vicioso. Por outro lado, os ditos capitais especulativos sairiam do país, pois os juros não estariam mais tão atraentes. No lugar destes, entrariam os investimentos estrangeiros diretos em produção, pois o país agora se tornaria atraente para produzir (juros baixos, marco regualtório estável, gde mercado, estrutura tributária adequada, legislação trabalhista tragável, bom ambiente para negócio). Então, temos de olhar para a somatória de todas as causas, a fim de analisar quais seriam o real efeito no longo prazo. Portanto, temos de perseguir a qualquer custo políticas que conduzam a taxas de juros reais as mais baixas possíveis. Gde abraço, Antônio Elias |
RAMON BENICIO LIMA DA SILVANITERÓI - RIO DE JANEIRO EM 13/05/2010
Aos amigos José Humberto e Antonio Elias.
Bem sei que discutir câmbio é uma tarefa árdua, mas devo discordar de ambos em akguns aspectos dos comentários realizados. Vejamos então. 1) Históricamente o câmbio sempre foi usado pelo governo como um dos mecanismo para conter a inflação. Dólar barato -> Importações mais baratas -> Controle da inflação 2) Sempre que a balança comercial é deficitária, e estamos já há alguns meses com saldo negativo na balança comercial, significa dólar em alta pois aumenta a pressão sobre a moeda para pagamento das importações. Importações em alta -> Dólar em alta 3) Tivemos um período largo de meses em que a taxa selic vinha sendo reduzida a cada reunião do Copom, como mecanismo de manter o consumo em alta enquanto a crise financeira do final de 2008 passava. Em outros momentos quando a taxa selic caia o dólar subia pelo movimento de investidores procurando uma melhor remuneração do capital investido. Taxa Selic em baixa -> Dólar em alta 4) A China "não mexe" na taxa de câmbio, por uma razão até bastante simples, a China está comprando meios de produção (fábricas, matéria prima, etc) em outros países e a melhor forma de baratear estas aquisições é ter uma moeda forte. Como o controle do câmbio é estatal, a dosagem no câmbio fica sempre entre o poder de compra da China (aquisições) e o volume de exportações (preço) gerando estoque de moeda extrangeira. 5) Se estabelecermos um marco de forma a permitir a entrada abundante de capital extrangeiro, o dólar será forçado a uma desvalorização maior ainda o que certamente prejudicará todos os níveis de exportações. 6) Ao contrário do que afirma o amigo José Humberto, quando nossa moeda, não vou dizer indexada, era mais fraca conseguiamos saldos positivos na balança comercial que permitiram justamente o estoque de moeda extrangeira de forma a passarmos por várias crises econômicas sem grandes transtornos. Não foi por que tinhamos uma moeda forte mas por que tinhamos estoque de moeda forte o que é completamente diferente. Como bem disse o Roberto Jank exportar frango com o dólar a R$ 1,74 e no fechamento do câmbio receber R$ 1,40 só pode dar em quebradeira. Resumo da ópera: As contradições do mercado. As importações estão em alta e o dólar em baixa. A taxa Selic estava em baixa e o dólar também em baixa. Agora a Taxa Selic começa a subir e a tendência é o dólar ficar mais barato. Qual foi a estratégia do governo: Manter em alta o superavit primário (arrecadação de impostos) e fazer estoque de moeda local e pagar o quanto fosse necessário para manter o Real valorizado, dando a falsa impressão que é moeda forte. a pergunta que se deve fazer é: Por quanto tempo será possível manter esta farsa? Um grande abraço Ramon Benicio |
ANTÔNIO ELIAS SILVACAMPO ALEGRE DE GOIÁS - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 13/05/2010
Prezados,
A questão da valorização do Real está intimamente ligada à taxa de juros. Esta sim deve ser o foco em discussão. Temos de perseguir políticas que sejam conducentes a que a taxa de juros real caia ao máximo. Não só por conta do câmbio, mas tb em função de que a cada 1% de queda nominal na Selic o Tesouro Nacional economiza R$ 12 bilhões em pagamento de juros da dívida. Esse montante poderia ser canalizado para nossa tão precária infraestrutura. Quais seriam as políticas que nos permitiriam abaixar a Selic sem causar inflação: aquelas que promovam o aumento da oferta de bens e serviços, de forma que a oferta acompanhe a demanda. Esse é o jeito mais inteligente de combater a inflação. É assim que a China faz. Promove uma superoferta de bens e serviços para controlar seus preços, via fornecimento de crédito oficial barato e abundante. Tb fornece boa infraestrutura para estimular investimentos e dar competitividade a seus produtos. Em termos práticos, precisamos então de um marco regulário estável para atrair o farto capital mundial para investir na nossa infraestrutura, crédito barato e abundante (oficial ou não), treinamento de mão-de-obra, aperfeiçoamento do judiciário, melhora nos mecanismos de emissão de licenciamentos diversos, principalmente ambiental, um Estado que trabalhe em sintonia com o setor privado, reforma trabalhista, tributária, previdenciária, entre outras ações alinahdas com essas. Qto ao nosso petróleo, não se preocupem com a demanda por ele, pois pode ser usado na produção de fertilizantes, plásticos, borracha, etc. Abraço, Antônio Elias |
JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOSAREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 12/05/2010
Meus caros amigos
Discutir CAMBIO é uma matéria árdua. Em todo caso, vou colocar a minha mãozinha... Porque consideramos o valor do real "fictício"? Não será que o EURO estava supervalorizado, tendo em vista todos os problemas que diversos países apresentam e que começamos a ter notícia recentemente? Ou será que o US$ está subvalorizado em função dos problemas que os Estados Unidos estão enfrentando desde 2.008? A China reluta em desvalorizar sua moeda, porque será? Por favor, veriiquem a nossa performance de comercio exterior nos últimos anos e comparem-na com a performance do nosso mesmo comercio quando nossa moeda era indexada. Os tempos são outros, meus amigos. O mercado interno tem um potencial enorme. O que precisamos é continuar lutando por um aumento do poder aquisitivo das parcelas menos favorecidas, pois assim, elas comerão carne, tomarão o nosso suco de laranja, o nosso leite, e poderão usar o etanol em seus veículos e o país irá exportar o petróleo do PRÉ-SAL para aqueles que subsidiam suas produções agrícolas, (não sei mais até quando, tendo em vista os deficits de seus governos) |
RAMON BENICIO LIMA DA SILVANITERÓI - RIO DE JANEIRO EM 12/05/2010
Prezados amigos do Milkpoint,
A ser mantida a política de câmbio com valorização fictícia do real apenas por um capricho de política econômica o desastre será enorme, alias já vimos este filme antes e não tem muito tempo. Concordo plenamente com o Roberto que a entrada de recursos estrangeiros para financiar o pré sal só fará piorar a situação. E se já não exportávamos qualidade, no futuro também não exportaremos preço. Fica a seguinte pergunta: Será que nosso mercado interno vai conseguir consumir os excendentes gerados agora também pela não exportação? E se a resposta é NÃO, então a situação será muito pior. Até mesmo o pré sal corre risco de não ter prá quem vender tanto petróleo, se é que existe o volume que anunciam. Quem sabe não inventam uma proteína sintética, carne sintética, leite sintético, tudo derivado de petróleo, prá pelo menos a população não passar fome. Um grande abraço a todos. Ramon Benicio |
ROBERTO JANK JR.DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 10/05/2010
É flagrante neste gráfico como o câmbio afeta negativamente a competência dos mais competitivos.
Vejam a distancia que Brasil e NZ tinham em relação á EU e USA e, mesmo mais eficientes e com crescimento muito mais significativo da produção no período, hoje ambos competem com estes de igual para igual em preços. Ironicamente a Argentina que não apreciou sua moeda porque vive em crise desde 2001, também não perdeu sua competitividade natural. O Brasil é grande produtor e exportador de frangos, mas a R$ 1,40 o kg o setor está quebrado e isso também vale para o setor primário da laranja. O milho está sendo vendido a R$ 6 no MT, a soja a R$ 28 no PI; para todos o descasamento entre preço e custo é indiscutível mas nem por isso a exportação é viável. É grave o que poderá ocorrer com vários de nossos produtos exportáveis nos próximos 10 anos quando o fluxo financeiro que vai alimentar os necessários investimentos do pré sal começar a pressionar ainda mais a já excessiva apreciação do real. Já a exportação de leite está inviável e nosso trunfo volta a ser exclusivamente o crescimento do mercado interno; é uma pena para um setor que caminhava a passos lentos para o profissionalismo. Nesse ritmo, quem sabe no futuro vamos comer petróleo. |
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